segunda-feira, 26 de março de 2012

A Energia Segue o Pensamento




Na sociedade atual nos encontramos constantemente com o conceito de energia. Entretanto, pouca gente se detém a considerar quê se entende por este termo.

A palavra vem do grego “energos”, que significa “ativo”. A energia é, portanto, a capacidade para a atividade vital e, desde tempos remotos, este conceito de energia vem sendo aplicando a uma área cada vez maior de conhecimentos e atividades humanas. Durante muito tempo, este conceito foi utilizado em relação com acontecimentos físicos, e mais tarde entrou também na formação de outros campos, tais como a psicologia, a economia e a sociologia. Do conceito de energia como uma força viva distribuída de forma geral, uma linha direta de desenvolvimento nos conduz a todas as diferentes esferas da vida humana.

O conceito científico de energia tem sido aquele em que mais se desenvolveu e utilizou o conceito de energia. A ideia de que tudo é energia, em estados e condições mutáveis, deu lugar a uma síntese no pensamento científico e a uma nova compreensão das forças do universo. Isto nem sempre foi assim. No Século XIX a energia era considerada como o resultado do movimento de corpos ou partículas materiais (energia cinética ou atual) ou como resultado da posição de um fragmento de matéria em relação a outros fragmentos de matéria (energia potencial). Expressou-se isto por meio de duas grandes leis: a lei da Conservação da Massa, que em resumo expressava que a massa (a quantidade de matéria num corpo) era indestrutível, e a lei da Conservação da Energia, que basicamente postulava que a soma total de energia no universo era constante.

Considerava-se que os conceitos de massa ou matéria e de energia eram independentes, e destes dois conceitos acreditava-se que o da matéria era o mais básico e fundamental para nossa compreensão do universo. Mas em 1905 Einstein demonstrou com sua “teoria especial da relatividade” que a massa em si mesma é uma forma de energia, que a massa e a energia são de fato intercambiáveis, e que se relacionam segundo a fórmula E=mc2, onde “E” é igual energia, “m” é igual massa, e “c” é igual velocidade da luz. Assim, “se a matéria se desfaz de sua massa e viaja à velocidade da luz, recebe a denominação de energia. E, o inverso, se a energia se solidifica e imobiliza, podendo-se determinar sua massa, recebe o nome de matéria” (O Universo e o Dr. Einstein, de Lincoln Barnett). A lei da Conservação da Massa teve que abandonar o lugar preponderante onde foi colocada, para que o conceito de Energia assumisse sua legítima importância.

O Corpo Etérico

Graças a esta teoria especial da relatividade foi possível provar, cientificamente, que no universo físico conhecido tudo é energia. Este descobrimento desacreditou os conceitos e explicações materialistas sobre o universo. Porque nada existe no universo manifestado planetário solar ou nos diversos reinos da natureza que não possua uma forma de energia, sutil e intangível e, sem embargo, substancial. Considera-se que tudo o que existe é energia; o manifestado é expressão de um conglomerado de energias, com algumas das quais se constroem formas, outras constituem o meio em que tais formas vivem, se movem e têm seu ser, e ainda há outras no processo de vivificar tanto as formas como o meio em que se desenvolvem. Deve ser recordado que as formas existem dentro de outras formas. Uma pessoa, sentada em seu aposento, é uma forma dentro de outra forma; o aposento em si mesmo é uma forma dentro de uma residência e essa residência (por sua vez outra forma) é, provavelmente, uma mais entre muitas outras similares, colocadas umas por sobre as outras, ou também umas ao lado de outras, constituindo entre todas uma forma ainda maior. Entretanto, todas estas diversas formas estão compostas de substância tangível que, quando coordenada e agrupada segundo algum desenho conhecido ou ideia na mente de algum pensador, cria uma forma material. Esta substância tangível está composta de energias vivas, que vibram ao se relacionar uma com as outras e que, ao mesmo tempo, mantém sua qualidade própria e a vida que as caracteriza.

Vivemos imersos num oceano de energias, embora nem sempre somos conscientes deste fato. Nós mesmos somos um cúmulo de energias, as quais se encontram intimamente inter-relacionadas e constituem o corpo sintético de nosso planeta. A este corpo energético denominamos etérico. O corpo energético etérico de cada ser humano é uma parte integrante do corpo etérico planetário e, consequentemente, do sistema solar. Deste modo, cada ser humano está relacionado, essencialmente, com todas as demais expressões divinas da vida, sejam pequenas ou grandes. De fato, o corpo energético de qualquer forma da natureza é parte integrante da forma substancial da vida universal única, do próprio Deus.

O corpo etérico não é nenhuma outra coisa senão energia. Sua função é receber e transmitir impulsos energéticos de distintas classes e graus, pondo-se em atividade graças a estes impulsos ou correntes de força. Proporciona a base necessária para os distintos tipos e níveis de interação telepática e para todas as formas de trabalho subjetivo e relações entre grupos e indivíduos. O corpo etérico também proporciona o nexo entre os impulsos mentais e emocionais, assim como o mundo da forma física exterior. As energias estão constantemente circulando através da rede do corpo etérico, condicionando e determinando a expressão externa, assim como as atividades e qualidades de todas as formas viventes. Isto é aplicável tanto aos seres humanos, individualmente, como aos grupos, à humanidade em conjunto, ao planeta e também mais além deste.

Fundamentos do Plano

As circunstâncias e acontecimentos do mundo externo são produto das energias dominantes que circulam no corpo planetário etérico em cada período particular da história mundial. Até há pouco tempo, a maioria dos homens e mulheres respondiam, principalmente, à energia do impulso emocional. Eram realmente poucas as pessoas receptivas à energia mental e aos padrões de pensamento. Entretanto, esta situação mudou rapidamente a partir do Século XX. Graças aos modernos sistemas educacionais, milhões de pessoas desenvolveram e estão desenvolvendo o poder de pensar e manejar a energia do pensamento. Aqueles que podem registrar e ceder a estes impulsos e padrões de pensamento que portam as sementes da cultura e civilização do mundo e que procedem da Mente Universal são na atualidade o suficientemente numerosos para formar um grupo mundial.

Diz-se que “o que está acontecendo no mundo, hoje em dia, vem determinado pelas ideias” e isto pode ser observado, claramente, nestes momentos. As pessoas que possuem algum conhecimento sobre o poder do pensamento, sobre os efeitos das correntes de energia mental, que fluem da mente, enfrentam uma situação de grande responsabilidade e que por sua vez lhes proporcionam uma grande oportunidade. Os pensamentos são energia e a energia segue o pensamento. Esta é a base de todo trabalho criador no plano mental. Se uma pessoa cujos pensamentos refletem a verdade pode transformar o clima mental do meio ambiente. Da mesma maneira, os pensamentos egoístas, não controlados ou destrutivos, podem envenenar a atmosfera mental. Nossos pensamentos são mais poderosos do que, geralmente, se acredita. Daí a necessidade de um uso criativo e construtivo deste poder.

O universo é a expressão de um plano e propósitos divinos. Não é uma “concorrência fortuita de átomos”, mas o desenvolvimento de um elevado desenho ou padrão. Quando nos tornamos conscientes da necessidade de que formas de energias positivas e construtivas circulem, nos convertemos em colaboradores conscientes do Plano Divino. Nestes momentos, começamos a reconhecer mais nitidamente a realidade do mundo mental e a trabalhar mais conscientemente para sermos capazes de registrar e responder às ideias e princípios fundamentais, que estão tentando se manifestar no mundo e que formam parte das linhas de ação de um Plano. Começamos a darmos conta, também, da existência daqueles que poderiam ser denominados “Os Guardiões do Plano” (a Hierarquia Espiritual) cuja tarefa é a preparação das diretrizes do Plano para que a humanidade as utilize e desenvolva. Identificamo-nos e nos associamos com o processo criador universal, compartilhado pela Hierarquia espiritual e por todos os pensadores criativos, cujo trabalho está inspirado pelo amor e o serviço.

Qualquer um pode cooperar na tarefa para que “o Plano se expresse por meio do pensamento”. Os objetivos fundamentais do Plano são: que a luz ilumine nossas mentes, que o amor governe todas as relações e que a vontade de Deus dirija os assuntos dos homens e mulheres. Todos aqueles que realmente procuram amar e servir a humanidade estão cooperando com o Plano. As pessoas que conhecem o poder do pensamento e que podem começar a trabalhar com a energia do pensamento, no plano mental, podem desenvolver um papel adicional criativo.




A Doutrina Secreta

1 - Apresentação

Nas imagens contidas no proêmio da Doutrina Secreta, na primeira há um disco de brancura sem mácula, destacando-se sobre fundo de um negro intenso, representando o Cosmos na Eternidade, antes do despertar da Energia ainda em repouso, a emanação do Verbo em sistemas posteriores. Na segunda aparece o mesmo disco, mas com um ponto no centro. O ponto no círculo, até então imaculado, Espaço e Eternidade em Pralaya, indica a aurora da diferenciação. É o ponto dentro do Ovo do Mundo, o germe interno de onde se desenvolverá o Universo, o Todo, o Cosmos infinito e periódico; germe que é latente e ativo, revezando-se periodicamente os dois estados. O único círculo é a Unidade Divina, de onde tudo procede e para onde tudo retorna: sua circunferência, símbolo forçosamente limitado, porque limitada é a mente humana, indica a PRESENÇA abstrata e sempre incognoscível, e seu plano, a Alma Universal, embora os dois sejam um. Sendo branca a superfície do disco e negro todo o fundo que o rodeia, isso mostra que esse plano é o único conhecimento, não obstante ainda obscuro e nebuloso, que ao homem é dado alcançar. No plano tem origem as manifestações manvantáricas, porque é naquela ALMA que, durante o Pralaya, dorme o Pensamento Divino, no qual jaz oculto o plano de todas as cosmogonias e teogonias futuras.

É a VIDA UNA, eterna, invisível - mas onipresente; sem princípio nem fim - mas periódica em suas manifestações regulares (em cujos intervalos reina o profundo mistério do Não-Ser); inconsciente - mas Consciência absoluta; incompreensível - mas a única realidade existente por si mesma; em suma, "um Caos para os sentidos, um Cosmos para a razão". Seu atributo único e absoluto, que é Ele mesmo, o Movimento eterno e incessante, é chamado, esotericamente, o Grande Sopro, que é o movimento perpétuo do Universo, no sentido de Espaço sem limites e sempre presente. O que é imóvel não pode ser Divino. Mas, de fato e na realidade, nada existe absolutamente imóvel na Alma Universal.

Desde o começo do que constitui a herança do homem, desde o primeiro aparecimento dos arquitetos do globo em que vivemos, a Divindade não revelada foi reconhecida e considerada sob o seu único aspecto filosófico - o Movimento Universal, a vibração do Sopro criador na Natureza. O Ocultismo sintetiza assim a Existência Una: "A Divindade é um fogo misterioso vivo (ou movente), e as eternas testemunhas desta Presença invisível são a Luz, o Calor e a Umidade" tríade esta que abrange todos os fenômenos da Natureza e lhes é a causa. O movimento intracósmico é eterno e incessante; o movimento cósmico, o que é visível ou objeto da percepção, é finito e periódico. Como eterna abstração, é o Sempre Presente; como manifestação, é finito, na direção do futuro e na direção do passado, sendo estes dois o Alfa e o Omega das reconstruções sucessivas. O Cosmos - o Número - não tem nada que ver com as relações causais do mundo fenomenal. Só em relação à Alma intracósmica, ao Cosmos ideal no imutável Pensamento Divino é que podemos dizer: "Jamais teve começo, nem jamais terá fim". Quanto ao seu corpo ou organismo cósmico, ainda que se não possa dizer que haja tido uma primeira construção ou deva ter uma última, em cada novo Manvantara pode esse organismo ser havido como o primeiro e o último de sua espécie, pois evoluciona cada vez para um plano mais elevado...
A primeira figura é um disco simples.
A segunda é um disco com um ponto no centro, um símbolo arcaico que representa a primeira diferenciação nas manifestações periódicas da Natureza eterna, sem sexo e infinita, "Aditi em AQUILO" (Rig Veda), ou o Espaço potencial no Espaço abstrato.
Na terceira fase, o ponto se transforma em um diâmetro, é o símbolo da Mãe-Natureza, divina e imaculada, no Infinito absoluto, que abrange todas as coisas.
Quando o diâmetro horizontal se cruza com um vertical, o símbolo se converte na cruz do mundo.
A humanidade alcançou sua Terceira Raça-Raiz: é o signo do começo da vida humana, quando a circunferência desaparece, ficando apenas a cruz, este signo representa a queda do homem na matéria, começando então a Quarta Raça. A Cruz inscrita no círculo simboliza o Panteísmo puro; suprimido o círculo, passa a ser um símbolo fálico.
Tinha o mesmo significado, afora outros especiais, que o Tau inscrito no círculo,
ou que o martelo de Thor, a chamada cruz Jaina, ou simplesmente Suástica, dentro de um círculo.

Por meio do terceiro símbolo - o círculo dividido em dois pelo diâmetro horizontal - se dava a entender a primeira manifestação da Natureza criadora, ainda passiva (porque feminina). A primeira percepção vaga que o homem tem da procriação é feminina, pois o homem conhece mais de perto a mãe que o pai. As divindades femininas eram, por isso, mais sagradas que as masculinas. A Natureza é, portanto, feminina, e até certo ponto objetiva e tangível; e o Princípio espiritual que a fecunda permanece oculto.
Acrescentando uma linha perpendicular ao diâmetro horizontal, formou-se o Tau - a mais antiga forma desta letra. Este foi o símbolo da Terceira Raça-Raiz até o dia de sua queda simbólica, ou seja, a separação dos sexos por evolução natural;
então a figura passou à figura seguinte, ou a vida assexual modificada e dividida - um duplo signo ou hieróglifo. Com as sub-raças de nossa Quinta Raça, veio a ser em simbologia o Sacr', e em hebreu o N'cabvah, das Raças primitivamente formadas;
transformou-se depois no emblema egípcio da vida,
e, mais tarde ainda, no signo de Vênus.

A seguir vem a Suástika (o martelo de Thor, ou a Cruz Hermética atual), separada completamente do círculo e, portanto, fálica.
O símbolo esotérico do Kali Yuga é a estrela de cinco pontas invertida, isto é, com duas pontas viradas para cima (cornos), - signo da feitiçaria humana - posição que todo Ocultista reconhecerá como pertencente à "mão esquerda", e empregada na magia cerimonial.

Erram e cometem injustiça os que consideram ateus os Ocultistas, budistas e Adwaítas. Se todos não são filósofos, mostram-se pelo menos lógicos, baseando-se os seus argumentos e objeções no mais estrito raciocínio. Em verdade, se encararmos o Parabrahman dos hindus como representante das divindades ocultas e inominadas de outras nações, veremos que este Princípio absoluto é o protótipo do qual foram copiadas todas as demais. Parabrahman não é "Deus", como não é um Deus. "É o supremo e o não supremo (Parâvara)". É o supremo como causa, e o não supremo como efeito. Parabrahman é simplesmente, como Realidade sem par, o Cosmos que tudo contém - ou melhor, o Espaço cósmico infinito - no sentido espiritual mais elevado, naturalmente. Sendo Brahman (neutro) a Raiz suprema, imutável, pura, livre, incorruptível, "a verdadeira Existência Una, Paramârthika", e o absoluto Chit ou Chaitanya (Inteligência, Consciência), não pode conhecer, "porque AQUILO não pode ser sujeito de cognição". Pode-se dizer que a chama é a Essência do Fogo? A Essência é "a Vida e a Luz do Universo; o fogo e a chama visíveis são a destruição, a morte e o mal". "O Fogo e a Chama destroem o corpo de um Arhat; sua Essência o torna imortal". "O conhecimento do Espírito absoluto, tal como a refulgência do sol e o calor do fogo, não é outra coisa senão a própria Essência absoluta", diz Sankarâchârya. É "o Espírito do Fogo", não o Fogo em si mesmo; portanto, "os atributos deste último, o Calor e a Chama, não são atributos do Espírito, e sim daquilo de que o Espírito é a causa inconsciente". Parabrahman, em suma, é a agregação coletiva do Cosmos em sua infinidade e eternidade, o "AQUILO" e o "ISTO", a que se não podem aplicar agregados distributivos. "No princípio, ISTO era Ele Mesmo, um somente"; o grande Sankârachârya esclarece que "ISTO" se refere ao Universo (Jagat), e que as palavras "no princípio" significam: antes da reprodução do Universo fenomenal.

Quando, pois, os Panteístas se fazem eco dos Upanishads, que declaram - como também a Doutrina Secreta - que "ISTO" não pode criar, não estão negando a existência de um Criador, ou melhor, de um agregado coletivo de criadores; o que fazem é simplesmente recusar, com muita lógica, atribuir o ato da "criação", e especialmente o da formação - coisas que são finitas - a um Princípio Infinito. Para eles, Parabrahman é uma causa passiva, porque absoluta; é o Mukta incondicionado. Recusam-lhe apenas a Onisciência e a Onipotência limitadas, já que também se trata de atributos, refletidos nas percepções dos homens; e porque, sendo Parabrahman o TODO Supremo, o Espírito e a Alma, sempre invisíveis, da Natureza imutável e eterna, não pode ter atributos: o Absoluto exclui naturalmente a possibilidade de toda relação com a ideia de finito ou condicionado. E quando os Vedantas afirmam que só a emanação de Parabrahman possui atributos - emanação que eles chamam ISHVARA em união com Mâyâ, e Avidyâ (Agnosticismo ou Ciência negativa, antes que ignorância) - dificilmente se verá ateísmo em tal concepção. Pois que é impossível existirem dois Infinitos ou dois Absolutos em um Universo, que se supõe sem limites, como se há de conceber aquela Existência-em-Si-Mesma criando pessoalmente? Para os sentidos e percepções dos seres finitos, AQUILO é o Não-Ser, no sentido de que é aAsseidade Una; porque neste TODO jaz latente sua coeterna e coeva emanação ou irradiação inerente, a qual, ao se converter periodicamente em Brahmâ (a Potência masculino-feminina), se expande no Universo manifestado. "Nârâyana movendo-se sobre as Águas (abstratas) do Espaço" transforma-se nas Águas de substância concreta, impulsionadas por ele, que vem a ser agora o Verbo ou Logos manifestado.

Os brâmanes ortodoxos, aqueles que mais se opõem aos panteístas e aos adwaítas, classificando-os como ateus, têm que admitir, se Manu é alguma autoridade na matéria, a morte de Brahmâ, o Criador, ao terminar cada ciclo desta divindade (100 Anos Divinos, período que exigiria quinze cifras para ser expresso em anos comuns). No entanto, nenhum de seus filósofos entende essa "morte" em outro sentido que não o de um desaparecimento temporário do plano manifestado da existência ou como um repouso periódico.

Os Ocultistas estão, assim, de acordo com os filósofos vedanta-adwaítas a respeito desta doutrina; e demonstram a impossibilidade de aceitar-se, no terreno filosófico, a ideia de TODO absoluto fazer surgir, pela criação, ou até mesmo pela evolução, aquele "'Ovo Áureo", no qual se diz que penetrou para se transformar em Brahmâ, o Criador, desdobrando-se este, depois, nos Deuses e em todo o Universo visível.

Sustentam os Ocultistas que a Unidade absoluta não pode converter-se na Infinidade, porque o Infinito pressupõe a extensão ilimitada de "algo" e a duração deste algo; e o Todo Uno não é - como o Espaço, sua única representação mental e física em nosso plano de existência, a Terra - nem sujeito nem objeto de percepção. Se se pudesse admitir que o Todo eterno e infinito, a Unidade onipresente, em vez de ser na Eternidade, se transformasse, por manifestações periódicas, em um Universo múltiplo ou em uma Personalidade múltipla, tal Unidade deixaria de ser una. A ideia de Locke, de que "o espaço puro não é capaz nem de resistência nem de movimento", é incorreta. O Espaço não é nem um "vazio sem limites" nem uma "plenitude condicionada"; mas uma e outra coisa. E sendo, no plano da abstração, a Divindade sempre ignota, que é um vazio só para a mente finita, e, no plano da percepção mayávica, o Plenum, o continente absoluto de tudo o que é, seja manifestado ou não manifestado - é, por conseguinte, aquele TODO ABSOLUTO. Não há diferença alguma entre as palavras do Apóstolo cristão: "Nele vivemos, nele nos movemos e temos o nosso ser", e o que diz o Rishi hindu: "O Universo vive em Brahmâ, dele procede e a ele voltará"; porque Brahman (neutro), o não manifestado, é aquele Universo in abscondito; e Brahmâ, o manifestado, é o Logos macho-fêmea dos dogmas ortodoxos. O Deus do Apóstolo Iniciado, assim como o do Rishi, é ao mesmo tempo o Espaço Invisível e o Visível. Em simbolismo esotérico, o Espaço é chamado "Mãe-Pai Eterno de Sete Peles"; e é constituído de sete capas, desde sua superfície não diferenciada até a diferenciada.

"Que é que foi, é e será... haja ou não um Universo, existam ou não deuses?" - pergunta o Catecismo Esotérico Senzar. E a resposta é: "O Espaço".

O que se recusa aceitar não é o Deus Uno desconhecido, sempre presente na Natureza, ou a Natureza in abscondito; mas o "Deus" do dogma humano e o seu "Verbo" humanizado. Em sua incomensurável presunção, e no orgulho e vaidade que lhe são inerentes, criou o homem o seu Deus, pelas próprias mãos sacrílegas e com os materiais que encontrou em sua mísera substância cerebral, e o impôs ao gênero humano como uma revelação direta do ESPAÇO uno e não revelado.

O ocultista aceita a revelação como procedente de Seres Divinos, mas finitos; das Vidas manifestadas, mas não da Vida Una não manifestada; daquelas Entidades chamadas Homens Primordiais, Dhyâni-Buddhas ou Dhyân Chohans, os Rishi-Prajâpati dos hindus, os Elohim ou Filhos de Deus dos Judeus, os Espíritos Planetários de todas as nações, que foram considerados Deuses pelos homens. O Ocultista considera também Âdi-Shakti - a emanação direta de Mûlaprakriti, a ETERNA RAIZ DE AQUILO, e o aspecto feminino da Causa Criadora, Brahmâ, em sua forma âkâshica de Alma Universal - como Mâyâ, filosoficamente, e causa da Mâyâ humana. Esse modo de ver não o impede, porém, de crer em sua existência por todo o tempo em que esta perdura, isto é, durante um Mahâmanvantara; nem de aplicar o Akâsha, a irradiação de Mûlaprakriti, a fins práticos, visto que a Alma do Mundo está relacionada com todos os fenômenos naturais, conhecidos ou desconhecidos da ciência.

As religiões mais antigas do mundo - exotericamente, porque todas têm uma só raiz ou fundamento esotérico - são a industânica, a masdeísta e a egípcia. Segue-se a dos Caldeus, produto das anteriores, hoje inteiramente perdida para o mundo, exceto no Sabeísmo desfigurado pela interpretação atual dos arqueólogos. Depois, vem a judaica, que esotericamente acompanha a linha do magismo babilônico, como se vê na Cabala, e exotericamente é, como no Gênesis e no Pentateuco, uma coletânea de lendas alegóricas. Lidos à luz do Zohar, os quatro primeiros capítulos do Gênesis são os fragmentos de uma página altamente filosófica de cosmogonia. Vistos em sua aparência simbólica, não passam de um conto para crianças, um espinho incômodo cravado no flanco da ciência e da lógica - efeito evidente de Karma. Deixá-los servir de prólogo ao Cristianismo foi como que uma cruel vindita dos rabinos, que sabiam melhor o que significava o seu Pentateuco. Foi um protesto mudo contra a espoliação de que eram alvo, e em verdade os judeus levam hoje vantagem sobre os seus perseguidores tradicionais.

O Catecismo Oculto contém as seguintes perguntas e respostas:

Que é aquilo que sempre é? - O Espaço, o eterno Anupâdaka (que não tem pais).

Que é aquilo que sempre foi? - O Germe na Raiz.

Que é aquilo que sem cessar vai e vem? - É o Grande Sopro.

Então há três Eternos? - Não, os três são um. - O que sempre é, é um; o que sempre foi, é um; o que sempre está sendo e vindo a ser, é também um; e este é o Espaço.

Explica, ó Lanu! (discípulo) - O Uno é um Círculo não interrompido (Anel) e sem circunferência, porque não está em parte alguma e está em toda parte; o Uno é o Plano sem limites do Círculo, que manifesta um Diâmetro somente durante os períodos manvantáricos; o Uno é o Ponto indivisível que não está situado em parte alguma, e percebido em toda parte durante aqueles períodos. É a Vertical e a Horizontal, o Pai e a Mãe, a cúspide e a base do Pai, as duas extremidades da Mãe, que em realidade não chegam a parte alguma; porque o Uno é o Anel, como também os Anéis que estão dentro desse Anel. É a Luz nas Trevas, e as Trevas na Luz: "o Sopro que é eterno". Atua de fora para dentro, quando está em toda parte, e de dentro para fora, quando não está em parte alguma - ou seja, Mâyâ, um dos Centros. Expande-se (expiração e inspiração). Quando se expande, a Mãe se difunde e se dispersa; quando se contrai, a Mãe se encolhe e se concentra. Assim se produzem os períodos de Evolução e de Dissolução, Manvantara e Pralaya. O Germe é invisível e ígneo; a Raiz (o plano do Círculo) é fria; mas durante a Evolução e o Manvantara, o seu revestimento é frio e radiante. O Sopro quente é o Pai que devora a progênie dos Elementos de múltiplas faces (heterogêneos) e deixa os que têm uma só face (homogêneos). O Sopro frio é a Mãe que os concebe, que os forma, que os faz nascer e que os recolhe novamente em seu seio para tornar a formá-los outra vez na Aurora (do Dia de Brahma, ou Manvantara).

Para melhor compreensão dos leitores em geral, devemos esclarecer que a Ciência Oculta reconhece a existência de sete Elementos cósmicos, quatro dos quais são inteiramente físicos. e o quinto semimaterial (o Éter); este último chegará a ser visível no ar até o final de nossa Quarta Ronda, e terá a supremacia sobre os outros na Quinta Ronda. Os dois restantes ainda estão absolutamente fora do alcance da percepção humana. Aparecerão, todavia, como pressentimentos, durante as Raças Sexta e Sétima da Ronda atual, e se tornarão de todo conhecidos na Sexta e na Sétima Ronda, respectivamente.

Estes sete Elementos, com seus inumeráveis sub-elementos (que são muito mais numerosos que os admitidos pela ciência) não passam de modificações condicionadas e aspectos do Elemento Uno e único. Este último não é o Éter, nem sequer o Akâsha, mas a fonte de ambos. O Quinto Elemento, que a ciência hoje tende a admitir, não é o Éter imaginado por Sir Isaac Newton, ainda que este lhe desse tal nome associando-o provavelmente com AEther, "o Pai-Mãe" da antiguidade. Como disse Newton por intuição: "A Natureza trabalha perpetuamente em ciclos, fazendo gerar fluidos de sólidos, coisas fixas de coisas voláteis, e voláteis das fixas; coisas sutis das grosseiras, e coisas grosseiras das sutis... Assim, é possível que todas as coisas tenham sua origem no Éter".


2 – A Doutrina Secreta estabelece três proposições fundamentais:
I. Um PRINCÍPIO Onipresente, Sem Limites e Imutável, sobre o qual toda especulação é impossível, porque transcende o poder da concepção humana e porque toda expressão ou comparação da mente humana não poderia senão diminuí-lo. Está além do horizonte e do alcance do pensamento, ou, segundo as palavras do Mândûkya, é "inconcebível e inefável".

Para que possa compreender mais claramente estas ideias, deve o leitor adotar como ponto de partida o seguinte postulado: Há uma Realidade Absoluta, anterior a tudo o que é manifestado ou condicionado. Esta Causa Infinita e Eterna, vagamente formulada no "Inconsciente" e no "Incognoscível" da filosofia, é a Raiz sem Raiz de "tudo quanto foi, é e será". É, naturalmente, desprovida de todo e qualquer atributo, e permanece essencialmente sem nenhuma relação com o Ser manifestado e finito. É a "Asseidade", mais propriamente que o Ser, Sat em sânscrito, e está fora do alcance de todo pensamento ou especulação.

Esta Asseidade é simbolizada na Doutrina Secreta sob dois aspectos. De um lado, o Espaço Abstrato absoluto, representando a subjetividade pura, aquilo que nenhuma mente humana pode excluir de qualquer conceito, nem conceber como existente em si mesmo. De outro lado, o Movimento Abstrato absoluto, que representa a Consciência Incondicionada. Os próprios pensadores ocidentais têm afirmado que a consciência, separada da transformação, é inconcebível para nós, e que o movimento é o melhor símbolo da transformação e sua característica essencial. Este último aspecto da Realidade Una é ainda simbolizado pela expressão "o Grande Sopro", e o símbolo é bastante sugestivo para necessitar de outra explicação. Assim, o primeiro axioma fundamental da Doutrina Secreta é aquele UM ABSOLUTO metafísico - a ASSE IDADE, representada na Trindade teológica pela inteligência finita.

Parabrahman, a Realidade Una, o Absoluto, é o campo da Consciência Absoluta, vale dizer, daquela Essência que está fora de toda relação com a existência condicionada, e cuja existência consciente é um símbolo condicionado. Mas, logo que saímos, em pensamento, desta Negação Absoluta (para nós), surge o dualismo no contraste entre o Espírito (ou Consciência) e a Matéria, entre o sujeito e o objeto.

O Espírito (ou Consciência) e a Matéria devem ser, no entanto, considerados não como realidades independentes, mas como duas facetas ou aspectos do Absoluto (Parabrahman), que constituem a base do ser condicionado, seja subjetivo ou objetivo.

Se consideramos essa tríade metafísica como a raiz de que procede toda manifestação, o Grande Sopro assume o caráter de Ideação pré-cósmica. É a fons et origo da força e de toda consciência individual; e de onde promana a inteligência que preside o vasto plano da Evolução cósmica. Por outra parte, a Substância-Raiz pré-cósmica (Mûlaprakriti) é o aspecto do Absoluto que serve de substrato a todos os planos objetivos da natureza.

Assim como a Ideação Pré-Cósmica é a raiz de toda consciência individual, assim também a Substância Pré-Cósmica é o substrato da matéria nos seus diversos graus de manifestação.

Daí resulta que o contraste desses dois aspectos do Absoluto é essencial para a existência do Universo manifestado. Isolada da Substância cósmica, a Ideação Cósmica não poderia manifestar-se como consciência individual; pois só por meio de um veículo (upâdhi) de matéria é que a consciência emerge como "Eu sou Eu", sendo necessária uma base física para concentrar um Raio da Mente Universal a certo grau de complexidade. E por sua vez, separada da Ideação Cósmica, a Substância Cósmica não passaria de uma abstração vazia, e nenhuma manifestação de consciência poderia surgir.

O Universo Manifestado acha-se, portanto, informado pela dualidade, que vem a ser a essência mesma de sua Ex-istência como manifestação. Mas, assim como os polos opostos de Sujeito e Objeto, de Espírito e Matéria, não são mais que aspectos da Unidade Una, que é a sua síntese, assim também no Universo Manifestado existe "algo" que une o Espírito à Matéria, o Sujeito ao Objeto.

Esse "algo", que a especulação ocidental presentemente desconhece, é chamado Fohat pelos Ocultistas. É a "ponte" por meio da qual as ideias existentes no Pensamento Divino passam a imprimir-se sobre a Substância Cósmica, como Leis da Natureza. Fohat é, assim, a energia dinâmica da Ideação Cósmica; ou então, encarado sob outro aspecto, é o "medium" inteligente, o poder diretor de toda manifestação, o Pensamento Divino transmitido e manifestado por intermédio dos Dhyân Chohans, os Arquitetos do Mundo visível. Assim, do Espírito ou Ideação Cósmica provém a nossa Consciência; da Substância Cósmica, os diversos veículos em que esta Consciência se individualiza e chega ao Eu, à consciência de si mesma ou reflexiva; enquanto Fohat, em suas manifestações várias, é o elo misterioso que une o Espírito à Matéria, o princípio animador que eletriza cada átomo para dar-lhe vida.

O seguinte resumo dará ao leitor uma noção mais clara:

1. O ABSOLUTO: o Parabrahman dos Vedantas ou a Realidade Una, Sat, que é ao mesmo tempo Absoluto Ser e Não-Ser.

2. O Primeiro Logos: o impessoal e, em filosofia, não manifestado; o Logos precursor do Manifestado. É a "Causa Primeira", o "Inconsciente" dos panteístas.

3. O Segundo Logos: Espírito-Matéria, Vida; o "Espírito do Universo", Purusha e Prakriti.

4. O Terceiro Logos: A Ideação Cósmica; Mahat ou Inteligência, a Alma Universal do Mundo; o Númeno Cósmico da Matéria, a base das operações inteligentes da Natureza; também chamado Mahâ-Buddhi.

A REALIDADE UNA; seus aspectos duais no Universo condicionado.


A Doutrina Secreta afirma, além disso:
II. A Eternidade do Universo in toto, como plano sem limites; periodicamente "cenário de Universos inumeráveis, manifestando-se e desaparecendo constantemente", chamados "as Estrelas que se manifestam" e "as Centelhas da Eternidade". "A Eternidade do Peregrino" é como um abrir e fechar de olhos da Existência-por-si-Mesma", segundo o Livro de Dzyan. "O aparecimento e o desaparecimento de Mundos são como o fluxo e o refluxo periódico das marés".

Este segundo asserto da Doutrina Secreta é a universalidade absoluta daquela lei de periodicidade, de fluxo e refluxo, de crescimento e decadência, que a ciência física tem observado e registra em todos os departamento da Natureza. Alternativas tais como Dia e Noite, Vida e Morte, Sono e Vigília, são fatos tão comuns, tão perfeitamente universal e sem exceção, que será fácil compreender por que divisamos nelas uma das leis absolutamente fundamentais do Universo.


Ensina também a Doutrina Secreta:
III. A identidade fundamental de todas as Almas com a Alma Suprema Universal, sendo esta última um aspecto da Raiz Desconhecida; e a peregrinação obrigatória para todas as Almas, centelhas daquela Alma Suprema, através do Ciclo de Encarnação, ou de Necessidade, durante todo esse período. Em outras palavras: nenhum Buddhi puramente espiritual (Alma Divina) pode ter uma existência consciente independente, antes que a centelha, emanada da Essência pura do Sexto Princípio Universal - ou seja, da ALMA SUPREMA - haja passado por todas as formas elementais pertencentes ao mundo fenomenal do Manvantara, e adquirido a individualidade, primeiro por impulso natural e depois à custa dos próprios esforços, conscientemente dirigidos e regulados pelo Karma, escalando assim todos os graus de inteligência, desde o Manas inferior até o Manas superior; desde o mineral e a planta ao Arcanjo mais sublime (Dhyâni-Buddha). A Doutrina axial da Filosofia Esotérica não admite a outorga de privilégios nem de dons especiais ao homem, salvo aqueles que forem conquistados pelo próprio Ego com o seu esforço e mérito pessoal, ao longo de uma série de metempsicoses e reencarnações.

Por isso dizem os hindus que o Universo é Brahman e Brahmâ; porque Brahman está em todo átomo do Universo, sendo os seis princípios da natureza a expressão ou os aspectos vários e diferenciados do Sétimo e Uno, a Realidade única no Universo, seja cósmico ou microcósmico; e ainda porque as permutações psíquicas, espirituais e físicas do Sexto (Brahmâ, o veículo de Brahman), no plano da manifestação e da forma, são consideradas, por antífrase metafísica, ilusórias e mayávicas. Embora a raiz de todos os átomos, individualmente, e de todas as formas, coletivamente, seja o Sétimo Princípio, ou a Realidade Una, em sua aparência manifestada, fenomenal e temporária tudo isso não é senão uma ilusão efêmera dos nossos sentidos.

Em seu modo de ser absoluto, o Princípio Uno, sob seus dois aspectos, Parabrahman e Mûlaprakriti, não tem sexo, é incondicionado e eterno. Sua emanação manvantárica, periódica, ou irradiação primária, é também una, andrógina, e finita em seu aspecto fenomenal. Quando, por sua vez, a emanação irradia, todos os seus raios são igualmente andróginos, convertendo-se nos princípios masculino e feminino em seus aspectos inferiores. Depois de um Pralaya, quer seja o Grande Pralaya ou o Pralaya Menor - deixando este último os mundos em status quo - o primeiro a despertar para a vida ativa é o plástico Akâsha, o Pai-Mãe, o Espírito e a Alma do Éter, ou seja, o Plano do Círculo. O Espaço é chamado a Mãe, antes de sua atividade cósmica, e Pai-Mãe no primeiro estágio do seu despertar. Na Cabala ele é também Pai-Mãe-Filho. Mas, enquanto na doutrina oriental constituem estes o Sétimo Princípio do Universo Manifestado, ou Atmâ-Buddhi-Manas (Espírito-Alma-Inteligência), ramificando-se e dividindo-se a Tríade em sete Princípios Cósmicos e em sete Princípios Humanos, na Cabala ocidental dos místicos cristãos correspondem à Tríade ou Trindade, e, entre os seus Ocultistas, ao Jehovah macho-fêmea, Jah-Havah. Nisso consiste toda a diferença entre as Trindades esotérica e cristã.

Os místicos e os filósofos, os panteístas orientais e ocidentais, sintetizam sua Tríade pré-genética na abstração divina pura. Os ortodoxos a antropomorfizam. Hiranyagarbha, Hari e Sansara (Brahamâ, Vishnu e Shiva) - as três Hipóstases do Espírito que se manifesta (o "Espírito do Espírito Supremo", título sob o qual Prithivi, a Terra, saúda a Vishnu em seu primeiro Avatar) - são as qualidades abstratas e puramente metafísicas da Formação, da Conservação e da Destruição; são também os três Avasthâs (Hipóstases) divinos daquele que "não parece com as coisas criadas", Achyuta, nome de Vishnu. Os cristãos ortodoxos cindem a sua Divindade pessoal criadora em três pessoas distintas, e não admitem Divindade superior. Esta última, em Ocultismo, é o Triângulo abstrato; para o ortodoxo, é o cubo perfeito. O deus criador, ou antes a coletividade dos deuses criadores, é considerado pelo filósofo oriental como Bhrântidarshanatah, "falsas aparências", algo "concebido, em razão de aparências enganosas, como uma forma material", e que se explica como proveniente do conceito ilusório da Alma humana pessoal e egoísta (o Quinto Princípio inferior).


3 – A Doutrina Secreta ensina...
A Doutrina Secreta ensina o progressivo desenvolvimento de todas as coisas, tanto dos mundos como dos átomos. Não é possível conceber o princípio desse maravilhoso desenvolvimento, nem tampouco imaginar-lhe o fim. O nosso "Universo" não passa de uma unidade em um número infinito de Universos, todos eles "Filhos da Necessidade", elos da Grande Cadeia Cósmica de Universos, cada qual em relação de efeito com o que o precedeu, e de causa com o que lhe sucede.

O aparecimento e o desaparecimento do Universo são descritos como expiração e inspiração do Grande Sopro, que é eterno e que, sendo Movimento, é um dos três aspectos do Absoluto; os outros dois são o Espaço Abstrato e a Duração. Quando o Grande Sopro expira, é chamado o Sopro Divino e considerado como a respiração da Divindade Incognoscível - a Existência Una -, emitindo esta, por assim dizer, um pensamento, que vem a ser o Cosmos. De igual modo, quando o Sopro Divino é inspirado, o Universo desaparece no seio da Grande Mãe, que então dorme "envolta em suas Sempre Invisíveis Vestes".


4 - Ensina a Filosofia Esotérica...
Ensina a Filosofia Esotérica que tudo vive e é consciente, mas não que toda vida e toda consciência sejam semelhantes às dos seres humanos ou mesmo dos animais. Nós consideramos a vida como a única forma de existência manifestando-se no que chamamos Matéria, ou naquilo que, no homem, chamamos Espírito, Alma e Matéria (separando-os sem razão). A Matéria é o Veículo para a manifestação da Alma neste plano de existência, e a Alma é o Veículo em um plano mais elevado para a manifestação do Espírito; e os três formam uma Trindade sintetizada pela Vida, que os interpenetra a todos.

A ideia da Vida Universal é um daqueles antigos conceitos que estão retornando à mente humana como consequencia de sua libertação da teologia antropomórfica. Verdade é que a Ciência se contenta com traçar ou expor os sinais da Vida Universal, não ousando ainda pronunciar ou sequer sussurrar a expressão Anima Mundi! A ideia da "vida cristalina", que hoje é familiar à ciência, teria sido repudiada com desprezo até por volta da metade do Século XIX. Os botânicos investigam os nervos das plantas; não porque suponham que as plantas sejam capazes de sentir ou pensar como os animais, mas por acreditarem que, para explicar o crescimento e a nutrição dos vegetais, é necessária uma estrutura que guarde, na vida das plantas, uma relação funcional idêntica à dos nervos na vida animal. Parece quase impossível que a Ciência se deixe enganar por muito mais tempo com o simples uso de palavras tais como "força" e "energia", tardando em reconhecer que as coisas dotadas de movimento são coisas vivas, quer se trate de átomos ou de planetas.


5 - Ensina a Doutrina que...
Ensina a Doutrina que, para chegarem a Deuses divinos e plenamente conscientes, as Inteligências Espirituais Primárias (inclusive as mais elevadas) têm que passar pela fase humana. E a palavra "humana" não deve aqui aplicar-se tão somente à nossa humanidade terrestre, mas igualmente aos mortais que habitam todo e qualquer mundo, ou seja, àquelas Inteligências que alcançaram o necessário equilíbrio entre a matéria e o espírito, como nós agora, que já transpusemos o ponto médio da Quarta Raça-Raiz da Quarta Ronda. Cada Entidade deve conquistar por si mesma o direito de converter-se em um ser divino, à custa da própria experiência.

Hegel, o grande pensador alemão, deve ter conhecido ou pressentido intuitivamente essa verdade, quando disse que o Inconsciente fez evolucionar o Universo "com a esperança de adquirir clara consciência de si mesmo", ou, por outras palavras, de se tornar Homem. Outro não é também o significado da expressão purânica, tantas vezes repetida, de que Brahmâ é constantemente "impelido pelo desejo de criar". Da mesma ordem de ideias é o sentido secreto da frase cabalística: "O Sopro torna-se pedra; a pedra converte-se em planta; a planta em animal; o animal em homem; o homem em espírito; e o espírito em um deus". Os Filhos nascidos da Mente, os Rishis, os Construtores, etc., foram todos homens, quaisquer que tenham sido suas formas e aspectos em outros mundos e nos Manvantaras precedentes.

Sendo de caráter eminentemente místico este assunto, é mui difícil explicá-lo em todas as suas minúcias e consequencias, pois nele se acha contido todo o mistério da criação evolutiva. Uma ou duas frases deste Sloka (Estância - "Os Sete Primordiais, os Sete Primeiros Sopros do Dragão de Sabedoria, produzem por sua vez o Torvelinho de Fogo com os seus Sagrados Sopros de Circulação giratória") lembram de modo vívido expressões semelhantes da Cabala e da fraseologia do Rei Salmista. Uma e outra, referindo-se a Deus, fazem do vento o seu mensageiro, e de seus “ministros um fogo abrasador”. Mas na Doutrina Secreta isso tem um sentido figurado. O “Torvelinho de Fogo” é a poeira cósmica incandescente, que acompanha magneticamente, como a limalha de ferro ao ímã, o pensamento diretor das “Forças Criadoras”. Contudo, esta poeira cósmica é alguma coisa mais: porque cada átomo no Universo traz em si a potencialidade da própria consciência. É um átomo e um anjo.

A lei fundamental da Ciência Oculta é a unidade radical da essência última de cada parte constitutiva dos elementos compostos da Natureza, desde a estrela ao átomo mineral, desde o mais elevado Dhyân Chohan ao mais humilde dos infusórios, na completa acepção da palavra, quer se aplique ao mundo espiritual, quer ao intelectual ou ao físico. "A Divindade é um ilimitado e infinito expandir-se" - diz um axioma oculto -, e daí é que vem o nome de Brahma.

No Catecismo, assim pergunta o Mestre ao discípulo:

"Levanta a cabeça, ó Lanu! vês uma luz ou luzes inumeráveis por cima de ti, brilhando no céu negro da meia noite?

"Eu percebo uma Chama, ó Gurudeva! Vejo milhares de centelhas não destacadas, que nela brilham.

"Dizes bem. E agora observa em torno de ti, e dentro de ti mesmo. Essa luz que arde no teu interior, porventura a sentes de alguma maneira diferente da luz que brilha em teus irmãos humanos?

"Não é de modo algum diferente, embora o prisioneiro continue seguro pelo Karma e as suas vestes externas enganem os ignorantes, induzindo-os a dizer: Tua Alma e Minha Alma."

6 - Recapitulemos

Recapitulemos, para mostrar quanto é difícil, senão impossível, fazer completa justiça aos temas ora interpretados, tal a sua magnitude:

1º) A Doutrina Secreta é a Sabedoria acumulada dos séculos, e a sua cosmogonia, por si só, é o mais prodigioso e acabado dos sistemas, ainda que velado, como se encontra, no exoterismo dos Purânas. Mas tal é o poder misterioso do simbolismo oculto que os fatos, que ocuparam a atenção de gerações inumeráveis de videntes e profetas iniciados, para os coordenar classificar e explicar, durante as assombrosas séries do progresso evolutivo, estão todos registrados em algumas poucas páginas de signos geométricos e de símbolos. A visão cintilante daqueles Iniciados foi até ao próprio âmago da matéria, descobriu e perscrutou a alma das coisas, ali onde um observador comum e profano, por mais arguto que fosse, não teria percebido senão a tessitura externa da forma. Mas a ciência hodierna não crê na "alma das coisas", e por isso repugnará todo o sistema da cosmogonia antiga. É inútil dizer que tal sistema não é o fruto da imaginação ou da fantasia de um ou mais indivíduos isolados; que se constitui dos anais ininterruptos de milhares de gerações de videntes, cujas experiências cuidadosas têm concorrido para verificar e comprovar as tradições, transmitidas oralmente de uma a outra raça primitiva, acerca dos ensinamentos de Seres superiores e excelsos que velaram sobre a infância da Humanidade.

Durante muitos séculos, os "Homens Sábios" da Quinta Raça, pertencentes ao grupo sobrevivente que escapou do último cataclismo e das convulsões dos continentes, passaram a vida aprendendo, e não ensinando. Como o faziam? Examinando, submetendo a provas e verificando, em cada um dos departamentos da Natureza, as tradições antigas, por meio das visões independentes dos grandes Adeptos, isto é, dos homens que desenvolveram e aperfeiçoaram, no mais alto grau possível, seus organismos físico, mental, psíquico e espiritual. O que um Adepto via só era aceito depois de confrontado e comprovado com as visões de outros Adeptos, obtidas em condições tais que lhes conferissem uma evidência independente - e por séculos de experiências.

2º) A Lei fundamental do sistema, o ponto central de onde tudo surgiu e para onde tudo converge e gravita, e sobre o qual repousa toda a sua filosofia, é o PRINCÍPIO SUBSTANCIAL, Uno, Homogêneo, Divino: a Causa Radical Única .

...Alguns, cujas lâmpadas tinham mais brilho,
Foram guiados, de uma causa a outra causa,
Ao manancial secreto da Natureza:
E viram que deve existir
Um Princípio primordial...

Chama-se "Princípio Substancial" porque, convertendo-se em “Substância” no Universo manifestado (que não passa de uma ilusão), continua a ser um "Princípio" no ESPAÇO visível e invisível, abstrato, sem começo nem fim. É a Realidade onipresente; impessoal, porque imanente em tudo e em cada uma das coisas. Sua impessoalidade é o conceito fundamental do sistema. Está latente em cada átomo do Universo; e é o próprio Universo.

3º) O Universo é a manifestação periódica daquela Essência Absoluta e desconhecida. Dar o nome de "Essência" é, contudo, pecar contra o espírito mesmo da filosofia. Porque, embora seja aqui o substantivo um derivado do verbo esse, "ser", não pode haver identificação com nenhuma espécie de "seres" concebíveis pela inteligência humana. Define-se melhor dizendo que AQUILO não é Espírito nem Matéria, mas ambos ao mesmo tempo. Parabrahman e Mûlaprakriti são na realidade UM, se bem que apareçam como Dois no conceito Universal do Manifestado, inclusive no do Logos UNO, ou "Manifestação" primeira, em que - como explica o sábio autor das "Notas sobre o Bhagavad Gîtâ" - "AQUILO" surge objetivamente como Mûlaprakriti, e não como Parabrahman; como o seu Véu, e não como a Realidade Una, que está por trás e é incondicionada e absoluta.

4°) O Universo, com tudo o que nele se contém, é chamado Mâyâ porque nele tudo é temporário, desde a vida efêmera do pirilampo até a do sol. Comparado à eterna imutabilidade do UNO e à invariabilidade daquele Princípio, o Universo, com suas formas transitórias e sempre cambiantes, certamente não parecerá, ao espírito de um filósofo, valer mais que um fogo-fátuo. Entretanto, o Universo é suficientemente real para os seres conscientes que o habitam, e que são tão ilusórios quanto ele próprio.

5º) Tudo no Universo, em todos os seus reinos, é consciente, isto é, dotado de uma consciência que lhe é peculiar em seu próprio plano de percepção. Devemos capacitar-nos de que, só porque nós, humanos, não percebemos sinal algum de consciência na pedra, por exemplo, não é isso razão para concluirmos que nenhuma consciência existe ali. Não há matéria "morta" ou "'cega", como não há também Lei "cega" ou "inconsciente". Na Filosofia Oculta não há lugar para conceitos que tais; ela não se preocupa jamais com as aparências exteriores; para ela tem mais realidade as essências numênicas que suas contrapartidas objetivas. Assemelha-se neste ponto aos nominalistas da Idade Média, para quem os universais eram as realidades, e os particulares só existiam nominalmente e na imaginação do homem.

6º) O Universo é elaborado e dirigido de dentro para fora. O que está em baixo é como o que está em cima, assim no céu como na terra; e o homem, microcosmo e cópia em miniatura do macrocosmo, é o testemunho vivo desta Lei Universal e do seu modus-operandi. Observamos que todo movimento externo, ação ou gesto, quer seja voluntário ou mecânico, mental ou orgânico, é precedido e produzido por um sentimento ou emoção interna, pela vontade ou volição, e pelo pensamento ou mente. Pois que nenhum movimento ou alteração exterior, quando é normal, se pode verificar no corpo externo do homem, sem que o provoque um impulso interno, comunicado por uma daquelas três funções, assim também sucede no Universo externo ou manifestado.

Todo o Cosmos é dirigido, vigiado e impulsionado por uma série quase interminável de Hierarquias de Seres sencientes, cada qual com uma missão a cumprir, e que - seja qual for o nome que lhes dermos, Dhyân-Chohans ou Anjos - são os "Mensageiros" (exclusivamente no sentido de agentes das Leis Kármicas e Cósmicas). Variam ao infinito os seus respectivos graus de consciência e de inteligência; e chamar Espíritos Puros a todos eles, sem qualquer toque terrestre, aquele toque "que o tempo costuma imprimir em suas presas", é simplesmente uma licença poética. Porque cada um destes Seres - ou foi um homem num Manvantara anterior, ou vai sê-lo no atual ou em Manvantara futuro.

Quando não são homens incipientes, são homens aperfeiçoados; e, em suas esferas superiores e menos materiais, não diferem moralmente dos seres humanos terrestres senão em que se acham livres do sentimento da personalidade e da natureza emocional humana - duas características puramente terrenas.

Os últimos, isto é, os "aperfeiçoados", estão para sempre libertos daquele sentimento, porquanto: (a) já não possuem corpos carnais, este peso que entorpece a Alma; (b) não encontrando obstáculos o elemento espiritual puro, ou estando mais livre, são menos influenciados por Mâya que o homem, a não ser que este seja um Adepto, isto é, capaz de manter completamente separadas suas duas personalidades (a espiritual e a física).

As Mônadas incipientes, por nunca terem possuído corpos humanos, não podem experimentar nenhum sentimento de personalidade ou de Ego-ismo. Sendo o que se entende por personalidade uma limitação e uma relação, a palavra não pode obviamente aplicar-se a entidades não humanas; mas, tal como o atestam gerações de Videntes, nenhum daqueles seres, superiores ou inferiores, possui individualidade ou personalidade como Entidade separada, no sentido em que o homem afirma: "Eu sou eu, e não outro".

Por outras palavras, eles não têm consciência daquela separatividade tão característica que se observa nos homens e nas coisas da terra. A Individualidade é um traço distintivo de suas respectivas Hierarquias, e não de suas unidades; e esse traço varia somente com a categoria do plano a que pertencem as mesmas Hierarquias: quanto mais próximo da região da Homogeneidade e do Divino, tanto mais pura e menos acentuada é a Individualidade da Hierarquia. São seres finitos sob todos os aspectos, salvo no tocante aos seus princípios superiores (as Centelhas imortais, que refletem a Chama Divina Universal); individualizados e separados tão só nas esferas da Ilusão, por uma diferenciação que é tão ilusória quanto o resto. São "Seres Viventes", porque são correntes projetadas da Vida Absoluta sobre a tela cósmica da Ilusão; Seres nos quais a vida não pode extinguir-se antes que esteja extinto o fogo da ignorância naqueles que sentem essas "'Vidas". Tendo surgido a existência sob a influência vivificante do Raio incriado - reflexo do grande Sol central que cintila sobre as praias do Rio da Vida - há neles o Princípio Interno, que pertence às Águas da imortalidade, embora a sua vestimenta diferenciada seja tão perecível como o corpo do homem.

Os Anjos são homens de uma ordem superior... e nada mais. Não são os Anjos "ministros" nem "protetores", não são tampouco "Arautos do Altíssimo", e muito menos os "Mensageiros da Ira" de Deus, criados pela imaginação do homem. Pedir a proteção deles é tão insensato quanto supor que se possa captar-lhes a simpatia mediante qualquer espécie de propiciação; pois eles, do mesmo modo que os homens, são criaturas sujeitas à imutável Lei Kármica e Cósmica. A razão é óbvia. Não possuindo nenhum elemento de personalidade em sua essência, não podem ter nenhuma das qualidades pessoais que os homens atribuem, nas religiões exotéricas, ao seu Deus antropomórfico - um Deus ciumento e exclusivista que se regozija e se enraivece, que se compraz com os sacrifícios e que é mais despótico em sua vaidade do que qualquer homem estulto e finito.

O homem, sendo um composto das essências de todas aquelas Hierarquias celestes, pode, como tal, alcançar um grau superior, em certo sentido, ao de qualquer uma das Hierarquias ou Classes ou de suas combinações respectivas. Está escrito: "O homem não pode nem propiciar nem comandar os Devas". Mas, paralisando sua personalidade inferior, e chegando assim ao pleno conhecimento da não-separatividade entre o seu Eu Superior e o SER Absoluto pode o homem, até mesmo durante a sua vida terrestre, tornar-se como "Um de Nós". De modo que, alimentando-se com o fruto do conhecimento que dissipa a ignorância, o homem se converte em um dos Elohim ou Dhyânis; e, uma vez no plano destes, o espírito de Solidariedade e de perfeita Harmonia que reina em todas as Hierarquias deve estender-se a ele e protegê-lo em todos os sentidos.

A principal dificuldade que impede aos homens de ciência crer nos espíritos divinos, assim como nos espíritos da Natureza, está no seu materialismo. E o maior obstáculo a que os espiritistas acreditem naquelas entidades, ao passo que conservam uma fé cega nos "Espíritos" dos mortos, é a ignorância geral em que se acha todo o mundo (exceto alguns ocultistas e cabalistas) quanto à verdadeira essência da Matéria. É da aceitação ou não da teoria da Unidade de tudo na Natureza, em sua essência última, que depende principalmente a crença ou a incredulidade da existência, ao nosso redor, de outros seres conscientes além dos espíritos dos mortos. É na exata compreensão da Evolução primitiva do Espírito-Matéria, e de sua essência real, que deve o estudante apoiar-se para a gradual elucidação da Cosmogonia Oculta, sendo esse o único índice seguro que pode guiá-lo em seus estudos ulteriores.

Em verdade, conforme vimos de mostrar, cada um dos chamados "Espíritos" é ou um homem desencarnado ou um homem futuro. Porque, desde o mais elevado Arcanjo (Dhyânn-Chohan) até o último Construtor consciente (a classe inferior das Entidades Espirituais), todos estes são homens que viveram em outros Manvantaras, em evos passados, nesta ou em outras Esferas; e os Elementais inferiores, semi-inteligentes e não inteligentes, são todos homens futuros.

Para o ocultista, a circunstância de um Espírito ser dotado de inteligência representa, por si só, a prova de que este Ser foi um homem, havendo adquirido essa inteligência e o seu conhecimento através do ciclo humano. No Universo só existe uma Onisciência e Inteligência indivisível e absoluta, que vibra em cada um dos átomos e dos pontos infinitesimais de todo o Cosmos - do Cosmos que não tem limites e ao qual se dá o nome de Espaço, considerado independentemente de todas as coisas nele contidas. Mas a primeira diferenciação do seu reflexo no Mundo manifestado é puramente Espiritual, e os Seres nela gerados não são providos de uma consciência que tenha qualquer relação com a consciência que nós conhecemos. Não podem possuir consciência ou inteligência humana senão adquirindo-a pessoal e individualmente. Será, talvez, um mistério; não deixa, porém, de ser um fato para a Filosofia Esotérica; e até um fato dos mais aparentes.

A ordem inteira da Natureza atesta que há uma progressiva marcha que tende para uma vida superior. Existe um plano ou desígnio na ação das forças, inclusive aquelas que parecem as mais cegas. O processo integral da evolução, com suas adaptações intermináveis, é uma prova disso. As leis imutáveis que eliminam as espécies fracas, para dar lugar às fortes, e que asseguram "a sobrevivência dos mais aptos", por cruéis que sejam em sua ação imediata, cooperam todas no sentido da grande meta final. O fato mesmo de que ocorrem adaptações, de que os mais aptos são os que sobrevivem na luta pela existência, demonstra que a chamada "Natureza inconsciente" é, na realidade, um complexo de forças manejadas por seres semi-inteligentes (Elementais), sob a direção de Elevados Espíritos Planetários (Dhyân-Chohans), que formam coletivamente o Verbo manifestado do Logos Não-manifestado, constituindo ao mesmo tempo a Mente do Universo e sua Lei imutável.

A Natureza, tomada em seu sentido abstrato, não pode ser "inconsciente", sendo, como é, a emanação da Consciência Absoluta e, portanto, um de seus aspectos no plano da manifestação. Onde está aquele que se atreve a negar ao vegetal, e mesmo ao animal, uma consciência própria? Tudo o que ele pode dizer é que essa consciência transcende os limites de sua compreensão.

Três distintas representações do Universo, em seus três aspectos distintos, são impressas em nosso pensamento pela Filosofia Esotérica: o Preexistente, o Sempre Existente (do qual promanou o primeiro) e o Fenomenal (o mundo da ilusão, o reflexo, a sombra do anterior). Durante esse grande mistério, esse grande drama da vida, que nós conhecemos pelo nome de Manvantara, o Cosmos real é como os objetos colocados atrás de uma tela branca, sobre a qual projetam sombras. Os personagens e os objetos verdadeiros permanecem invisíveis, enquanto os fios condutores da evolução são manejados por mãos também invisíveis. Os homens e as coisas representam apenas os traços deixados sobre o fundo branco pelo reflexo das realidades dissimuladas por trás das redes de Mahâmâyâ, a Grande Ilusão. Assim o ensinaram todas as filosofias e todas as religiões, pré-diluvianas como pós-diluvianas, na Índia e na Caldeia; assim o ensinaram os sábios da China e os da Grécia. Nos dois primeiros países aqueles três Universos eram simbolizados, nos ensinamentos exotéricos, pelas três Trindades que emanam do eterno Germe central e com ele constituem uma Unidade Suprema: a Tríade inicial, a manifestada e a criadora, ou os Três em Um. A última não é senão o símbolo, em sua expressão concreta, das duas primeiras, que são ideais. Aí está por que a Filosofia Esotérica supera a necessidade desta concepção puramente metafísica, e só ao primeiro Universo chama o Sempre Existente. Tal é a opinião de cada uma das seis grandes escolas da filosofia hindu (Nyâya, Vaishishika, Sânkhya, Yoga, Mimâmsâ e Vedanta) - os seis princípios daquele corpo-unidade da Sabedoria, do qual a Gnose, o Conhecimento oculto, é o sétimo.

A Morte




Indubitavelmente um dos maiores descobrimentos do Século XX foi a estrutura de dupla hélice do DNA – a chamada base de construção da vida. A beleza e elegância dos dois fios do DNA trançados em espiral um em torno do outro apresenta um maravilhoso símbolo do desenvolvimento da vida, não somente da construção de formas biológicas, mas também a evolução daquilo que existe como causa primária, a consciência. Porque se adicionarmos o empuxo da evolução ao ritmo dos ciclos da natureza, o círculo da vida é transformado numa contínua espiral rotatória através da qual a consciência se expressa.

Aprofundando mais neste símbolo, se os dois fios espiralados forem entendidos como entrelaçando espírito e matéria, a consciência pode ser vista como o efeito resultante da evolução desta interação. Temos aqui uma estimulante perspectiva sobre o nobre caminho do meio ensinado pelo Buda, o desafio de trilhar o caminho de maneira eqüidistante entre estes pares de opostos – as duas grandes linhas de força – tal como se expressam em qualquer nível, contrabalançando e relacionando-os entre si numa expressão harmoniosa. Assim como o Buda, o Cristo e outros grandes guias espirituais, também cada unidade de consciência evolui através deste grande processo espiral – a soma total da manifestação planetária avançando lentamente numa viagem de redenção espiritual.

Esta evolução super abrangente requer o constante desprender de formas e a aquisição de novas, à medida que novas combinações de matéria e espírito proporcionem veículos mais refinados para expressar o desenvolvimento da consciência. Quando a potência de uma forma está exaurida e não é mais adequada, a forma é descartada e uma mais apropriada é adquirida. Este é o princípio fundamental por trás do processo de morte e renascimento em todos níveis da natureza. Onde exatamente esta espiral leva ou termina ninguém na realidade sabe; tudo que pode ser dito é que o próximo passo está sempre mais à frente, lentamente percebido na medida que somos impulsionados para frente pelo poder da própria vida.

Desafortunadamente a sociedade secular tem, de maneira progressiva, se isolado do processo cíclico de vida e morte que caracteriza nossa ascensão na espiral. Sempre em busca de novas sensações, nosso irrefreável séqüito de materialismo tem resultado numa identificação muito forte com nosso corpo, nos enredado nos seus sentidos e conseqüentemente perdido o contato com nossa natureza interior. O propósito dos sentidos é informar, não aprisionar, e somente nos desembaraçando deles e interiorizando a nossa linha de investigação, podemos ter esperança de recuperar alguma verdadeira compreensão da natureza da morte. Temos que despertar os sentidos esotéricos interiores e seguir a sua orientação a fim de contatar o núcleo imortal do nosso ser que permanece inabalável e sereno durante os longos ciclos de vida, morte e renascimento. Então podemos conhecer em primeira mão a entrada numa vida mais grandiosa – o formoso segredo que encobre o processo da morte.

Somente pela compreensão da vida após a morte como uma extensão da vida, é que a morte pode ser entendida como simplesmente uma transição – uma relocação da consciência de uma área da divina espiral a outra. Neste sentido morte é simplesmente a libertação da limitação, da qual temos uma experiência parcial todas as noites durante as horas de sono. Morte e sono são fundamentalmente o mesmo, sem diferença, exceto em grau; ... sono é uma morte imperfeita e morte é um sono perfeito. Esta é a principal questão em todo ensinamento sobre a morte... Morte não é o oposto de Vida, mas atualmente é um dos modos de viver – uma modificação de consciência, uma mudança de uma fase da vida a outra pela subserviência ao carma, ao destino... Nossos corpos estão em constante estado de mudança, seus átomos estão num processo contínuo de renovação... Mesmo enquanto encarnados estamos vivendo no meio de incontáveis mortes diminutas.

Morte é, na realidade, deterioração no tempo e espaço e se deve à tendência do espírito-matéria a se isolar, enquanto em manifestação. Este enunciado reflete todo o processo da jornada da Vida – (involução) entrada na forma e num estado de consciência cada vez mais individualista e separado, e então (evolução) de volta à unidade levando conosco os frutos da nossa experiência como agregado de aprimoramento e qualidade. Quando reconhecemos este ciclo podemos, deliberadamente, nos alinhar com a onda evolucionária e superar esta tendência de isolamento do espírito-matéria. Focalizando na alma, o ponto de relacionamento de consciência intermediário entre ambos, nossa visão expandida revela a grande verdade dos ensinamentos da Sabedoria Antiga que mente-corpo-alma são a Trindade sintetizada pela Vida que permeia tudo. Então, morte é entendida como parte do processo da vida, a grande força de liberação que re-focaliza firmemente a consciência em pontos mais altos da espiral entre os pólos do espírito e matéria.

O medo e o horror da morte podem então desaparecer à medida que a consciência de orientação espiritual, a alma, tornar-se realmente conhecida em nossa percepção. O medo é o resultado da identificação com a natureza temporária da forma – nossa própria forma que dá origem ao senso de personalidade, as formas e personalidades daqueles que amamos, e as formas familiares do nosso entorno e meio ambiente. Entretanto, o amor que é da alma opõe-se a esse apego, e a esperança do futuro e nossa libertação das limitações do passado está nesta substituição de ênfase para a transcendência da alma. À medida que avançamos para esse momento quando o aspecto encarnado da alma puder viver conscientemente, construtiva e divinamente em veículos materiais em evolução, o sofrimento, a solidão e a sensação de perda pela morte desaparecerão regularmente. Então, consideraremos a forma simplesmente como uma faceta temporária de oportunidade divina, a personalidade como uma máscara temporária da alma, e conheceremos um novo e mais alegre enfoque da grande experiência que chamamos morte. A morte será entendida como parte da jornada espiritual – a alma levando repetidamente de volta à realidade um fragmento de si mesma para aprender, servir e enriquecer a sua experiência e então, através da morte assimilar os resultados dos seus esforços para promover progresso na espiral do mistério da vida.

Mente, Corpo e Alma.




Nada é incompreensível quando o ser deixa o Divino atuar. Nada deve ser estranho ao discípulo, ao estudante em busca da Verdade, pois não existe somente a esfera Gaya, a terra. Quantos planos e planos existem, nem nós o sabemos, porque o Pai-Mãe em sua sabedoria se autocriou e, sucessivamente, criou o infinito e como Chispas de Luz, de Éter, criou os seres e dentro deste Universo de Inteligência Superior tudo é alfa e ômega; tudo termina onde principia e principia onde termina.

As diversas formas de vida que habitam todos os planos são inumeráveis, porque o Divino em sua sabedoria fez com que as várias espécies convivam entre si. Ele as criou, para que infinitamente, da mesma forma que ele é alfa e ômega, o ser possa desta mesma maneira se autoaperfeiçoar. Então, isto quer dizer, exatamente, que o ser estará infinitamente se aperfeiçoando. Portanto, infelizes aqueles que pensam que a vida se resume somente em Gaya, a terra. O homem é muito mais do que pensa ser. O homem, não é só um envoltório físico, ele é um espírito usando este envoltório. Este corpo denso é, também, composto do Éter e é no Éter a morada do Grande Ser.

Assim, neste imenso regaço do UNO, habitam inumeráveis seres, todos usando as melhores ferramentas e chaves que conseguiram amealhar por diversas e diversas reencarnações, as quais, na realidade, nunca cessarão, pois, tudo é alfa e omega. Para melhor explicar, imagine um círculo fechado, ele não tem começo e nem tem fim. Assim, giram os seres nas diversas rondas. A diferença é que neste círculo do alfa e ômega, temos as diversas esferas de morada, repouso, ensinamentos e trabalho. Temos o plano terra, bem como tantas outras dimensões. Dentro do círculo alfa e ômega, portanto, além dos diversos planos ou esferas, também, os seus habitantes ocupam níveis de morada, de repouso, de instrução e de trabalho de acordo com o seu atual estágio de evolução espiritual

Os seres que habitam outras dimensões, conforme o estágio em que se encontram, quando não se tratar de karma verde, se o desejarem, além de irem para outras dimensões, podem pedir liberação, tanto para reencarnar na terra como também, podem pedir a mesma liberação para retornar ao verdadeiro lar. Nestas situações do karma maduro, o espirito mesmo ocupando um corpo físico, o qual gostamos mais de usar, o corpo denso (em se tratando do plano terra), traz em sua memória a recordação do último estágio espiritual e, assim, num determinado momento, o qual já estava previamente programado e fixado nesta memória astral, este mecanismo neste espírito é acionado, e metafisicamente ele recorda no plano e no veículo em que habita o que foi, o que é, qual a sua missão e recorda que possui, também, o livre arbítrio de pedir a liberação para regressar ao verdadeiro lar e para continuar em outra dimensão e esfera de estágio o trabalho pela Humanidade ou em camadas etéreas em prol dos seus iguais, pois não temos irmãos só em Gaya, temos irmãos, filhos, iniciados, adeptos e mestres, em outras dimensões. Portanto, o espírito é lembrado em sua memória astral da sua real situação e que não é obrigado a permanecer em sofrimento atrelado ao corpo denso até que o ciclo vital se esvaneça, pois ele, no caso do karma maduro e por imenso amor a serviço da Humanidade, por exemplo, pediu para reencarnar. Quando os senhores do karma consultam os registros de cada ser e chegou o momento da liberação, mandam mestres para que preparem o espírito para o retorno. Na realidade, o trabalho mais difícil é preparar a mente inferior, pois o ser humano é muito complexo em sua estrutura física e emocional. O ser humano vive de apegos e despertá-lo de que tudo é maya em Gaya não é das tarefas mais fácies. Por outro lado, o homem comum é um carnívoro, é dado muito aos prazeres do corpo e esquece e nem sabe que tem outros corpos sutis, aos quais deveria depositar muito carinho e atenção.

Portanto, quando o ser busca pela metafísica do Ser, ele está buscando, na realidade, pela metafísica do Grande Ser.

Por não ter costume de se conectar com o Divino, o pequeno ser passa anos e anos estudando os melhores tratados filosóficos e, às vezes, se perde dentro de tanta informação e não encontra ali a chave mestra que abre o portal do Conhecimento, da Sabedoria.

A metafísica do ser, em seu estado global, como disse, é alfa e ômega; está dentro do próprio ser, não tem começo e nem tem fim. Portanto, o ser é o próprio Ser, sendo este Grande Ser identificado como Pai-Mãe, Grande Espírito, Espírito Superior, Éter, Luz, Divino, Centelha Divina, Eu Sou, Eu Sou quem Sou, Eu Sou o Uno, Deus, e, assim, usam-se várias adjetivações para identificar o “Deus” que a tudo comanda, constrói e instrui.

Neste universo, por exemplo, de religiões, credos e dogmas que fervilham na Humanidade, os homens chegam até a se matar, mutuamente, em prol de seu “Deus”. Fica fácil de distinguir, portanto, uma religião, um credo ou um dogma. Primeiramente, o Divino é avesso a religiões, a credos, a dogmas e a adorações. O Divino nem face têm porque se face tivesse, esta face seria universal e como seria uma face universal? Se algum ser se deixou fotografar pela retina humana ou pelo terceiro olho, foram seres de dimensões inferiores ao Divino, como por exemplo, nós os mestres que estamos a serviço do Divino. E, mesmo, que a retina humana ou o terceiro olho enxerguem determinada imagem, não significa ser a real projeção. Em outras dimensões, na realidade, também, não temos formas. Usamos de algum envoltório, às vezes, para facilitar a comunicação, pois dependendo de cada ser, uns ouvem, sentem, outros vêem, outros escrevem de forma direta, outros ouvem e falam telepaticamente, sendo, portanto, diversas as formas em que o Grande Ser pode se manifestar, usando, normalmente, do Mestre Interior ou demais mestres que também, estão compromissados desde outras reencarnações com o pequeno ser. Portanto, o Grande Ser, o Divino, não está na religião a ou b. O Grande Ser, o Divino, está dentro do pequeno ser e seu habitat, o seu verdadeiro Templo, é o coração de cada ser. Estando o ser, com o seu Templo que é o seu próprio coração repleto de amor, amor por si mesmo e amor pela Humanidade; estando o ser com o seu coração em paz e repleto de alegria; estando o ser com o seu coração imune de apegos, imune aos vícios, imune aos ressentimentos e a toda forma negativa, este ser, só pode refletir o Divino. Entretanto, mesmo em situações em que o ser é dado aos vícios e a toda forma de inferioridade, mesmo assim, o Divino não abandona o ser, ele retira-se do Templo impuro e fica pairando no Éter; fica pairando ao redor de si mesmo. Quando, finalmente, o pequeno ser desperta e chama pelo Grande Ser, este em sua infinita compaixão adentra no Templo do pequeno ser e ali fica emanando todo o seu amor, o qual vai impregnando o pequeno ser e este vai se transformando, se autoaperfeiçoando. Portanto, a grande chave para que o pequeno ser fique, diariamente, no regaço do Grande Ser ou que um dia volte ao seu verdadeiro lar, volte ao regaço do Pai-Mãe é este pequeno ser aprender a se conectar com o Divino, com o Grande Ser. Uma das chaves para mais rapidamente o pequeno ser acelerar o seu karma, é sentar para meditar e ficar com o Templo que é o seu coração, mais alvo que a neve. Outra chave é o yoga. Através dos asanas, o pequeno ser vai ganhando resistência para o corpo denso com reflexo nos corpos sutis e chakras. Outra chave é o uso dos mantras, pois são vibrações que chegam ao Éter, são vibrações que nutrem os corpos sutis e impregnam de prana o pequeno ser. Enfim, são tantas as chaves e tantos os caminhos, mais o yoga que é o mais completo dos métodos aliado aos mantras e à meditação, muita meditação, são as chaves mestras para preparar esta Humanidade para esta e outras rondas que advirão.

Como percebemos, o pequeno ser tem vários recursos para se autoaperfeiçoar. A difusão destes métodos e a criação de templos de meditação ajudarão muito para amenizar e acelerar o amadurecimento do karma tanto pessoal como coletivo. Alerto, todavia, que somente a prática dos asanas é perigosa, pois ela trabalha, de forma vigorosa, também, os chakras e para equilibrar estes centros de imensa energia, deve-se usar os mantras e a meditação. Estas chaves curam tudo. Ao fazer uso destas chaves, o pequeno ser estará diretamente conectado com o Divino e refletirá a imagem deste através de si.

Quando o pequeno ser está se autoaperfeiçoando, todos ao seu lado são beneficiados e todos percebem as mudanças. As vezes, o pequeno ser sofre discriminações e tem que romper com antigos laços, com velhas ilusões. O preço do desapego é alto, mais a recompensa é de valor inestimável. O que é Gaya, senão maya? O livre arbítrio do pequeno ser está em decidir onde quer permanecer. Quer ficar em Gaya? Quer permanecer em maya? É uma decisão que só o pequeno ser pode tomar. O Grande Ser deixou para o pequeno ser um círculo infinito com todos os degraus para ascender. O Grande Ser nada exige do pequeno ser. O Grande Ser em sua infinita Sabedoria e Bondade, está sempre ao dispor do chamado do pequeno ser, para ajudá-lo a ascender, continuamente, neste círculo mágico e infinito. O pequeno ser deve, portanto, conhecer primeiro a si mesmo e aparar as arestas que atravancam a sua evolução. O Grande Ser é sábio em sua criação e desígnios. Em termos metafísicos, todos os seres são iguais, pois o Grande Ser deu a eles a mesma oportunidade de infinitamente evoluir. O Grande Ser deu ao pequeno ser a chave de poder descobrir quem é, por que está no aqui e agora, para onde vai e o que fará ainda nos demais planos e futuras rondas.

O Grande Ser legou, portanto, ao pequeno ser, a chave da auto cura de todos os seus corpos, seja denso ou sutis. As chaves mestras são, portanto, as já mencionadas.

Metafisicamente falando, tudo foi previsto pelo Grande Ser, pelo Grande Espírito, desde o nascimento do pequeno ser ou pequeno espírito até a sua morte, a qual preferimos o termo liberação.

Se, por exemplo, o pequeno ser, preferir no caso de karma maduro voltar a reencarnar num veiculo humano, este espírito levará gravado em sua memória, principalmente, a última reencarnação. Poderá até lembrar de outras. Quando novamente o seu karma atual amadurece na ronda e estágio espiritual em que se encontra, o pequeno espírito começa a ter lampejos de quem foi, quem é, qual a sua missão na atual ronda e se pode pedir a liberação para voltar. Em outros casos, quando o pequeno ser, por sua própria evolução não puder pedir a liberação, ele recorda disto tudo, só que ainda vai ter que aguardar a decisão do conselho kármico. A diferença, neste caso, entre um e outro é que o primeiro, já trouxe na memória a possibilidade da liberação antecipada, pois normalmente, estes seres decidem por livre arbítrio reencarnar em Gaya por compaixão à Humanidade. O outro ser, teve que reencarnar para tentar resolver na ronda atual o que deixou para trás; então, ele não traz em sua memória o registro astral do livre arbítrio tanto da reencarnação, como da liberação. Dependendo, portanto, do estágio do pequeno espírito na ronda, o momento da liberação pode ser muito natural ou extremamente doloroso. A volta para o regaço do Grande Ser ou do Grande Espírito é o objetivo contínuo do pequeno espírito ou do pequeno ser.

Quanto ao sentimento de religiosidade subjacente no pequeno ser, ele já traz ao reencarnar ou adquire na ronda atual. Este sentimento de religiosidade, muitas das vezes mal compreendido, é a espiritualidade que flui do Grande Ser. Existe, pois, diferença entre religião e religiosidade. A religião é criação da Humanidade. Todas as religiões, na essência, são boas, mas quem as deturpam são os seres humanos. Não há religião superior à Verdade como bem defende a Teosofia, porque a Verdade está dentro de cada ser. A religião existe, ou pelo menos deveria existir para acalmar a mente humana, sendo que na verdade o pequeno ser deveria buscar, primeiramente, o acalento dentro de si mesmo, junto ao Grande Ser. Já que o homem precisa, às vezes, de uma religião, faz-se mister a responsabilidade de seus fundadores, pois os líderes religiosos ao fundarem religiões sem qualquer sentido ético, usurpando da fragilidade humana, visando o comércio e não a elevação espiritual dos fiéis, estes líderes estão atrasando a evolução dos pequenos seres e, por conseqüência, as suas próprias. E, como disse acima, existe um conselho kármico e na tábua de evolução de cada ser, lá está anotada cada ação e, por conseqüência, também, a sua reação. Quando a Humanidade tomar consciência da profundidade do tema, ela terá parcimônia ao atuar com a espiritualidade do pequeno ser.

Oxalá, o ser se convença do seu próprio Templo interior, mais se antes não conseguir, o ser poderia, também adentrar num templo de meditação edificado sem qualquer dogma, credo, ou finalidade lucrativa, para ali entrar, e aprender a sentar e em meditação se autoconhecer. É do autoconhecimento que partimos para a Luz. Se o ser está em trevas e nenhum esforço faz para ir além, como poderá vislumbrar a Luz? Se o ser preferir ficar com o véu; se o ser preferir por tapar os olhos e ouvidos e fechar o chakra de amor que é o seu coração, como poderá conhecer a si mesmo? Como poderá ir ao encontro do Grande Ser? Como poderá obter tantas respostas metafísicas?

Não existe nada superior a Verdade, além da que está dentro do ser. Quando o ser mantém o elo com o Grande Ser, o ser é o Ser e dentro do ser está o Grande Ser. E, então, o ser e o Grande Ser passam a ser Unos em si.

Para os seres que decidiram fazer parte da atual ronda em Gaya, estes seres tem deveres com as demais espécies. Gaya é a Mãe dos seres que ali vivem e ela os acolhe com amor. Como tem coragem o pequeno ser de destruir este planeta? Como pode o pequeno ser danificar, mutilar e extinguir as espécies que o Grande Ser aqui deixou sob os cuidados de nossa Mãe Gaya? Se o pequeno ser não tem o direito de se autodestruir, como pode ter a coragem de destruir o planeta e suas exuberantes e diversas formas de vida?

Oxalá, os líderes da Humanidade, os pequenos seres de Gaya, consigam a tempo, retirar as vendas dos olhos e pararem de se autodestruir!

Os Cristais


Melhore sua vida e melhore o seu relacionamento com os outros, usando o poder dos cristais, transmitindo sua própria energia positivamente e atraindo assim, energias positivas para si próprio.

Os cristais amplificam as energias (tanto que são usados até na técnica das transmissões), além de conter na forma mais pura, as cores que são necessárias para nosso equilíbrio físico, biológico e espiritual. A energia que sai dos cristais, é uma composição dos elementos da natureza e dos raios vibracionais.
Transmitem uma espécie de raio que é absorvido pelo corpo físico. Esses raios absorvidos pelo corpo, desbloqueiam e alinham os chakras, que são os sete centros de energia que todas as pessoas tem. Cada cristal tem uma função específica, de acordo com seu tamanho e coloração. Os cristais grandes, como por exemplo a Drusa por ser um Quartzo de várias pontas, é excelente para as limpezas dos ambientes.

Os cristais mais comuns, são os cristais de quartzo (transparente), por sua maneira fácil de usar e alinhar qualquer os chakras.
Os cristais coloridos são usados em cima de cada um dos chakras, a fim de atingir problemas específicos.
Não é aconselhável para os iniciantes em cristais, começar com os cristais coloridos.
O seu uso incorreto poderá não trazer os resultados esperados.
É aconselhável para as pessoas que desejam obter um cristal, escolher um simples, como o quartzo (transparente).
Procure sentir a vibração que eles emitem. Se sentir uma mudança de temperatura nas mãos ou uma espécie de formigamento, este será o cristal ideal para você.
Ametista: Transforma as energias negativas em positivas, a angústia em sensação de paz, curando doenças sangüíneas, liberando o espírito das energias negativas, tendo também poder anti-séptico em ambientes e pessoas.
Ajuda na parte do crescimento espiritual, levando à alta consciência . Traz estabilidade, força, vigoração e paz. Usado no tratamento de desordens do sistema nervoso, digestivo e celulares, coração, estômago, pele e dentes.

Elimina o stress. Inspira cura, e intuição.
Citrino: Nos dá a força de autoconfiança, cura males estomacais.
Quartzo Branco: Amplifica todas as energias, aumentando a capacidade mental, melhorando a memória. Não é aconselhável que fique muito exposto. Deixe-o sempre guardado até a hora de usá-lo.
Quartzo Róseo: Transmite o amor incondicional, da paz e tranqüilidade.
Quartzo Verde: Tem o poder de acalmar e de curar as mais diferentes doenças.
Sodalita: Tem o poder de relaxar e abre a terceira visào, aumentando o poder de transmissão com outros planos astrais.
Ágata: Desenvolve a coragem e a força, ajudando a descobrir a verdade e a aceitar o destino. Fortalece o corpo e a mente. É uma pedra energética e poderosa. Auxilia no sistema circulatório e no pâncreas.

Alexandrita: Beneficia o sistema nervoso, baço e o pâncreas. É uma pedra com poderes regenerativos. Cria uma ligação mental, emocional e dos corpos etéricos, levando a um estado maior de equilíbrio. Combate a baixa estima e desordens do sistema nervoso. Inspira felicidade, criatividade, expansão da consciência e o amor pela vida.
Amazonita:Acalma o sistema nervoso. Traz força para o coração e para o corpo físico. Equilibra todos os chakras. É usado no tratamento de desordens do sistema nervoso. Inspira paz, ligação com a alta dimensão e claridade
Âmbar: Permite o corpo a se curar pela absorção e transmutação da energia negativa para positiva. Anima a disposição e estimula o intelecto. Abre o chakra coronário.Usado em casos de perda de memória, ansiedade e incapacidade de tomar as próprias decisões.
Aquamarina: Ajuda na digestão, limpa e equilibra o emocional. Fortalece o fígado, baço e rins. Estimula as células brancas do sangue.
Aventurina: Purifica mentalmente e emocionalmente. Neutraliza as emoções, trazendo o equilíbrio para o corpo físico. Elimina o medo e cura problemas relacionados a doenças da pele. Inspira independência, criatividade e saúde.
Azurita: Fortalece o sangue. Corta as ilusões.Inspira criatividade, intuição e limpa a mente.

Esmeralda: É a pedra do amor incondicional. Fortalece o coração, rins e os sistemas imunes. Equilibra a mente e o corpo físico.Inspira amor, prosperidade, tranqüilidade e a paciência. Aumenta a clarividência.
Calcita: Equilibra as polaridades masculino e feminino e as emoções. Excelente para quem está estudando ciência e arte. Calcita amplifica os corpos de energia, sendo excelentes fontes de energia para o chakra coronário. Usado em todos os chakras.
Carnélia: Energiza as partes psíquicas, emocionais e mentais. Fortalece o corpo através do emocional, trazendo coragem e resistência. Carnélia ajuda a humanidade a fazer a transição para a quarta dimensão. Inspira concentração, felicidade e sociabilidade.
Crisocola:Excelentes para os períodos de dor e tensões pré-menstruais. Auxilia na prevenção de úlcera, problemas digestivos e pulmões. Alivia o sentimento de culpa. Equilibra os chakras. Relaxa os estados de ansiedades e medos, prevenindo congestão emocional. Inspira criatividade, o poder pessoal, felicidade e serenidade
Diamante: Transmuta as energias negativas para positivas. Purifica o corpo e o espírito. Amplifica as energias do corpo e da mente. Inspira inocência, purificação, confiança, abundância e serenidade.
Dioptásio: Equilibra os canais da mente e do corpo físico. Fortalece o sistema nervoso, trazendo estabilidade emocional. Estimula os rins, pulmões e coração, excelente para quem está envolvido emocionalmente. Inspira progresso, prosperidade e abundância.

Fluorita: Com grande poder de cura, acumula e absorve os nutrientes vitais. Fortalece os dentes, os ossos e os vasos sangüíneos. Usado também no chakra do terceiro olho. Permite que a mente se mantenha equilibrada.
Calcita Ouro: Usado no chakra coronário para estimular as altas freqüências. Beneficia os rins, pâncreas e baço. Alivia o medo e o stress. Equilibra as polaridades masculino/feminino e as emoções. Inspira felicidade e clareza.
Calcita Verde: Suaviza as fronteiras rígidas da mente. Liberta os antigos conceitos, permitindo que as coisas novas entrem aliviando o medo e o stress. Usado no chakra do terceiro olho ou no chakra da garganta. Auxilia os rins, pâncreas e baço.
Jade: Auxilia nos problemas dos olhos. Equilibrador emocional. Radia amor incondicional, coragem, justiça, claridade e sabedoria. Inspira confidência e equilíbrio.
Lápis Azuli: Traz vitalidade e relaxamento para o corpo e a mente. Usado no chakra do terceiro olho para penetrar nos bloqueios do subconsciente. Ajuda a desenvolver o poder da mente. Inspira criatividade, expressão e estabilidade.
Obsidiana: Equilibra as energias do corpo físico. Limpa os bloqueios do subconsciente. Auxilia os intestinos e o estômago.Inspira objetividade, sabedoria e amor.

Ônix: Traz sabedoria em decisões que precisam ser tomadas. Fortalece a espinha e tira o stress. Inspira serenidade, auto controle e intuição.
Quartzo: Ativa a cura no corpo. Um poderoso harmonizador e curador da aura. Neutraliza a negatividade em qualquer nível. Os cristais grandes ajudam a harmonizar e equilibrar as energias do meio ambiente. Inspira claridade e confidência.
Quartzo Rosa: Liberta ressentimentos como: culpa, medo, ciúmes e raiva. Auxilia os rins e o sistema . Ótimo para quem tem medo de mostrar suas emoções. Quartzo Rosa é o mestre dos curadores.
Rubi: Usada para preservar o corpo físico e a saúde mental. Estimula o chakra cardíaco.Inspira sabedoria espiritual, saúde, conhecimento, tranqüilidade e riqueza.
Quartzo Fumê: Usada também nas meditações, permite penetrar em áreas obscuras trazendo luz e amor. Quartzo fumê é associado com o chakra do umbigo e é um dos mais poderosos cristais para estimular e purificar as energias.
Pedra da Lua:Faz uma conexão com a fonte de luz interna, em qualquer forma de meditação. Usado em qualquer chakra.
Olho de Tigre:Traz uma alta freqüência de energia vibracional. Equilibra a percepção.
Topázio:Desintoxica o corpo. Desperta e inspira a abundância na saúde, ajudando na regeneração dos tecidos e fortalecendo os órgãos e glândulas. Inspira paz, tranqüilidade, criatividade e expressão.
Turmalina Preta:Traz uma forte proteção, aumentando a sensibilidade e compreensão. Tira o medo e a transmuta a negatividade. Um poderoso curador das desordens da mente.
Turqueza:Auxilia na regeneração dos tecidos. Fortalece e alinha todos os chakras. Ajuda no crescimento pessoal e expande a consciência. Tem o propósito de equilibrar e curar o chakra da garganta. Inspira criatividade, paz, equilíbrio emocional, comunicação, lealdade e sabedoria.
Zircônia:Acalma as emoções. Traz proteção contra a insônia e a depressão. Fortalece a mente. Aumenta a auto estima.

Métodos de Limpeza:
Lave seu cristal e deixe-o imerso num recipiente de vidro ou de plástico( não pode ser de alumínio), transparente com água e sal grosso (a água do mar tem a composição básica do Universo e equilibra as energias da matéria), pelo tempo que achar necessário.
Separe os cristais a serem limpos, deixe-os exposto à chuva forte, desta maneira eles descarregam as energias negativas para a terra.
Pegue o(s) cristal(is) a serem limpos. Ascenda um incenso de seu gosto e assopre a fumaça em direção aos cristais. Faça este processo 3 vezes.
Energização:
Para quem mora perto de um rio ou riacho, deixe a água da correnteza cair sobre os cristais.
Deixe os cristais exposto à luz solar, no mínimo por seis horas, ou deixe exposto a luz lunar, ficando a noite inteira.
Pegue um ou dois cristais de cada vez. Segure-os na mão, deixando a água da torneira cobrir os cristais, imaginando uma luz dourada penetrando no cristal.
Enterre os cristais e deixe-os por 24 horas.
Deixe os cristais perto de uma Drusa (Quartzo transparente com várias pontas).
Após a limpeza, coloque o cristal escolhido na sua mão esquerda, eleve seu pensamento e imagine estar dentro de seu cristal, sentindo sua temperatura e recebendo no todo de seu corpo sua luz cromática ( luz da mesma cor que o cristal escolhido).
Banhos:
Para obter um efeito de energização, escolha alguns cristais de sua preferência e coloque-os na banheira. Após o banho, limpe-os e energize-os novamente.
Energização de ambientes:
Escolha alguns cristais e coloque-os dentro de um vidro, um deles precisa ser quartzo. A medida que a água dentro do vidro for ficando escura, troque a água e lave os cristais.

Uso pessoal:
Escolha um cristal e coloque dentro de um veludo e carregue-o dentro da bolsa, no bolso ou qualquer outro lugar de sua escolha. Ou, coloque um cristal de sua escolha dentro do travesseiro enquanto dorme.
Plantas:
Coloque um cristal de sua preferência e coloque perto da raiz da planta a ser energizada.
Para ser absorvida a energia de um cristal, vire a ponta do cristal, de modo que fique direcionado à você. Se for passar energia para outra pessoa, direcione a ponta do cristal para a pessoa que irá receber a energia.
Após a compra do cristal escolhido, ele deverá passar por um processo especial de limpeza e energização. É importante saber que quando um cristal entra em contato com o corpo físico, ele absorve muitas energias negativas, precisando ser limpos e energizados antes de usar.
A limpeza em um cristal, faz com que todas as energias por ela absorvida sejam descarregadas.


A energização devolve as energias ao cristal, desta maneira, estando pronta para usá-la novamente.
Para começar a sentir o efeito do poder do cristal sobre nós, teremos que antes limpá-los, energizá-los e usá-los das maneiras descritas a seguir.
Lembre-se: A mão esquerda recebe e a mão direita doa. E para qualquer que seja o uso do cristal,você deve sempre estar com o pensamento elevado.
Fonte: Recebido do grupo 7 elementos