sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O Exemplo de um Verdadeiro Mestre



O Exemplo de um Verdadeiro Mestre

iddu Krishnamurti nasceu na Índia em 1895 e a partir dos treze anos de idade passou a ser educado pela Sociedade Teosófica, que o considerava o veículo para o "Instrutor do Mundo", cujo advento proclamavam. Krishnamurti logo emergiu como um poderoso, descompromissado e inclassificável instrutor, cujas palestras e escritos não estavam vinculadas a nenhuma religião específica, não sendo do Oriente nem do Ocidente, mas para o mundo todo. Repudiando com firmeza a imagem messiânica, em 1929 dissolveu dramaticamente a grande e rica organização que havia sido criada à sua volta, e declarou ser a verdade "uma terra sem caminhos", à qual nenhuma religião formalizada, filosofia ou seita daria acesso.

Nesta ocasião, um repórter, considerando um ato espetacular dissolver uma organização com milhares de membros, perguntou-lhe quem se interessaria em escutá-lo, se não queria seguidores? K. respondeu: - "Se houver apenas cinco pessoas que queiram escutar, que queiram viver, que tenham a face voltada para a eternidade, será o suficiente. De que servem milhares que não compreendem, completamente imbuídos de preconceitos, que não desejam o novo (...)? Gostaria que todos os que queiram compreender sejam livres, não para me seguir, não para fazer de mim uma gaiola, que se torne uma religião, uma seita. Deverão estar livres de todos os temores (...), do medo da espiritualidade, do medo do amor, do medo da morte, do medo da própria vida."

Pelo resto de sua vida Krishnamurti insistentemente rejeitou a posição de guru que tentaram lhe impingir. Continuou a atrair grande audiência através do mundo, mas não reivindicava autoridade, não queria discípulos, e falava sempre como um indivíduo fala a outro. No cerne do seu ensinamento estava a conscientização de que é possível produzir mudanças fundamentais na sociedade apenas pela transformação da consciência individual. Enfatizava constantemente a necessidade de autoconhecimento, e da compreensão da influência restritiva e separativa dos condicionamentos religiosos e nacionalistas. Apontava sempre para a necessidade urgente de abertura, do "vasto espaço no cérebro no qual há inimaginável energia". Isto parece ter sido a fonte de sua própria criatividade e a chave para seu impacto catalítico sobre uma ampla gama de pessoas.

Krishnamurti continuou falando pelo mundo até sua morte, em 1986, aos noventa anos de idade. Suas palestras e diálogos, diários e cartas têm sido preservados em livros e gravações.

Falou em várias universidades, a professores e a grupos de estudantes, nos EUA, na Europa e Índia. Foi freqüentemente procurado por pensadores e cientistas, com os quais estabeleceu debates.

A educação constituiu sua principal preocupação, desde muito jovem, tendo fundado várias escolas. Hoje estes centros educacionais são renomados e recebem jovens de todas as partes do mundo. As mais famosas são as de Brockwood Park, na Inglaterra, para jovens a partir de quatorze anos, a de Rishi Valley, na Índia, que recebe crianças a partir de sete anos, e a de Oak Grove, nos EUA, com alunos a partir de três anos e meio de idade.

"A Verdade é uma terra sem caminho".

O homem não chegará a ela através de organização alguma, de qualquer crença, de nenhum dogma, de nenhum sacerdote ou mesmo um ritual, e nem através do conhecimento filosófico ou da técnica psicológica. Ele tem que descobri-la através do espelho das relações, por meio de compreensão do conteúdo da sua própria mente, mediante a observação, e não pela análise ou dissecação introspectiva. O homem tem construído imagens em si próprio, como muros de segurança - imagens religiosas, políticas, pessoais. Estas se manifestam como símbolos, idéias, crenças. O peso dessas imagens domina o pensamento do homem, as suas relações e a sua vida diária. Tais imagens são as causas de nossos problemas, pois elas dividem os homens. A sua percepção da vida é formada pelos conceitos já estabelecidos em sua mente. O conteúdo de sua consciência é a sua consciência total. Este conteúdo é comum a toda humanidade. A individualidade é o nome, a forma e a cultura superficial que o homem adquire da tradição e do ambiente. A singularidade do homem não se acha na sua estrutura superficial, porém na completa libertação do conteúdo de sua consciência, comum a toda humanidade. Desse modo ele não é um indivíduo.

A liberdade não é uma reação, nem tampouco uma escolha. É pretensão do homem pensar ser livre porque pode escolher. Liberdade é observação pura, sem direção, sem medo de castigo ou recompensa. A liberdade não tem motivo: ela não se acha no fim da evolução do homem e sim, no primeiro passo de sua existência. Mediante a observação começamos a descobrir a falta de liberdade. A liberdade reside na percepção, sem escolha, de nossa existência, da nossa atividade cotidiana.

O pensamento é tempo. Ele nasce da experiência e do conhecimento, coisas inseparáveis do tempo e do passado. O tempo é o inimigo psicológico do homem. Nossa ação baseia-se no conhecimento, portanto, no tempo, e desse modo, o homem é um eterno escravo do passado. O pensamento é sempre limitado e, por conseguinte, vivemos em constantes conflito e numa luta sem fim. Não existe evolução psicológica.

Quando o homem se tornar consciente dos movimentos dos seus próprios pensamentos ele verá a divisão entre o pensador e o pensamento, entre o observador e a coisa observada, entre aquele que experimenta e a coisa experimentada. Ele descobrirá que esta divisão é uma ilusão. Só então haverá observação pura, significando isso percepção sem qualquer sombra do passado ou do tempo. Este vislumbre atemporal produz uma profunda e radical mutação em nossa mente.

A negação total é a essência do positivo. Quando há negação de todas aquelas coisas que o pensamento produz psicologicamente, só então existe o amor, que é compaixão e inteligência.

Esta exposição foi originalmente escrita pelo próprio Krishnamurti, em 21 de outubro de 1980, para ser publicada no livro "Krishnamurti: Os Anos de Realização", de Mary Lutyens.

Fonte: Instituição Cultural Krishnamurti

A prisão de não saber dizer não




A prisão de não saber dizer não


A dificuldade em dizer não é um padrão emocional muito comum, facilmente detectável em boa parte das pessoas. A maioria de nós, em maior ou menor grau, sente essa dificuldade.

Algumas vezes, a dificuldade aparece disfarçadamente. Vou citar um exemplo. Algumas explosões de raiva são, na verdade, uma manifestação das consequências desse padrão. Conheço uma pessoa que costuma aceitar tudo. O outro pede e ela faz e não reclama. No entanto, vai se acumulando uma insatisfação interior até que um belo dia surge uma grande reação de raiva. Nesse dia, ela consegue dizer não para a pessoa e aproveita a oportunidade para falar tudo que ficou engasgado. O resultado disso é a perda das amizades, dificuldades nos relacionamentos de trabalho e em todas as áreas.

As pessoas que têm esse padrão costumam comentar coisas do tipo "fulano é muito cara de pau, teve a capacidade de pedir isso e aquilo, e não é a primeira vez"; "eu jamais teria coragem de pedir tal coisa pra alguém". E no final perguntamos: e você atendeu ao pedido? E a reposta é sempre "ah sim, acabei fazendo, mas foi contra a minha vontade". E o discurso segue relatando o quanto esse pedido inapropriado lhe trouxe prejuízos.

É como se a pessoa dissesse interiormente "vou fazer o que estão me pedindo, mas de forma muito contrariada, vou reclamar bastante e ficar com muita raiva, comentarei com todo mundo o quanto essa pessoa é cara de pau, quem sabe ela toma consciência e para de me pedir essas coisas, não é possível que isso continue, ela deveria saber o limite, deveria ter bom senso assim como eu tenho".

Esse tipo de discurso coloca a pessoa no lugar vítima: "os outros não me respeitam, a culpa não é minha, o mundo é que deveria mudar". Um ganho secundário desse comportamento é o de ser visto como uma pessoa boa pelos outros: a explorada, a coitada, a vítima das maldades do mundo. Muita gente usa do vitimismo para obter aceitação e reconhecimento. No entanto a tendência é que as pessoas comecem a perceber esse padrão e se afastem com o tempo. Ela então precisará encontrar novos círculos para realizar o mesmo processo.

Muitas pessoas que agem dessa forma começam a se isolar como forma de evitar relacionamentos e ter que fazer coisas contra a sua vontade. Viver a vida sem colocar limites acaba levando a tristeza, ansiedade e depressão.

Conforme citei no início do texto, a dificuldade em dizer não pode estar em vários níveis, variando de pessoa para pessoa. Tem esse tipo de caso que relatei onde a se acumula raiva até explodir. Tem outros de pessoas que até dizem não na hora, mas o fazem de forma raivosa ou agressiva. É a sua defesa para esconder a insegurança que carregam. O "não" poderia ser dito de forma firme e ao mesmo tempo educada, sem qualquer tipo de desconforto por alguém que fosse mais seguro. Existe ainda aquele tipo que parece que nunca fica com raiva. É nessas pessoas que a insatisfação provocada irá causar mais intensamente quadros de depressão e ansiedade.

Comecei a refletir sobre o seguinte. De vez em quando me pego irritado quando alguém me solicita algo que não considero razoável, ou testemunho amigos comentando coisas que indicam sentimentos parecidos. Comecei, então, a desenvolver o seguinte pensamento: Qualquer um tem o direito de pedir o quiser, quando quiser, e eu tenho que estar preparado para isso aprendendo a negar e colocar os limites de forma firme e sem me alterar. Se eu fico com raiva ou irritado, sei que faz parte da minha insegurança e não adianta culpar ou falar mal do outro, pois isso seria vitimismo.

Não saber colocar limites é uma grande prisão porque ficamos dependendo do comportamento do outro para ficar em paz. É uma insanidade ficar reclamando como se os outros tivessem o dever de mudar. O que causa o sofrimento não é o pedido absurdo que alguem nos faz. Sofremos quando nós acatamos contra a nossa vontade ou quando reagimos de forma irritada. Deixe o outro ser como quiser, e aprenda a dizer não quando achar que deve. Isso sim o deixará em paz.

Outra coisa comum é que a pessoa começa a prejudicar seus relacionamentos mais íntimos pois está sempre a disposição dos pedidos de outros mais distantes. Programas são desmarcados, mudanças de planos ocorrem de última hora... Logicamente, isso causa desentendimentos familiares.

O mais interessante é que essas pessoas querem contar com compreensão da sua família; querem apoio para manter o seu comportamento subserviente com relação a terceiros. É como se dissessem "eu quero que você compreenda que eu não consigo dizer não para outras pessoas, e já que temos mais intimidade e sei que você me ama, você entenderá melhor se eu cancelar ou alterar o nosso programa pra que eu possa atender a outra solicitação. Por favor, compreenda isso e não brigue comigo, pois eu não posso contar com essa compreensão do outro lado e você sabe que tenho medo da rejeição, de não ser aceito, de perder minha imagem de bonzinho...". Os familiares ficam magoados, sentem como se todo mundo fosse mais importante e que a relação mais próxima não está sendo valorizada, por que é exatamente isso que está ocorrendo.

Por trás dessa dificuldade, podemos citar vários sentimentos negativos relativos a auto-estima: medo da rejeição, medo de não ser aceito, necessidade em ser reconhecido e valorizado. Existe uma ilusão de que agindo dessa forma a pessoa será bem vista. Mas ocorre justamente o contrário. Quanto menos damos limites, mais as pessoas nos desvalorizam. Parafraseando Gasparetto, "o mundo lhe trata como você se trata". Quem vive nesse padrão, dificilmente percebe isso e com o passar do tempo desenvolverá o discurso de que o mundo é um lugar cruel.

Quem sabe impor limites, liberta-se de muita ansiedade, acumula menos trabalho, aperfeiçoa as relações em todos os níveis, relaciona-se melhor e é mais respeitado.

por Andre Lima - andrelimareiki@gmail.com

Conexão com Deus: você precisa sentir!




Conexão com Deus: você precisa sentir!


Talvez não estivesse nos planos do Grande Espírito Criador a idéia de que um dia, seus filhos falassem da Conexão e sua importância e necessidade. Falo isso porque qualquer ser minimamente consciente deveria saber que sem essa sintonia com a Força Maior, a vida não fluiria dentro de nós, portanto, é quase que uma incoerência falar de algo vital, essencial, assim como o ar que respiramos, mesmo porque, se não houvesse essa ligação entre qualquer ser e o Criador, obviamente esse primeiro jamais existiria. Sem essa ligação com a força de vida que nos alimenta, que abastece tudo e a todos, nada seria possível.

Por isso que talvez, Deus, do alto de sua Grandiosidade, jamais imaginou que precisaríamos "revisar" esse aprendizado. Mesmo assim, mesmo sendo algo tão necessário e vital quanto o ar que respiramos, portanto, óbvio, nunca é demais falar de um assunto tão importante.

Não é difícil perceber que temos uma programação interior que nos leva sempre, mesmo que não tenhamos consciência, a buscar constantemente CONEXÃO com a Fonte Maior.

Quando batemos a canela no canto da cama, instintivamente levamos a mão ao ponto dolorido, com o objetivo de gerar alívio.

Quando sofremos, nos sentimos mal, choramos, nos recolhemos em reflexões, com o objetivo de nos centrar, nos equilibrar.

Quando a doença surge, nossos corpos pedem descanso, tratamento, refazimento.

Quando chega a noite, sentimos a necessidade do sono, do repouso reciclador da força da vida.

Quando estamos com fome, o alimento nos renova, nos sacia.

Quando estamos carentes, queremos um colo, um amigo, um ombro para chorar.

Todos esses hábitos carregam mensagens incutidas que demonstram claramente o mecanismo natural instintivo, de que sempre buscamos a Fonte. E se buscamos esse manancial é porque não estamos ligados a Ele, ou no mínimo temos dificuldades em nos manter nessa ligação. Portanto, toda crise, dor, sofrimento, revela uma quebra dessa sintonia, que é a causa raiz de toda mazela humana.

Não existem mistérios, complexidades ou desafios instransponíveis nessa tarefa, porque todo ser tem internamente essa programação, todavia, estamos destreinados, desacostumados a viver a vida em conexão com a Fonte.

Nosso desafio é relembrar o que está impregnado em nossas células físicas e espirituais: na conexão constante e consciente está a receita para uma vida feliz e plena de todas as qualidades e virtudes que precisamos.

O desafio lançado a todos nós é de reaprender a viver, começar de novo, mesmo que tímida e lentamente, começar a considerar que a nossa ligação com a Fonte é inquestionável.

Uma vez que aceitemos essa verdade natural e passemos a agir condizente, uma força luminosa muito intensa passará a nos sinalizar o caminho de uma vida simplesmente maravilhosa: uma vida em CONEXÃO!

Dicas para sentir e manter a CONEXÃO:

- Reze - desenvolva o hábito da oração, devotada, de coração, com intenção amorosa.

- Medite - pare pelo menos duas vezes ao dia para encontrar silêncio dentro de você, mesmo que tudo ao redor esteja barulhento. Feche-se ou isole-se em um local, ao menos garanta que ninguém lhe interromperá. Respire fundo, feche os olhos. Faça no mínimo vinte ciclos respiratórios profundos e longos. Procure sentir a leveza que vem em seguida.

Depois imagine, acredite, sinta, visualize, que do alto de sua cabeça, entra uma linda luz celestial, divina, abençoada, que purifica seu corpo todo, dos pés a cabeça. Imagine essa luz passando suavemente sobre todo o seu ser.

- EXPRESSE GRATIDÃO PELA VIDA E SEJA GENTIL COM TODAS AS PESSOAS, mesmo que aparentemente elas não façam por merecer.

Acredite, se você aplicar à risca essas dicas, certamente sentirá sua CONEXÃO acontecer. Sinta a CONEXÃO, você vai se transformar.


por Bruno J. Gimenes - sintonia@luzdaserra.com.br