quinta-feira, 29 de março de 2012

O RESSURGIMENTO DA ENERGIA DO GOLFINHO DOURADO



O RESSURGIMENTO DA ENERGIA DO GOLFINHO DOURADO
O CETÁCEO SAGRADO

– O RESSURGIMENTO DA ENERGIA DO GOLFINHO DOURADO -

Uma mensagem de Metatron canalizada por Tyberonn em

7 de junho de 2011

Mestres, os Golfinhos e as Baleias são Seres incríveis que trazem uma tremenda Luz Cristalina para o Planeta.

Estes Cetáceos são seres inteligentes altamente evoluídos, originários de Sirius B, e que estão na Terra para ajudar a humanidade de maneira requintada, numa ressonância que está muito além da sua atual compreensão e imaginação. Estes belos seres desempenham inúmeras funções, sendo que uma das mais importantes é ancorar a Luz das águas dos oceanos que cobrem mais de dois terços do seu planeta.

Eles interagem diretamente com a essência viva do Planeta Terra, bem como com a consciência iluminada da humanidade. A consciência do Cetáceo Sagrado tem uma linhagem antiga e atemporal, que vem ressurgindo nas últimas cinco décadas para carregar uma frequência essencial phi-cristalina, especificamente concebida para elevar as energias e transformar os harmônicos, de modo a permitir a necessária expansão dimensional da polaridade da Terra para o Campo Cristalino da Omni-Terra de Ponto-Zero

Os Cetáceos estavam na Terra antes da humanidade, antes da dualidade. Portanto, nossas palavras podem ser interpretadas literalmente quando lhes dizemos que os Golfinhos Dourados estão voltando embora, paradoxalmente, também estejam esperado por vocês. A essência deles está acima do tempo, acima do espaço.

Quer a humanidade reconheça ou não, o Golfinho Dourado está dentro de cada um de vocês. E num nível subconsciente, ele convida o ser humano a despertar a Divindade Interior do Eu Verdadeiro. Ele fala à humanidade sobre a alegria, a liberdade inata e o espírito do Amor Incondicional. Os Golfinhos Dourados estão voltando. O Golfinho Dourado é VOCÊ… e sua hora é AGORA!

AS ÁGUAS SAGRADAS

É lógico imaginar que, como os oceanos cobrem a grande maioria do seu planeta, existem incríveis pontos de poder, vórtices e portais dentro deles. Os Cetáceos não só mantêm como também influenciam e amplificam estas importantes energias. Como Sírius-B é um planeta aquoso oceânico, estes Seres Cetáceos Mestres são altamente qualificados para aceitarem sua missão de facilitar a manutenção dessa vasta área da Terra.

As baleias e os golfinhos não estão sozinhos em sua generosa missão nas águas do seu planeta. As tartarugas marinhas, as focas e certamente as energias mineralógicas vivas dos recifes de coral desempenham papéis importantes e sucintos. Todos estes são energias incrivelmente vitais e positivas. Entretanto, os golfinhos e baleias é que são os portadores principais das vibrações necessárias para ajudar na Ascensão da Terra.

Queridos Humanos, está na hora de se conscientizarem de quem são esses Seres e de deterem o genocídio ignorante desses Mestres generosos que estão aqui para ajudá-los. Infelizmente, até mesmo na América do Norte, tribos indígenas são autorizadas a tirar a vida das baleias como um “rito” tradicional arcaico.

Em algumas áreas persiste a pseudo-justificativa e argumentação de que esses Seres divinamente inteligentes são fontes necessárias de alimento. Queridos, nós lhes dizemos que tanto as baleias quanto os golfinhos jamais concordaram em servir de fonte de alimento para a humanidade. Estes Seres contêm a mesma alma e energia que a humanidade, embora em uma matriz física diferente. Eles têm os mesmos pensamentos e consciência que vocês têm. A missão deles é importante demais para que sua destruição continue sendo permitida. Eles nunca foram destinados a ser fonte de alimento para humanidade e está na hora de vocês reconhecerem esta verdade. Existem outros acordos com certas espécies de plantas, animais e peixes que estão aqui para servir a essa necessidade, mesmo nas regiões mais remotas.

Mestres, vocês se surpreenderiam se soubessem que muitos de vocês coexistem como Cetáceos! Pois o espírito, a alma no interior desses Seres é de Inteligência Divina e faz parte do grupo de almas de vocês. Muitos de vocês, em eras passadas e na atual, existiram na multidimensionalidade como golfinhos. Milhões de seres humanos estão conscientes desta grande Verdade velada.

Existem golfinhos e baleias do nível de Avatar em Sírius B. Existem Mestres Ascensionados na forma humana que entraram no plano terreno como “walk-ins” (“entrantes”, como é o caso de Anaya-Ra). Estes são Mestres da essência do Golfinho Dourado, e estão aqui para canalizar suas mensagens. O clarim está soando… ouçam o chamado!

OS GOLFINHOS DOURADOS

Os golfinhos avatares são conhecidos como “Golfinhos Dourados”. Estes golfinhos dourados irradiam um imenso campo áurico de pura luz cristalina dourada, representando o farol de puro Amor Incondicional.

A energia dos Golfinhos Dourados veio à Terra, originalmente, para incorporar seus códigos a este planeta, antes que ele tivesse feito a transição total para a completa dualidade polar. Eles são de natureza verdadeiramente Cristalina e estão emitindo a ressonância de Onda-OMM do Amor Incondicional. Assim, a essência deles está voltando a desempenhar um papel importante na Transição Ascendente, tanto da Terra quanto da Humanidade. Do mesmo modo, os Cetáceos também estão envolvidos na recodificação dos Discos Solares Cristalinos e na codificação da Grade Cristalina 144. Eles nadam em bandos etéreos sobre os Discos Solares e Vórtices Cristalinos para recodificar o planeta.

Os Golfinhos Dourados estão entre os sirianos, pleiadianos e arcturianos que os incentivam a usar cristais para se conectarem com a Grade Cristalina que está sendo finalizada no seu planeta, para que a humanidade possa sustentar frequências mais elevadas para ajudar na codificação do seu DNA de 12 filamentos.

Suas energias sublimes são empíricas, etéreas e físicas. Eles são membros da Aliança Sírio-Pleiadiana e também do que podemos chamar de Conselho Niburiano. Este último está intimamente envolvido na provisão da mudança da estrutura genética dos códigos do DNA para o planeta e raças planetárias que estejam preparadas para passar ao próximo nível da sua evolução ascendente. O trabalho deles, neste caso, envolve uma associação com a consciência Siriana-A dos Felidae Sagrados. Os Felidae ou Felinos também fazem parte da Aliança Siriana e do Conselho Niburiano.

Estes Seres são de Inteligência Divina e têm entrado no Plano Terreno desde os tempos antigos, em funções e formatos específicos. A versão em forma física, que se encontra atualmente no Plano Terreno, está no que poderíamos chamar de família dos gatos, e é apenas uma parcela da consciência de sua natureza siriana. Isto porque os Felinos agem amplamente no reino etéreo ou invisível da antimatéria. Sua consciência total existiu e se manifestou nas eras LeMuriana e Atlante e no início da era Egípcia.

Os Mestres dos Felidae Sagrados estavam envolvidos com a engenharia genética no Templo da Purificação (em Poseida), na Atlântida, durante a Idade de Ouro da Lei do Um. Isto era feito de um modo muito positivo e benéfico, antes de esta tecnologia ser tragicamente mal utilizada pelos arianos Filhos de Belial, na triste extinção da era final de Atlântida.

Os Felidae de Sírius A e os Mestres Cetáceos de Sírius B são hábeis em integrar o espírito à matéria, não apenas dando força vital à forma física, mas também integrando os níveis de consciência de chacras superiores dentro da matriz física à multidimensionalidade do nível da Mer-Ka-Na.

Esta capacidade de trabalhar com a humanidade em termos energéticos envolve a ativação dos chacras superiores e dos corpos de luz cristalina superiores. Este nível superior de consciência é a Consciência Crística, e os Cetáceos são Mestres Cristalinos. Sua função renovada na Terra inclui o apoio na mudança da grade de polaridade magnética para a Grade Cristalina.

PERGUNTA PARA METATRON: Então os Seres de Sírius B são basicamente aquáticos e os Seres de Sírius A, Felinos?

RESPOSTA DE METATRON: a região habitada que circula Sírius B é essencialmente aquática, e os Cetáceos, os Golfinhos e as Baleias são aquáticos. Entretanto, eles têm uma consciência suficientemente elevada para manifestar uma forma que pode se habituar igualmente nos reinos aquosos e no que poderíamos chamar de terra.

As formas de vida da estrela-irmã Sírius A são expressões diferentes da dos Cetáceos. Sirius A abriga a Vida Humanóide (Sementes Estelar) bem como os Sagrados Felidae e Canidae. Todos estes são Seres de Inteligência Divina que têm expressões variadas auxiliando o Plano Terreno. Todos eles interagem com o seu planeta em muitos níveis e de inúmeras formas.

Os Cetáceos de Sírius B têm a capacidade de escolher encarnar na Terra diretamente na espécie humana ou como golfinhos e baleias. Estes seres também podem escolher existir em formas etéreas no seu mundo.

Na verdade, os golfinhos Cetáceos são almas individuais encarnando no reino físico. Eles irradiam uma energia alegre e, embora individualmente ocupem um corpo de golfinho, são também naturalmente capazes de formar uma incrível energia conjunta unificada, um enorme campo grupal dentro de bandos que projetam imensas ondas de energia pura de luz dourada-cristal. O espectro desses campos e as pulsações de energia projetadas são de grande alcance. Quando esses grupos se movem em uníssono, geram energias extremamente benéficas para a Terra e a humanidade. O campo do golfinho está em ressonância direta com outras dimensões, incluindo o reino da Aliança Sírio-Pleiadiana.

Quando esses golfinhos pulam e giram, formam vórtices alegres de energia e essa energia é gerada pelo grupo, pelo conjunto de todos eles. Seus efeitos equilibram e elevam a Terra. Tais grupos se sintonizam com a energia de pontos de poder e, inclusive, formam outros que são móveis, situados em áreas que precisam de ajuste.

A consciência no interior dos golfinhos e baleias é da mesma fonte. Vocês podem ficar surpresos ao saberem que as baleias geralmente são ocupadas por grupos de Cetáceos, entidades sirianas-B. De certo modo, pode-se dizer que as baleias maiores, como as jubartes e as baleias azuis, são semelhantes a bio-embarcações, às vezes ocupadas por um agrupamento de até 100 entidades fundidas numa consciência de grupo unificada. A energia emitida por essas baleias se assemelha a um imenso portal-vórtice móvel. Elas se tornam condensadores de energias eletro-cristalinas divinas que ancoram a Terra em planos superiores. Quando sua alegria é expressada em saltos, a belíssima Onda-OMM dessa energia é capaz de viajar centenas de milhas.

PERGUNTA PARA METATRON: Estou intrigado com a informação sobre os Felidae e Canidae de Sírius A. Você está falando de gatos e cachorros? Pode se estender um pouco mais nesta questão?

RESPOSTA DE METATRON: Certas raças do que se pode chamar de gatos e cachorros domésticos são realmente derivações singulares dos Felidae e Canidae. Elas desempenham funções específicas na assistência aos seres humanos. As versões “domésticas” de gatos foram criadas pela engenharia genética dos atlantes da Idade de Ouro.

CACHORROS E GATOS

Tanto os gatos quanto os cachorros, nesta derivação, estão servindo como doadores de energia para os humanos que cuidam deles. Ambos têm a capacidade de fundir seus campos energéticos com o humano e são capazes de se tornarem fragmentos da personalidade dos seus cuidadores. É por isto que alguns deles muitas vezes começam a apresentar características físicas dos seus “donos”, embora este aspecto em particular ocorra mais comumente com os cães.

Os cães emanam extrema lealdade e amor incondicional, uma dedicação que é recebida energeticamente pelo ser humano e pode ajudá-lo de muitas formas. Os cachorros tornam-se companheiros e também protetores.

O felino – o gato – está muito mais no reino etéreo (antimatéria) no seu campo consciente. É por isto que muitas sociedades do passado adoravam as formas Felinas do Jaguar, Leão, Tigre e Puma.

Estes seres são extremamente conscientes das formas-pensamentos dos planos etéreos e oferecem uma força invisível de proteção. O gato doméstico é capaz de proteger tremendamente seus cuidadores contra formas pensamentos indesejáveis e energias negativas. Certas raças de cachorros também possuem esta habilidade, mas isto é mais profundo nos Felidae.

O ronronar de um gato é muito benéfico para curar, restaurar e proteger a aura humana. O aspecto místico dos gatos tem sido reconhecido há muito tempo, e “Gatos Templos” eram usados em muitas sociedades antigas, bem como para companhia e como aliados dos xamãs. O Lupus e outras espécies caninas, como o lobo, também possuem esta capacidade. Tanto os gatos quanto os cachorros têm a capacidade de perceber e enxergar em muito maior dimensionalidade do que o olho humano.

FUSÃO ÚNICA COM A CONSCIÊNCIA HUMANA

Assim como a humanidade na dualidade ainda precisa adquirir sua consciência plena, a versão de Felidae e Canidae que são gatos e cachorros é apenas um fragmento da consciência total e do espectro de energia dos seus aspectos sirianos. Entretanto essa expressão foi concebida para ser assim, pois esses seres podem se tornar tão ligados aos humanos que eles servem, que uma terceira consciência pode se desenvolver entre o humano e seu animal de estimação, a qual é extremamente benéfica para o desenvolvimento do cuidador humano.

A consciência terrena dos cachorros e gatos funciona mais em padrões de pensamento com impulsos instintivos poderosos. A estrutura do DNA desses seres é concebida de modo que eles tenham uma capacidade única e divinamente intencionada de se tornarem aliados, programados com o ser humano com o qual estão trabalhando. Quando isto acontece, embora num formato diferente em cachorros e gatos, pode-se considerar que houve a formação de um aspecto da personalidade do ser humano dentro do gato ou do cachorro. Então o “animal de estimação” é capaz de ajudar o seu cuidador humano tanto física quanto emocionalmente, proporcionando-lhe conforto, energia, cura, companhia, detectando doenças, selando rupturas áuricas e oferecendo proteção nos planos físico e etérico.

Quando um ser humano forma uma fusão de fragmentação da personalidade com um Felidae ou Canidae, essa energia pode evoluir de um modo único e, muitas vezes, reencarnar ou se re-anexar em outras vidas e na mesma vida, para continuar ajudando o seu dono. Deste modo, o ser humano pode ter a mesma essência energética do seu gato ou cachorro por um período de aproximadamente 70 anos, em diversos e sequentes corpos de gatos ou cachorros.

Por exemplo, os dois gatos dos quais este canal cuida atualmente estiveram com ele em diferentes corpos, como uma criança nesta vida e, inclusive, foram leopardos domesticados em uma encarnação passada no Egito.

ENCERRANDO

Sírius não é apenas uma estrela física binária no Cosmos, com planetas circulando ao seu redor. É também uma frequência vibratória de um reino que alcançou a Ascensão. Portanto, é uma ressonância celestial sagrada e um modo de estar dentro de uma consciência extremamente expandida. Sírius está dentro de todas as dimensões, tanto físicas quanto não-físicas. As Estrelas de Sírius são portais ou aberturas para essas outras dimensões, e os golfinhos e baleias são portais vivos, aberturas, receptores e transmissores dessa energia.

Em um futuro não muito distante, a humanidade chegará a compreender isto e a respeitar seus Irmãos Sirianos das Águas Sagradas. Nesse ínterim, grupos de Golfinhos Dourados etéreos e as Embarcações Mestres da Baleia Platina navegarão no tempo do sonho da Omni Terra, tecendo fios diáfanos de Omm, ajudando na Transição Cristalina do seu planeta… esperando amorosamente que a humanidade desperte.

Eu sou Metatron e compartilho estas Verdades com vocês. Vocês são Amados.

E assim é


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Tradução de Vera Corrêa veracorrea46@ig.com.br

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Autocontrole Emocional



Mais uma vez, estamos aqui para falar sobre assuntos metafísicos, tais como a nossa consciência, nossa evolução, nosso autocontrole. Este é o tema de hoje. Gostaria de ter, pessoalmente, um maior autocontrole emocional para poder falar-lhes com bastante propriedade sobre assunto tão importante para a vida, como seja nossa estabilidade mental, emocional, consciencial e física. O controle emocional envolve todos os aspectos de nossa vida física.

O autocontrole é uma verdadeira personalidade. É um atributo de nosso espírito. Ele, uma vez amadurecido, isto é, ao se manifestar em nós, imediatamente é percebido por todos, pelo benefício que causa. Hoje estamos vivendo uma fase muito dura, muito difícil. As emoções estão muito à flor da pele. As ansiedades, as angústias, as tristezas, as mágoas, as dependências a prazeres, a medos, a dores, a perdas, tudo isso faz com que a humanidade fique à mercê de circunstâncias emocionais muito decisivas em sua vida, onde um pequeno deslize pode comprometer toda a existência, toda uma encarnação.

Os que estão se trabalhando em busca de uma evolução espiritual, muitas vezes, se surpreendem com os seus descuidos emocionais, ou mentais e se perguntam: "poxa, depois de tanto trabalho, de tantos anos de estudo, de tanta busca e ainda sou surpreendido por deslizes primários na área da estabilidade emocional". Estamos vivendo uma fase muito decisiva. Estamos sendo testados ao máximo. Poucos serão os que manterão a estabilidade, através do autocontrole emocional.

Quando falamos em autocontrole emocional, muitas pessoas podem pensar que se trata de repressão, de sentir vontade de fazer algo e não fazer. Querer fazer algo e não fazer, por medo, por autocensura, não. Não quer dizer nada disso. Autocontrole quer dizer: não ter desejos, não haver vontades ou situações que perturbem nossas emoções ou nossos pensamentos. Nosso coração não pode bater descompassado. Nosso sistema nervoso não pode ficar superexcitado, gerando tremedeiras, abalos internos, em que os pensamentos fiquem tumultuados, congestionados. Todos estes sintomas são indícios de instabilidade emocional e mental, isto é, constituem ausência de autocontrole emocional.

Nós podemos viver neste mundo hostil, onde a violência, a inconsciência, o desrespeito proliferam como se fossem praga supercontagiosa. Mas, também, precisamos ter cuidado para não nos contaminar tanto com essa substância negativa, que é o descontrole mental, emocional, nele incluído o desespero. No passado, muitas foram as epidemias, que assolaram a humanidade. Atualmente elas (as epidemias, doenças, etc.) acontecem mais no nível interno do que externo. Quer dizer, que uma parcela considerável da nossa humanidade encarnada, não apenas no Brasil, mas a nível internacional, aproximadamente, uns 60 a 65% das pessoas fogem da realidade da vida, através de inúmeros tipos de drogas, e outros mecanismos, tais como: super-alimentação, álcool, e fumo. Também lançam mão de drogas alucinógenas, de estimulantes, de antidepressivos, para fugirem de si mesmas, para fugir do mundo onde vivem, porque não têm forças. As pessoas não têm solidez para enfrentar os obstáculos e ao invés de transformá-los em soluções, em aprendizado e maturidade, fogem da vida.

Todos nós temos problemas. Desde os tempos de criança, quando despertamos para nossa identidade, até nossa maturidade, nunca deixamos de ter problemas. Então, não percamos a oportunidade que nos está sendo dada nesta encarnação: a de sermos testados ao máximo, ao extremo. Nem todos os habitantes da Terra, que aqui estão hoje, poderão retornar após o seu desencarne, que pode ocorrer a qualquer instante. Aquele que se esforçar ao máximo e conseguir manter estabilidade, será recompensado.

O materialista acha isso ridículo. E o espiritualista superficial acha que autocontrole é para a vida que vem, para a próxima encarnação. Temos a eternidade. Afinal somos imortais. Não temos somente a próxima encarnação. A próxima encarnação de muitas pessoas não será mais aqui, no planeta Terra. Estamos na prova final. Não há mais tempo para estudar. Na última hora, não haverá mais tempo para discussões sobre religião, sobre crenças. O tempo de agora é de autotransformação.

O espiritualista precisa saber que não há mais a eternidade aqui na Terra. Nosso espírito de fato é imortal, mas não para viver aqui na Terra, nesta Terra de hoje. A seleção já começou. Cada dia que passa, seremos tentados, seremos seduzidos a buscar os prazeres mais primitivos e a fugir das dores mais fúteis, das dores mais corriqueiras, de pequenas perdas materiais, de pequenos atritos emocionais, afetivos, e familiares. Sofreremos a desilusão de repentinamente ver, que gastamos décadas de uma existência na busca de sonhos, que ao se realizarem demonstram ser, na verdade, meras quimeras, meras ilusões, que se diluem ao serem alcançados, nada deixando, a não ser um grande vazio.

Outra coisa: a nossa existência é marcada por uma grande aceleração cármica. Isto nos dificulta o autocontrole. Se nós vivêssemos em uma família e numa sociedade em que todos nos tratassem com grande respeito, carinho, consideração, fraternidade, facilmente viveríamos com autocontrole. É muito fácil ficar calmo com uma pessoa que não nos agride, que sempre é eficiente, que não nos desrespeita. Seria uma maravilha. Os planetas mais evoluídos são assim. Lá teremos uma consciência mais ampla. Aqui, na Terra, temos a necessidade de desenvolver muita estabilidade mental e emocional.

Quantas loucuras são cometidas em função de um brusco desnível no equilíbrio mental ou emocional. Existem muitos níveis de autocontrole. Certas pessoas parecem supercontroladas, tranqüilas, serenas, cujas ações são medidas e calculadas pela razão, pela lógica, pela coerência. No entanto, como eu disse, são diversos os níveis. Enquanto não se pisa no calo de uma pessoa, ela não reclama. Mas, quando se alcança o limite, a pessoa transborda, se irrita e perde o autocontrole. Todos nós temos limites. Raras são as pessoas que já conseguiram a transcendência emocional, alcançando regiões conscienciais, onde podem ser atingidas em sua moral, receberem atentados, agressões morais, físicas, materiais, afetivas e permanecerem em total estabilidade, sem entrarem em desespero, sem experimentarem a mágoa, a raiva, a agressividade, ou a vingança.

A transição planetário que já está acontecendo e acentuou-se mais ainda após a Segunda Guerra Mundial, atualmente está em andamento, mais do que se pensa. Ela está separando as pessoas que demonstraram educação, perdão, compreensão, tolerância e um certo descontentamento com esta civilização, um descontentamento positivo. Isto significa alguém acordar pela manhã e pensar: a vida é maravilhosa, mas este mundo em que estou vivendo não está bom, não estou satisfeito com ele. Gostaria que ele fosse diferente. Sei que sou apenas um. Não tenho o poder de mudar o mundo, mas tenho o poder de mudar as minhas ações que influenciam o mundo. Devo executar uma grande mudança nas minhas ações, desde a hora em que levanto, procurando não ser áspero com as pessoas que convivem comigo.

A pessoa autocontrolada demonstra, em primeiro lugar, autocontrole em casa, com as pessoas do lar, com as quais convive todos os dias. Não adianta tratar gentilmente um estranho ou um amigo ou um colega e não tratar gentilmente o filho, o irmão, o pai, a mãe, a esposa, o marido, o parente que está ali, constantemente conosco. Torna-se mais difícil tratar bem os nossos parentes e familiares, porque eles conhecem nossas vulnerabilidades e nem sempre as respeitam, machucando-nos muito mais do que um estranho que não nos conhece muito bem, e a quem podemos esconder os nossos defeitos e falhas. Para um familiar é impossível esconder as nossas falhas, porque ao longo de meses, de anos, de décadas, estes erros e defeitos ficaram evidentes. Então, sentimo-nos mais vulneráveis perante os familiares, em função disso. Assim, tornamo-nos muito agressivos, como uma forma de defesa.

Muitas vezes, é difícil reconhecer os nossos defeitos, ou seja reconhecer que estamos errados, de fato; eu não deveria ter feito isso; eu não deveria agir dessa forma, pois não é o correto. Mas o nosso orgulho impede o reconhecimento de nossos erros, porque ele, acrescido de nossa vaidade, aponta os erros do outro, justificando, assim, não reconhecer os próprios erros. Daí a razão de agredirmos os outros, quando nos sentimos agredidos, quando os outros apontam os nossos defeitos. Isso dificulta a estabilidade emocional e mental. Enquanto não nos colocarmos numa situação de igualdade uns com os outros, não toleraremos situações de confronto, mesmo que não tenhamos os defeitos dos outros e que os outros não tenham os nossos defeitos. Os defeitos a que me refiro são as falhas operacionais, seja de capacitação mental, intelectual, como também as falhas de caráter que são tidas como vícios a demonstrarem limitações infantis na evolução humana. Temos que reconhecer a nossa imperfeição, pois assim, aceitaremos os outros com as suas mazelas e erros. Se somos imperfeitos, porque haveremos de exigir que os outros sejam perfeitos? Aceitemos as nossas imperfeições.

Quando buscamos o autocontrole ele deve ser exercitado, primeiramente, em casa. A nossa casa, o nosso lar é a grande escola. É onde nos preparamos para o mundo exterior. Se uma pessoa não se prepara bem em casa, ela não está preparada para sair fora de casa, porque sairá mascarada. Em casa ela é intolerante, e quando sai, veste uma máscara de tolerância e de compreensão. Ela é "boazinha" até que não extrapolem o seu limite de tolerância. Uma vez extrapolado o limite, a máscara cai automaticamente e mostra a cara feia que estava escondida. Aí, as pessoas se surpreendem: ah, este é você, dando uma de bonzinho, de autocontrolado, de evoluído. Mostra-se evoluído, enquanto não mexem nos seus pontos vulneráveis. Os nosso pontos vulneráveis são os que geram a nossa instabilidade emocional e mental. São esses os pontos que devemos, antes de mais nada, corrigir. Não devemos esperar um mundo onde não haja enfermidades. Torna-se necessário curar nossas enfermidades, para que ninguém possa tocá-las.

Quais são essas enfermidades? São as nossas fontes de prazer, que precisam ser substituídas. É como uma pessoa que sabe que determinado alimento lhe é prejudicial, causando enfermidade. Assim, ao ter o desejo de comer determinado alimento, a consciência avisa: não é bom, arrume um substituto saudável e a pessoa imediatamente encontra um substituto, um sucedâneo saudável.

O ser humano sempre está em constante busca de prazer. Enquanto permanece nessa dualidade, existem duas fontes de felicidade: uma, é o júbilo advindo do mundo superior e outra, é a do prazer, advindo deste mundo. Mas que júbilo é esse? É o do contentamento, da felicidade não pelo que se fez e faz, mas pelo que se é (interiormente). O prazer sempre advém daquilo que se faz. Quem, ainda, está preso ao prazer que advém do que se faz, não terá uma verdadeira felicidade. Existe um método para se autocontrolar. É um método diferente, demonstrando que o prazer saudável não é um prazer vindo deste mundo, mas, que é um prazer, um júbilo de realização pelo que se é.

Explicarei. O primeiro nível é o que se refere ao prazer deste mundo, e é conseguido através da substituição dos desejos. Estamos aqui na Terra, graças ao nosso desejo de vivenciar e experimentar situações existentes aqui. Há pessoas que desejam ter filhos. Há pessoas que desejam ser profissionais em diversas áreas. Há pessoas com desejo de saber coisas, de fazer coisas, de obter fama, obter poder. Existem as mais diversas fontes de desejos. Todo desejo é dual. Quer dizer: todo desejo deste mundo transitório, em que vivemos, se transformará em dor. Em outras palavras, toda a pessoa desejosa de ter um filho ao ter o filho terá o prazer de ter o filho, mas depois terá a dor de perder o filho. Todo aquele que tem o desejo de saber alguma coisa, quando reencarnar terá a dor de perder alguma coisa. Todo aquele que tem o desejo de possuir ou de realizar alguma coisa, uma vez realizado ou possuído o objeto dos desejos, a dor virá, pois o objeto já não satisfaz mais.

Imagine que a pessoa esteja no nível do prazer. Antes do prazer havia uma dor e depois do prazer haverá outra dor; depois, outro prazer, depois, outra dor; depois outro prazer, outra dor. Esta é a nossa vida aqui na Terra. Nós estamos sendo educados por Deus. Se fôssemos somente animais, coisa que não somos, diríamos que estamos sendo adestrados por Deus, pelas leis da vida, mas já que não somos animais, estamos sendo educados a aprender que este mundo não é um lugar para se estar. Mas, já que estamos aqui, cumpramos todas as provas, sem fugir deste mundo. Pior do que estar aqui é fugir daqui. Precisamos sair daqui pela porta da frente. Darei um exemplo figurativo.

Imaginem que determinado indivíduo viva numa sociedade muito organizada, onde o amor e a justiça são as tônicas predominantes da vida. Porém o indivíduo, por desrespeito às leis dessa sociedade, impossibilitou o seu convívio com as pessoas dessa sociedade, pois agredia os direitos naturais dos outros seres. Determinou-se, então, que por amor a ele, ele não perdesse o direito de viver ali, mas que para ele retornar a viver ali, ele tivesse que emigrar para um mundo onde fosse educado, onde ele aprendesse aquilo que não se deveria fazer. Que ele aprendesse na pele o que podia e não podia fazer em sociedade avançada. Então ele veio para um mundo como a Terra. Aqui, ele aprende o que não se deve fazer. Quando experimentar em si o que outras pessoas não deveriam fazer a ele, mas tiveram o direito de fazer, então aprenderá. Após aprender, ao longo de incontáveis existências, que não se deve ser apegado, porque tudo aqui passa, ele poderá retornar a um mundo melhor.

O passarinho adora voar. O fato de voar é que fez com que o espírito do passarinho desejasse nascer como pássaro. Então ele quis voar. Antes ele não voava e um pássaro lhe falou: olhe, voar é maravilhoso. Você tem a liberdade de ir de um país para o outro, de ir de uma árvore para outra. Nada o prende, já que está sem casa, sem destino, vagando pelo planeta e o espírito ficou seduzido pelo desejo de voar e quis nascer pássaro.

Como nós somos deuses e temos o poder de realizar o que nós desejamos, o espírito conseguiu se tornar pássaro. Antes ele rastejava como um animal qualquer. Antes ele era um leão, uma ave que não voava, que desejava voar. Era um peixe. O peixe quis nadar porque foi seduzido. Ele via a água, a beleza da água, a vida da água e ele se viu seduzido. Ele quis nadar; ele quis saber como é, como é a sensação de nadar; de viver naquele meio. O desejo desta sensação o fez buscar a água e ele teve prazer na água e ele teve contentamento, mas ele também teve dor. Ele teve a dor da dificuldade de viver num meio aquático; teve a dor de ser o jantar ou o almoço de algum predador. Teve a dor da perda, pois a dor sempre está ao lado de um prazer que passa.

Quando observamos esses acontecimentos somos tomados de uma grande desilusão. A gente pensa: então o que fazer, como viver, como é que terei autocontrole? Se pensa que é autocontrolada, de repente a mãe morre, e aí, entra numa depressão, numa tristeza da qual nunca mais sai.

Outras vezes, a pessoa é espiritualista, tendo uma crença num líder ou numa religião e de repente vê que não é aquele líder ou aquela religião que vai, de fato, levá-lo à felicidade e aí, entra em desilusão. Gente, tudo aqui é passageiro, tudo, absolutamente tudo. Estamos numa fase, em que descobrimos o quanto esta vida é passageira. Este conhecimento será o fator determinante do nosso autocontrole. Poucos são aqueles que conseguirão ter autocontrole sem se trabalharem consciencialmente. Pode ser bom saber, pode ser bom ter, mas não será esse o fator determinante da fonte de harmonia, de felicidade, de estabilidade emocional e sim aquilo que nós descobrimos a respeito de nós mesmos. Porque, se você tiver um emprego, poderá perdê-lo. Se tiver um bem, poderá perdê-lo. Se tiver um amor, paixão, poderá perdê-lo. O amor verdadeiro é imortal, felizmente. Mas aquele amor pelo qual nós amamos sexualmente, ele se esfarela como poeira jogada no ar, desaparece.

Quando alguém cria um filho, agradeça a Deus por tê-lo, por conhecê-lo. Se for um inimigo de vidas passadas, terá a oportunidade de se tornar amigo. Terá a oportunidade de saber que ele existe. Mas nunca pense: ele é meu, pois, ele é de Deus. Prepare-se todos os dias para experiências inusitadas, que o prepararão para a vida e para a sua compreensão.

Quer ter autocontrole, quer pegar o seu carro e dirigir no trânsito e não ter medo nenhum e quando alguém te der uma fechada você não xingar, então será preciso atenção e cuidado. Acordou de manhã, exercite a técnica da autoconsciência, dizendo e pensando: este corpo não me pertence. Deve falar para si mesmo e se conscientizar: o corpo físico não sou eu, não é o meu Eu verdadeiro – o meu Cristo Interno.

Alguém, aqui, talvez ache que é exagero dizer que o seu corpo não lhe pertença, pois sabe que o seu coração está batendo. Se ele pudesse parar agora, nós não continuaríamos vivos. Ninguém consegue determinar a hora da morte e a hora do nascimento. Não, eu não quero morrer agora. Eu quero viver novamente. Se alguém atear fogo no seu corpo e pensar: não, eu não quero pegar fogo, mesmo que alguém ponha fogo nesse corpo, a pessoa saberá que é dele. O corpo realmente existe, pois se a água o molha e pode se afogar; se o fogo queima e mata; se as bactérias, os vírus o atingem. Então, esta pessoa acreditando que o corpo dele é uma ilusão, ocasionar-lhe-á uma grande instabilidade mental e emocional, porque ficará, constantemente, com cuidados exagerados a respeito do próprio corpo. Esses supercuidados farão com que as pessoas se tornem agressivas por causa do instinto exacerbado de sobrevivência.

Imagine uma pessoa que pegou um carro emprestado, um carro impecável, zerado, polido, limpinho e saiu com o carro pelo trânsito afora. Pára num estacionamento e fica pensando: gente será que alguém vai sujar o meu carro? Será que alguém vai arranhar o meu carro? Ah, mas não pode, e fica lá de olho, vigiando. Se algum estranho se aproxima do carro, imediatamente ele reage e diz: ‘epa o que que você está querendo com esse carro’? Não, eu só estava passando na calçada aqui. Eu não estou querendo nada com ele. E a pessoa responde: olha lá hein, olha lá, e assim, agredindo a quem aparece na frente.

De repente ele dá uma descuidada e alguém arranha o carro. Meu Deus do céu, como é que fizeram isso? Aí surge a revolta e a indignação. Como é que fizeram isso com o meu carro? Depois vai para casa revoltado, ficando mais agressivo ainda. Quer dizer, que da próxima vez agredirá antes de ser agredido.

Agora, se a pessoa pegou o carro emprestado, e o dono fale assim: olha, você vai agir dessa forma, assim e assim. Se alguém causar dano ao carro que te emprestei, não se preocupe, porque isso está além da sua vontade momentânea. Aí, a pessoa sairia com o carro, deixaria no estacionamento ou em qualquer outro lugar adequado. Ela fez tudo que podia. Deixa lá tranqüilamente. Se alguém arranhar, paciência. O dono do carro compreenderá.

O nosso corpo é um veículo de manifestação, como se fosse um carro. Quando nós tivermos que entregar esse carro ao dono não fiquemos revoltados com o dono. Imagine, você precisar fazer uma viagem. Pegou o carro emprestado (seu corpo físico), chegou da viagem (está morrendo), se entusiasmou tanto com o carro (corpo), que nega entregá-lo ao dono (Deus). Isso é injusto. A gente tem que entregar o carro ao dono.

Ao acordar pela manhã, não se esqueça de usar a primeira técnica mental: o corpo não me pertence. Ele pertence ao Criador de toda vida, Deus. Utilize seu corpo como bem quiser. Você fará a sua parte, com todo o seu empenho e vontade, mas sabe que tudo isto não será um fator determinante de tudo o que irá acontecer com ele ao longo do dia. Se alguém quiser tirar a vida desse corpo, violar esse corpo e não por sua negligëncia, ou imprudência ou irresponsabilidade, é porque se trata da Lei de Ação e Reação se cumprindo. Será por causa de um carma ou de um darma ou de uma prova, ou será algo importante ao seu crescimento. Fazendo dessa forma todos os dias, logo ao amanhecer, você terá mais tranqüilidade com o corpo. A gente não o verá (o corpo) como meu, mas sim como um instrumento emprestado ao verdadeiro dono.

Imaginemos que pediremos um carro emprestado. Imaginem que o primeiro carro que pegarmos seja um carro com direção hidráulica, marcha automática, aquele freio do melhor que tem, todo funcionando bem, novinho, cheirosinho. Quando entregamos o carro, entregamos arrebentado. Muitos vícios danificaram o carro. Foram irresponsabilidades e abusos e aí o dono dirá: oh, na próxima viagem o seu carro será diferente; já imagina qual será, não é? Então, o próximo carro será exatamente o mesmo carro arrebentado que foi devolvido ao dono. Então, aí, oh: o seu próximo carro será esse último que fora emprestado e que acabou de entregar. Também está com a direção arrebentada, com o freio arrebentado, a lataria toda amassada. É o seu. A pessoa vai se queixar, e dirá: Nossa, mas como me dão um carro desses? Sim, ele receberá um carro igualzinho ao que a lei de ação e reação determinou como seu merecimento. Então ao buscar seu carro e viver aqui, saiba: Eu devo fazer a minha parte. Aquilo que está acima da minha parte eu entrego para aquele que tudo criou e que sustenta a vida. Lembremos disso, quando estivermos em um supermercado, por exemplo, empurrando o carrinho de compras. Aquele carrinho grandão, supergigante e uma pessoa vindo em direção oposta, toda irritada e, olhando para a gente e falando: Tire esse carro daí, ou coisa parecida, e a gente olhar para aquela pessoa e lembrar de que a fonte que provê a sua vida é a mesma que provê a nossa, isto é, ela tem espírito divino como nós e que aquele corpo não é dela e que esse corpo não é nosso; e, então, ao lembrar disso, será muito mais fácil se autocontrolar, sem repressão.

Você, certamente, sentirá vontade de agredir a pessoa, mas conter-se-á, com medo de ser preso. Certa ocasião, uma pessoa me falou, contando a seguinte estória. Estavam ele e sua esposa num supermercado. Combinaram que a esposa ficasse na fila da saída e pagamento das compras, enquanto ele iria buscar o produto. Quando ele chegou com o produto e entregou para ela, a pessoa que estava atrás dela na fila começou a resmungar: ah, mas como é que fazem um negócio desses; não sei o quê; as pessoas não têm respeito pelo outros; e ficou resmungando. Aí, a pessoa que me contava a estória disse, que, de início, fez de conta que não estava ouvido. Essa técnica de fazer de conta que uma coisa não está acontecendo, não funciona para o autocontrole. Você tem que saber que está acontecendo determinada coisa. Não fuja do que está acontecendo. Depois ele não agüentou.

De repente ele ouviu uma vozinha dentro dele: está acontecendo um desrespeito e vai lá e dá com a mão na orelha desse sujeito. Aí, ele me disse que chegou junto ao sujeito e falou assim: você está falando comigo? Você está falando com a gente aqui? Você está falando com a minha esposa ou comigo? Já com agressividade, porque ele se sentiu desrespeitado. Como é que este sujeito desrespeita a minha esposa? Então, ele ficou com raiva e o que ele fez? Chegou no outro, para brigar e aí, o outro, logo de início, quis agredir, também, mas, antes disse: eu falei com vocês mesmo; como é que vocês fazem um negócio desses, aqui? Aí, o meu amigo falou: mesmo que você não concordasse você não tem o direito de ficar agredindo a gente assim. Aí, o que aconteceu? Os dois começaram a se exaltar, demonstrando ambos descontrole sobre suas emoções. Descontrole atrai descontrole. De repente o meu amigo pegou o colarinho do outro e o levantou. Quando o outro sentiu o peso da mão dele, começou a acalmar. Porque viu que o meu amigo poderia chegar a agressão física.

Qual é o segundo fator do descontrole? É você começar a se descontrolar sem saber até que ponto a outra pessoa vai se descontrolar. Então, este é um fator que nós precisamos levar em conta. Aí o que aconteceu com o outro? Ele se acalmou. O meu amigo, que estava com a mão no colarinho do outro, disse que na sua cabeça ele não estava só segurando o pescoço do outro mas estava esfregando-o nas prateleiras de produtos, como se fosse um espanador. Ao mesmo tempo ele pensou. Se eu fizer isso, serei preso aqui. Isso é o descontrole das emoções. Depois que isso aconteceu, ele ficou muito mais vigilante sobre as suas emoções. O segredo é evitar que os primeiros pensamentos surjam na cabeça. Quando o desejo de se descontrolar surgir é preciso que a consciência bloqueie a entrada do desejo. Quando ele começou a fazer de conta que não era com ele, ele já começou errado. Ele não deveria ter feito de conta que não era com ele. Ele deveria ter compreendido: não, é comigo mesmo. Aí, ele deveria perguntar para si mesmo: o que eu fiz de errado? A primeira coisa a saber é se desrespeitou alguma lei da vida.

Existem pequenas leis que nós não respeitamos e que faz um efeito bola de neve, um efeito dominó. A gente fala: não, essa coisa tão pequena. Há um certo hábito como o de indo a um restaurante, colocar a bolsa, ou qualquer outro objeto sobre a mesa, a fim de guardar lugar, com intenção de reservar o lugar para si, principalmente, quando o restaurante está cheio. Se o restaurante está vazio, não tem problema. Nós não estamos tirando o direito a uma pessoa em utilizar esse lugar, como se o houvéssemos reservado. Nas coisas pequeninas, nós não nos damos conta que desrespeitamos as leis da vida. Só que quando desrespeitamos certas leis da vida, haverá uma grande repercussão. E se nós não assumirmos o erro, não há como ter autocontrole.

Então, no presente caso a pessoa (meu amigo) deveria, antes de mais nada, pensar: o que eu fiz de errado? Será que fiz alguma coisa errada? Não. Eu deixei uma pessoa aqui, para guardar o lugar. Isso é certo? A reserva do lugar é que dá direito ao lugar, ou será que a pessoa tem que estar com alguma mercadoria na mão para ter direito ao lugar? Eram duas pessoas que iam utilizar o mesmo lugar. Então, diversos fatores devem ser analisados. Entre outras coisas, o meu amigo deveria ter se colocado no lugar da outra pessoa que estava indignado com ele. E mesmo se colocando no lugar, não basta.

Porque há pessoas que não têm entendimento a respeito das leis da vida e ela pensa: ah, não, eu, também, agiria assim, mas de forma injusta. Então não basta apenas se colocar no lugar dos outros. É preciso ter um certo conhecimento para mesmo se colocando no lugar dos outros, ver o aspecto da justiça. Se ele não tivesse culpa, e ficasse quieto, ele não se sentiria agredido. Mas a pessoa está agredindo, porque é uma pessoa que acha que um erro justifica outro. Este é um dos indícios de falta de controle emocional e mental. Uma pessoa erra e nós acreditamos que isso dá o direito de errarmos com ela. Na verdade, não dá.

Muitas vezes os pais falam com os filhos, porque os filhos erraram e falam, agressivamente. Ao falarem agressivamente perderam a autoridade. Podem falar, mas que falem com mansidão, com tranqüilidade. Podem até ser enérgicos. Energia não é agressividade. Energia é dar um tom de seriedade à voz, para que seja entendido o que se está dizendo e não alterar a voz gritando ou falando com expressão áspera. Então, muitas vezes a própria forma com que falamos às pessoas ou a forma com que as pessoas falam conosco, nos faz perder o autocontrole.

Acordou pela manhã, deve pensar, ao elevar os pensamentos aos céus: esse corpo não é meu; os bens que tenho não são meus; o dinheiro, se tiver no banco; o patrimônio, os objetos, nada me pertence. Tudo me foi emprestado. Se lembrar disso pelas vinte e quatro (24) horas por dia, será uma maravilha. Emprestado, que digo, é para que eu faça uso das coisas como aprendizado, para que eu sacie o meu desejo de viver aqui.

O corpo dos pássaros é emprestado enquanto eles viverem, enquanto eles quiserem voar. Se o passarinho, ao desencarnar ainda tem o desejo de voar, ele irá reencarnar como passarinho. Se desencarnou e ainda tem certos desejos, reencarna como pássaro, até que não tenha mais desejos de voar, não. Aí, desencarna como pássaro e volta como outro animal, com o desejo daquilo que ele quer fazer.

Então, enquanto houver um desejo, nós estaremos cheios de descontrole material, por causa dos desejos de coisas transitórias. Porque se a gente quer demais certas coisas, digamos uma flor, a gente luta por ela e até perde a vida por ela. Se eu adorar essa flor e ela fosse a coisa mais importante do mundo para mim e alguém tentasse tirá-la de mim, isso me perturbaria. Digamos que alguém tentasse tirá-la de mim. Aí, eu imaginaria: ah, eu faria tudo para que a pessoa não a tirasse de mim. Inclusive agrediria, faria coisas que em estado normal eu não faria. Só que existe um devorador, o tempo. A flor está bonita agora. Daqui a alguns dias, amanhã, ela já não estará mais bonita assim. A vida é desse jeito. Bonita, cheirosa, sedutora agora, mas ela passa. A vida nesse mundo é passageira e tudo é transitório. Hoje a pessoa tem, amanhã ela não tem. Muitas vezes, hoje de manhã, a pessoa tem e à tarde não tem mais. Tudo é emprestado.

É preciso saber que existem certas regras, as leis da vida; leis que determinam a paz ou que determinam a perturbação. Quer dizer que o que nós temos é para ser aplicado em determinada finalidade, com determinado objetivo. Toda a vez que buscarmos a autoconsciência, precisamos lembrar disso. Esse é o estágio inicial do autocontrole. Devemos começar a entregar. Na verdade, eu não tenho isso. Essa flor irá cumprir a sua função, a de embelezar o ambiente, dar tranqüilidade, serenidade ao ambiente. Mas o seu tempo de vida é curto. Depois de cumprido o seu papel, ela não é mais necessária. Tudo isso é preciso saber.

Ah, uma pessoa o agrediu, verbalmente? Enquanto você quiser ser bem tratado por todo mundo, não terá como ter autocontrole. Em primeiro lugar, você precisa se tratar bem para ter autocontrole. Tenha respeito por si mesmo. Respeite o seu corpo, respeite o seu crescimento, respeite a sua vida, aquilo que você faz, aquilo que você sabe. Mas não espere que outras pessoas o respeitem, ou respeitem as coisas que você respeita. Senão, não terá autocontrole, porque, nem todas as pessoas terão respeito por você.

O mundo em que vivemos não é um mundo do respeito mútuo. Então, quando estamos em busca do autocontrole, precisamos saber de uma coisa: a felicidade, a satisfação do autocontrole real não vem pelo que se faz nem pelo que se tem. Ela vem, pelo que se é. Aquele que é feliz, só porque faz, um dia ele não terá como fazer e será infeliz. Quer dizer que enquanto pode realizar uma coisa é feliz. Depois, se não pode, não presta mais para nada, virou embalagem descartável, usado ele será infeliz e sentir-se-á um inútil?

Nós somos muito mais do que uma embalagem descartável. Nós somos seres que apesar de termos pernas, braços ou de fazermos alguma coisa famosa com os membros do corpo, somos seres imperecíveis. Nós somos originários da essência de toda vida. Por isso o autocontrolado é aquele que busca conhecer Deus. Quando falo em Deus, não estou me referindo àquele senhor idoso, vestido de branco e sentado na nuvem lá em cima, não. Quando falo em Deus, estou falando daquele que sustenta, que provê, que origina a vida que habita em tudo. É aquele que faz a gente pensar, que faz a gente existir. É aquele que está aqui e está além daqui. É aquele que não nasceu e mesmo assim existe. É a este a que me refiro, como Deus. Quem busca conhecê-Lo, aprende a ter, automaticamente, autocontrole.

A primeira regra do autocontrole é conhecer a essência que tudo anima. É simples, mas difícil. Difícil, relativamente. Quer dizer, que nem todos, que buscam, encontrarão rapidamente, porque não vão buscar nos lugares certos. Muita gente que está buscando a essência criadora, na realidade não está buscando. Está se enganando a si própria. Sim, imagine aquele passarinho de que falamos anteriormente. Foi dito ao passarinho que naquela árvore bem alta, naquele carvalho, lááááá na pontinha tem um fruto. Certo, que o carvalho não vai dar o fruto que ele quer. Mas digamos, seja uma árvore muito grande, muito alta, e comendo desse fruto, você nunca mais terá fome. Porque o prazer de comer é maravilhoso, não é? Você comer uma coisa muito gostosa é muito bom. Só que a dor da fome, também, não é bom. Então sempre haverá o prazer de comer, e a dor da fome.

E o passarinho, que fará? Ah, eu quero sair disso, eu não quero mais fazer parte dessa brincadeira de mau gosto, que eu mesmo comecei. Quer dizer, eu quis vir para cá, (para este Mundo), mas agora, não quero mais sofrer. Então, o passarinho falou isso. Aí, outro passarinho lhe falou: vá lá em cima, lá tem uma fruta que você comendo, não sentirá mais fome. Ficará numa boa. Aí o outro passarinho respondeu: tudo bem, eu vou. Bateu asas, bateu asas, bateu asas, e não chegou nem na metade da árvore. Caíu, novamente, no chão. Ficou por ali. Aí falou para o outro passarinho: não tem fruta nenhuma lá em cima, não, nenhuma. Não vi nenhuma fruta. Mas "peraí", você foi lá em cima, mesmo? Fui, fui lá em cima. Mas como você foi lá em cima, se você não achou a fruta. Não, eu não estou conseguindo ver nenhuma fruta que você falou. Aí o outro passarinho falou: será que se você largasse essa fruta pesadona que você está segurando nas patinhas, você não poderia voar para cima, voar mais alto? Sim é possível, mas eu não vou abrir mão daquilo que tenho para aquilo que não tenho. Mesmo que o que eu tenha seja transitório. Quer dizer, que nós nos queixamos das nossas instabilidades mentais e emocionais, mas não queremos abrir mão daquilo que as geram. Precisamos ser como o pássaro que tem que largar a coisa pesadona que tem. De qualquer forma eu perderei algum dia. Não faz diferença, se é hoje, ou se é amanhã. Então, melhor que seja hoje, quando terei a oportunidade de alcançar aquele fruto que amanhã talvez eu não tenha. Enquanto a gente ficar nos apegos muito transitórios a gente sequer conhecerá a essência mantenedora de toda a vida.

Então é preciso ir se desapegando. A fim de se trabalhar é preciso se desapegar. Para ver (olhar) é preciso tirar as vendas. Então, tiremos essas vendas. Isso fará com que possamos conhecer Deus. O esforço vale a pena, mas é preciso que ele seja feito com total força. Não basta apenas usar um pouquinho da nossa força. Trata-se de buscar a cada dia e fazer perguntas para si mesmo: por que a vida é assim? Porque eu existo? Porque tudo existe? Qual a razão de estar aqui? Donde eu vim? Onde estou? Para onde eu vou? O que há além daquilo que não se pode ver? O que há além da visão? O que se esconde quando nós fechamos os olhos? Com certeza não é apenas aquilo que é mostrado quando os olhos estão abertos. O que está além da época em que nascemos? O que existirá após a nossa morte, após desencarnarmos, aqui? Por que pessoas sofrem e pessoas são felizes? Isso é meditar sobre as leis da vida.

Conhecemos Deus, através de suas leis. Muitos falam: eu confio em Deus, eu confio na essência. Nas minhas palestras e cursos costumo falar sobre isso. Como é que a gente confia em alguém que não conhece? Uma pessoa chega e pede a chave da sua casa para tomar um banho, para fazer uma refeição. Você entrega a chave, na hipótese de não conhecer a pessoa? Não entrega. Como é que pode dizer de boca cheia: eu confio em Deus, eu acredito em Deus, se não conhece Deus. Está querendo enganar a si mesmo. Você ouviu tanta gente falar que acreditava em Deus, que acabou aprendendo a dizer que acredita em Deus, mas não acredita, em verdade. Isto porque, quando há qualquer distúrbio econômico no país, você já fica todo cheio de medo: será que terei como pagar as coisas: será que vou ter amanhã como tenho hoje? Será que conseguirei aquilo que eu quero?

Quando as pessoas tratam a gente com muita agressividade, ficamos pensando: nossa como é que aquela pessoa me tratou assim? Não tem respeito por mim? Quando nós acreditamos na Essência, conhecemos verdadeiramente a Essência Superior, temos argumentos satisfatórios (que nos acalmam, nos tranqüilizam) toda a vez em que uma pessoa nos agride ou quando temos uma perda. Conhecendo a Essência, temos como não nos magoar com a agressividade alheia. Quando temos o nosso amor próprio ameaçado cria-se em nós um ácido que fica entre o estômago e o coração. É um ácido energético negativo. Esse ácido energético, (ácido mesmo, o elemento químico dele é ácido) é um ácido corrosivo. É o elemento químico da energia psíquica e emocional da mágoa. Eu faço projeção astral e nas dimensões extrafísicas, em laboratórios químicos astrais, eu já presenciei a análise da energia psíquica localizada nos chacras correspondentes, isto é, entre o chacra do estômago, o plexo solar e o chacra cardíaco. Existe um chacra entre esses dois, onde se concentra a energia da mágoa. Esta é uma energia ácida, que começa a corroer o corpo e que se aumentar demais gera uma enfermidade muito temida, o câncer.

Certamente que nem todas as causas de câncer são derivadas de mágoa. Esta é uma das causas. A causa primordial de câncer é a agressão às leis da vida. Ela é a causa primordial de qualquer câncer. Quando alguém quer ser autocontrolado, vejamos como será? Vejamos o estereótipo (o modelo standard) de uma pessoa autocontrolada. Acordou pela manhã: se acordou tranqüilo, não está com os pensamentos escravizados a nada, sabe o que precisa fazer; não se sente escravizado ao que vai fazer; trata-se de uma pessoa controlada energeticamente. Há uma grande diferença entre o descontrolado e o autocontrolado. Entre aquele que tem que fazer uma coisa e passa a ser escravo daquilo que precisa fazer. Ao acordar, interaja com o seu próprio corpo de forma harmônica; se tem algum problema de saúde, não fique se queixando de Deus ou se lamentando da vida pelo problema de saúde que tem; compreende o fator educativo e transitório, tanto no prazer, como na dor. Isto significa que a pessoa aprendeu que o prazer passa e a dor passa. O prazer corporal, o prazer cultural, o prazer material, o prazer afetivo, são todos prazeres que passam, instalando-se imediatamente a dor, pela interrupção ou diminuição do prazer vivido. Acordou, higienize-se corporalmente, numa boa, sem revolta; assim será um autocontrolado.

Se, acordou e ah, meu Deus, eu tenho que fazer isso todo santo dia; nossa Senhora, que desgraça, esta pessoa não é autocontrolada. Se estamos neste mundo, precisamos seguir as suas leis. Se não quiser seguir essas leis, por que veio para cá? Ninguém obrigou ninguém. Na hora da encarnação, ninguém apontou qualquer arma na cabeça do espírito, dizendo: vá lá para a Terra. Ninguém fez isso. Você veio para cá porque quis. Então, nada de revolta. Então, não é acreditar que o acaso existe. Se o acaso existisse, quebrar-se-ia toda a ordem estabelecida pelas leis da vida. Então, não existe acaso. Você está aqui porque quis; então, nada de revolta, ok.

Estou aqui, porque algo de bom estou buscando e estou encontrando a cada dia. Acordou, faça a higiene corporal sem revolta, nem nada, sem se sentir primitivo. Porque sentado no troninho (bidê sanitário), a pessoa fica pensando assim: gente, mas será que em outro planeta, outras pessoas têm que fazer o mesmo? É, todo mundo faz isso, todo dia. Quem não faz, não está vivo, não. Até no astral, ninguém vive de luz. Não pense que desencarnou, vai parar de comer, vai parar de ir ao banheiro, não vai, não. No astral, nas suas dimensões mais densas, a pessoa faz tudo que faz aqui. Somente em planos muito mais sutis as pessoas não fazem isso. Isto, porque não comem o que se come aqui. Enquanto você quer comer aquele prato gostoso, terá que se submeter ao carma.

Voltemos ao pensamento anterior. Digamos que certa pessoa acordou mal humorada, em função dos muitos problemas que tem. Ela fale assim: nossa, isso é hora de acordar? Então ela já agrediu a natureza das coisas. Ela não deve esquentar a cabeça com isso não. Ela deve ficar calma, tranqüila, sabendo, que as conseqüências negativas das murmurações hão de se voltar contra ela. Então, devemos estar determinados a pagar pelas falhas cometidas. Cometeu um erro, cometeu uma falha, corrija a falha. Quer dizer: se deve, pague. As pessoas que não têm medo de pagar, já se livraram de muita instabilidade emocional e mental.

Ao trabalhar, não pense: trabalhar por quê e para quê? Trabalha-se para ganhar dinheiro, a fim de pagar as despesas? Simplesmente? Pode até ser, mas que se faça o trabalho de forma justa, amorosa e sábia, utilizando o poder derivado dessas três características, isto é, amor, justiça e sabedoria. Precisamos gerar benefício material para os outros a fim de que nós, também, tenhamos benefício material. Esta é uma lei da vida. Quem não gera benefício para a sociedade não é digno do benefício que gerou. Com o passar do tempo, não terá nem o necessário para manter o próprio corpo. Temos família para interagir com ela, conversar, trocar idéias, conviver.

Qual a razão da vida? Um autocontrolado não vê a razão transitória da vida. A vida não é só acordar, higienizar o corpo, alimentar-se, trabalhar, estudar, namorar, conviver com a família, dormir, acordar, lazer, etc. Gente, quem só pensa que a vida é isso, não tem autocontrole. É precisa buscar e encontrar conteúdo para a vida. Deve ser um conteúdo que entra década, sai década, entra encarnação, sai encarnação e a pessoa está se sentindo em realização. Porque a vida tem alma.

Falarei de algo que aconteceu no mundo astral e que me foi permitido ver. Em uma análise feita pelos cientistas de lá, no mundo incorpóreo, analisaram que a maior parte das pessoas aqui da Terra vivem em permanente inconsciência, vivem como animais, simplesmente, uma vida sem alma. Por isso, a maioria dos seres humanos são infelizes. A maior parte da humanidade se droga com super-alimentação, ou alimentação inadequada, utilizando substâncias que alteram e nublam a consciência, e assim, não percebem que suas vidas não têm alma, não tendo sentido de ser. É como aquela pessoa que toma bebida alcóolica para enfrentar a vida vazia que tem. É aquela pessoa que altera com substâncias entorpecentes a sua consciência, para não sentir nem ver que o caminho que está tomando, não confere rumo certo à sua própria vida. É um caminho de infelicidade. Infelicidade em cima de infelicidade.

Constatado no astral essa realidade, muitos seres de lá reencarnaram para ajudar a humanidade. Estes, ao invés de caírem na inconsciência voluntária e provocada, como os humanos, desenvolveram em seus próprios espíritos e maneiras de viver, a direção certa de vida que proporcione, igualmente vida para a sua alma. Isto significa o quê? Se trabalhar, trabalhe para um objetivo imperecível. Se comer? Coma para uma finalidade que seja imperecível. Tem família? Que a tenha para um fim imperecível, isto é, que não passa com o tempo. Estes atributos são imprescindíveis para o autocontrole. É saber, que os fins somente são alcançados se os meios forem imbuídos da consciência dos fins a atingir. Tudo aqui na Terra consiste em meio, isto é, um meio para alcançar a espiritualidade, a autoconsciência, o conhecimento do nosso Eu Superior que alguns chamam de Self.

O nosso trabalho não é um fim e sim um meio. Um meio para que o nosso espírito evolua. Caso contrário ele involui. Ele perde encarnações, milhares de encarnações. Perderá muito tempo, uma eternidade. Por isso, se alguém fez a grande descoberta em sua vida, de que tudo neste mundo é um meio para alcançar a espiritualidade, não perdeu a vida. Agora quem viveu e vive a vida marcada pela ilusão, não adianta se queixar da infelicidade.

Anteriormente, eu, também, vivia uma vida inconsciente. Nossa, quando comecei a acordar, eu falei: meu Deus do céu, isto existe, essa espiritualidade invisível aos olhos físicos? Uma coisa, posso garantir-lhes. É uma garantia pessoal. Os nossos olhos físicos estão abertos, mas eles não vêem o que existe. Nossos ouvidos estão ouvindo, mas não escutam o que existe. O nosso corpo parece que toca, mas não toca. Parece que anda, mas não anda. Quando a nossa consciência desperta, pela vontade firme em seguir as leis da vida e de adquirir autocontrole, nossa vida muda. Porque se a gente não educar os nossos pensamentos e as nossas emoções, jamais alcançaremos o nosso despertar, a nossa reforma interior. É o desejo de se autocontrolar é que faz acontecer. É a convicção firme de mudar, nem que para isso haja necessidade de renunciar a muitas coisas deste mundo. Jesus disse aos seus discípulos, no início de sua vida apostólica. Larguem tudo. Venham e sigam-me. Porque, se não houver o autocontrole sempre haverá uma vontade de se priorizar as tarefas materiais. Haverá uma vontade de fazer aquilo, e se fará. Sem a razão, sem o discernimento sobre as conseqüências do que se fizer, não haverá evolução para a humanidade. As coisas não devem ser feitas somente por causa do medo que o erro acarreta, mas sim por causa da finalidade, dos objetivos da nossa ação, isto é, se nossa ação está direcionada àquilo que nós buscamos, que é o imperecível.

O presente tema é tão vasto que permitiria falar a noite inteira. Mas eu não tenho esse tempo e nem todos aqui dispõem desse tempo. Porém, ao longo de outras palestras, iremos explorar mais ainda o tema do autocontrole e do conhecimento da nossa essência e da nossa origem, a Essência superior. Nós podemos contatar diretamente com Deus, sem intermediários. Esse é o meu propósito aqui. Através de todos esses cursos, através de minhas palestras, é meu intento transmitir este mesmo contato com deus e com muitos outros seres que já estiveram por aqui. Depois de ter contatado a minha essência, a minha vida se transformou completamente. Renasci várias vezes consciencialmente e esse mesmo renascimento procuro transmitir a vocês. Não sou eu, nesse corpo físico, mas, sim a minha essência que é a mesma que habita em cada um. Vossos pensamentos podem até questionar estas coisas. Não vos critico. Todos precisam questionar as coisas, antes que as aceitem como verdadeiras. Mas questionem, usando todos os elementos conscienciais ao seu alcance, a fim de discernir e avaliar sabiamente, ao máximo.

Haverá dez minutos para responder a perguntas feitas por escrito. É só levantar as mãos, que será entregue papel para o seu registro. Quem queira se retirar, sinta-se liberado. Para os que se retiram, desejo uma boa noite.

PERGUNTAS

Com respeito aos meios empregados para fugir da vida, para fugir do mundo em que se está vivendo, das situações, das responsabilidades, como por exemplo as drogas, a super alimentação, a música pode ser considerada um meio de fuga?

Qualquer artifício, qualquer comportamento, qualquer ação que se coloque como um analgésico para aliviar a dor da vida, é um fator que gerará instabilidade emocional e mental. Naturalmente que entre aqueles fatores haverá os mais suaves e os mais fortes. É melhor apelar para os mais suaves até poder largar totalmente os fatores de ilusão mais fortes. Não é possível abandonar a ilusão simplesmente com um piscar de olhos. Imaginem uma pessoa andando na penumbra da noite. Ela não enxergará o caminho se alguém acender uma luz muito forte. Ela ficará totalmente cega, ofuscada, pela luz. Toda a questão se resume em ir acendendo uma luz gradativamente, ao longo da caminhada. Então, a vista aos poucos acostumar-se-á ao maior grau de iluminação do caminho.

Qual a finalidade, de se perceber e buscar o que não é perecível?

A finalidade de perceber e buscar o que não é perecível é ir em busca da essência imortal que sustenta a nossa vida e a qual pertencemos. Todo aquele que medita e busca o conhecimento real, descobre a cada dia que passa, que ele não é quem ele parece ser. Quer dizer o seguinte: consideremos uma jovem de 18 anos, na flor da idade. Digamos que tenha um corpo físico, tido pela nossa civilização, como belo, muito belo, muito bonito. Digamos que ela esteja na faculdade. Esteja conversando com amigas e dizendo das suas façanhas em função da sua beleza, da sua inteligência, de muitas coisas. Ela se apega ao seu nome. Apega-se ao que sabe. Apega-se à sua identidade corporal. Esta é uma maneira de viver com finalidade perecível. Imaginemos que ela tivesse sua identidade transitória apenas como um meio de manifestação. Mas, o mais importante não é o corpo dela e sim, o que faz o corpo existir. Não adianta vangloriar-se de conquistas. É a mesmo coisa da história da formiga. A formiga falou para as outras: eu trouxe a maior quantidade de folhas para dentro do formigueiro; sou melhor do que vocês; sou muito grande e sou feliz por causa disso. Gente, isso é ridículo, a formiga ficar se vangloriando de ter levado mais folhas para dentro do formigueiro. No entanto, uma pessoa fica se vangloriando pelo que sabe, pela beleza do corpo que é perecível, pelo que sabe, pelo nome que tem, pelo patrimônio que tem. Isso é viver perecivelmente. Viver de forma não perecível é buscar a essência dentro de si mesmo. Buscar aquilo que entra ano, passa ano não muda e a pessoa sentirá que ela é a mesma, sempre em expansão, sempre em autodescoberta. Na próxima encarnação ela saberá que é a mesma. As pessoas que vivem iludidas pelo perecível, numa encarnação podem ser ricas, ficando a esnobar, muitas vezes, os pobres, não é? Nem todo rico é assim. Estou me referindo às pessoas que só conheceram a riqueza, não passaram pelas dificuldades, não sabem o quanto certas coisas são difíceis para as outras pessoas.

Em outra encarnação elas vêm pobres, miseráveis, criticando os ricos, dizendo que os ricos é que são culpados pela miséria dos pobres. Depois voltam ricos, novamente, e aí descem a lenha nos pobres. Elas serão muitas vezes guiados pelas aparências. Ser guiado pelo imperecível, é não se guiar pelas aparências. Muitas vezes, uma pessoa que não é famosa, que não é importante, porque não é famosa, ao se aproximar de outra, esta não lhe dá a mínima atenção. Aí, vem outra, uma pessoa famosa, que receberá uma atenção até descomunal. Isso é se guiar pelas aparências. Muitas vezes, a pessoa visita uma casa, e se a casa for simples, ela não dá a mínima. Mas, se a casa é toda afrescalhada, ela, oh, dá uma importância fora do comum. Afrescalhada que eu falo é um conforto além do necessário. A pessoa tem como uma forma de auto afirmação ou de se colocar numa situação superior a das demais pessoas. O que é realmente necessário, cada pessoa sabe.

Como manter o contato direto com Deus?

A primeira coisa é não buscar Deus em pessoas. É não buscar Deus fora de si. É buscar Deus, primeiro, dentro de si. Somente veremos Deus fora de nós, quando conseguirmos limpar a nossa própria visão. Aí, veremos Deus fora de nós, simplesmente, Deus espelhado. Quer dizer: veremos no outro o Deus que há em nós, mas antes de descobrir Deus nele, precisamos descobrir Deus em nós? Descobriremos em nós aquilo que o tempo não destrói, isto é, aquilo que o tempo não corrói. Temos que buscar a nossa essência, o que muitos chamam de Eu Superior. Buscando isso, a pessoa encontra o contato direto com Deus.

Jesus veio ensinar o contato direto com Deus. Todos os avatares: Buda, Krishna, Sai Baba e mestres ascensionados, e muito outros buscaram o contato com Deus, e buscavam ajudar as pessoas a ter contato direto com Ele. Só que aí surgiu um problema. As pessoas, ao invés de cultuar Deus, cultuaram os enviados de Deus, que são transitórios, também.

Quer dizer, o corpo dos enviados de Deus, que são corpos transitórios, identidades transitórias, e aí ao invés de seguir a mensagem original, começaram a seguir um subproduto da mensagem, que é o mensageiro. Ele é o subproduto da mensagem. E, assim, ao invés de cultuarem a Deus, passaram a cultuar os mensageiros de Deus, o que é um grande erro. Nenhum mensageiro, realmente, gosta disso. O mensageiro (da essência) que gosta de ser cultuado em sua forma transitória, não é um mensageiro da essência. Um mensageiro da essência só permite ser cultuado na sua forma transcendental, que é a mesma que habita em tudo. Desta forma, na verdade, as pessoas não estariam cultuando o mensageiro e sim a mensagem, a essência.

Você ensinará técnicas para termos contato com a essência?

As técnicas já estão sendo ensinadas. A questão é que não se aprende em poucas horas aquilo que leva encarnações, incontáveis encarnações para aprender. Já perdi as contas das minhas encarnações. São mais de dezenas de encarnações que estou neste caminho e ainda não peguei toda a lição. Aprendi, apenas uma pequena parte dela. Esta pequenina parte já me deu certa tranqüilidade espiritual que me fez querer transmitir para outras pessoas essa grande paz espiritual. Imaginem que em dezenas de encarnações aprendi uma pequena parte do que estou transmitindo, hoje.

Estou ensinando apenas uma pequena parte do que se deve aprender e dessa pequena parte só estou transmitindo aquilo que posso, aquilo que tenho meios. Então existe para aprender muito mais do que o que está sendo transmitido. No entanto, é como um prédio em construção. A gente vai pegando os grãozinhos de areia, tijolos, cimento, etc. a fim de encontrar a essência. É aos pouquinhos. É preciso ter paciência para esperar que todo o material necessário seja juntado. Pode demorar, mas que junta, isso eu posso garantir.

Como agir com uma pessoa que tem preconceito religioso, que acha que a sua religião é a única certa e menospreza as outras?

Em primeiro lugar: todas as religiões são certas para as pessoas que nelas estão interessadas. Então não existe a religião mais certa. Alguém pode dizer assim: não, aquela religião é certa e aquela outra é errada. Deve-se entender que toda a religião é certa para quem a busca, mas ainda não representa o caminho para Deus. As religiões atuais, aí disseminadas são uma coisa, mas a religião verdadeira é outra. A Religião não tem nada a ver com religiões. Aqueles que vieram ao mundo para ensinar a religião verdadeira foram cultuados e o fruto desse culto originou as religiões. Então, as religiões atuais são os níveis conscienciais das pessoas que estão buscando a religião verdadeira. Quando a pessoa acha a religião verdadeira, ela sai das religiões e ao sair das religiões passa a compreender que só alcançou a Religião Verdadeira, pela simples razão de ter passado por várias religiões. Então, na verdade, as religiões são degraus de uma escada que as pessoas devem trilhar. A questão é que quando a pessoa está na escada das religiões, ela não consegue ver os outros degraus, além daquele em que está, e por não ver os outros degraus além do dela, não consegue saber que todos os demais degraus cumprem a mesma função, isto é, aproximar de Deus. Quando a pessoa consegue abandonar a escada, ela encontrou a religião verdadeira. Ela consegue ver todos os degraus da escada. Dessa forma ela compreende e percebe o nível de consciência daqueles que ainda não compreendem o caminho para a verdadeira religião. Ela passa a entender o papel das outras religiões. Tudo ficará mais claro quando a pessoa busca e encontra a Verdadeira Religião, ao invés de procurar as religiões e aí compreenderá qualquer ser religioso.

Um casamento que não tenha mais sentido, vale a pena continuar? Falam que ao se separarem, quando reencarnarem, encontrar-se-ão novamente.

Quando um relacionamento afetivo é cármico e as pessoas não estão se educando espiritualmente o suficiente para resgatarem de forma suportável ou harmônica o carma, é melhor as pessoas se separarem, porque, não o fazendo, podem gerar ainda mais carma. No caso, é melhor se separar, porque, senão, ao invés de pagar a conta, contraem mais débito ainda. Separando-se, evitam o débito.

No entanto, existe um fator cármico. Ao se separar de uma pessoa, a origem do carma não foi transformada. Você, apenas, está fugindo do seu carma. Sem dúvida, é melhor fugir do que gerar mais. No entanto, ainda não é a solução ideal. O ideal é a pessoa educar os seus desejos, de forma tal que eles não mais atraiam pessoas cuja convivência possa afetar os seus pontos mais vulneráveis. A pessoa deve, também educar-se, espiritualmente, a fim de afastar de si os pontos vulneráveis.

As condições cármicas fazem com que as pessoas, nessa mesma encarnação, atraiam pessoas semelhantes àquelas com quem se envolveram anteriormente. No início o relacionamento começa bem, depois passa a ter atritos. Pode não ser, exatamente, como era no relacionamento anterior, mas haverá atritos muito fortes, também. Se não se educar, a pessoa sai de um relacionamento para outro, sem viabilizar a solução. Sem se educar, você não tem como minimizar, nem solucionar o problema, através de novos relacionamentos. A solução virá através do desenvolvimento do perdão, da tolerância, da compreensão, da paciência. Caso não consiga esse desenvolvimento, é melhor ficar sozinho, por algum tempo, a fim de se educar, para não gerar carmas futuros.

No entanto, quando o carma é muito pesado os desejos não deixam a pessoa ficar sozinha. Ela fica carente e aí acaba se envolvendo, novamente. No início é tudo bom, depois é igual ao peixe. Como é o peixe? Ele vê a minhoquinha no anzol: oh coisinha linda, gostosa, saborosa. No início o peixe morde com cuidado e consegue escapar do anzol. Aí ele fica todo cheio de confiança. Limpa vários anzóis, até que um anzol bem elaborado o pega. E desse, para escapulir não é fácil. Isso é o carma. Então, o peixe que pegou cinco iscas, vai pagar o seu erro no quinto anzol, isto é, as cinco iscas que tomou de outro. Isto quer dizer: a pessoa pensa, eu só vou ficar namorando para não pegar carma nenhum. Quando começar a ficar difícil, eu me separo. Depois pegará uma doença da qual não conseguirá livrar-se tão facilmente. Esse é o carma.

O carma está aí, não para punir, mas para educar. Então o peixe para não cair no anzol precisa aprender a não gostar de minhoca. Quer dizer, não gostar de isca, porque aí vem uma isca assim e fala: não tem perigo, você consegue escapar. É aquele velho ditado. O rato chega com o rabo todo ensangüentado e diz para Deus: Deus não deixa fazer isso comigo: olha o que as ratoeiras fazem comigo. E Deus fala assim para o rato: "deixe de gostar de queijo, que você jamais cairá em ratoeira". Então, enquanto gostar de queijo, vai cair em ratoeira. Por isso é necessário, educar-se, espiritualmente.

No campo do controle emocional, como fugir dos sentimentos que nos escravizam em relações afetivas insatisfatórias?

Isso, também, está relacionado à pergunta anterior. É uma pergunta muito profunda. Eu não tenho como responder em tão pouco tempo. Mas responderei, superficialmente. Nós buscamos preencher o que falta em nós, através dos relacionamentos com outras pessoas. Na hipótese de não conseguirmos com as pessoas, buscamos nos preencher, através da profissão. Quando não conseguimos, através da profissão, buscamos através da religião ou através de bajulações, de fama ou de poder. Mas não será através desses expedientes que preencheremos o vazio que há em nós. O vazio que há em nós é exatamente o espaço da falta de consciência da nossa essência, que precisa ser preenchido. Este vazio, que não sabemos o que seja, nós buscamos nos outros, em todas as pessoas e não acharemos. O preenchimento desse vazio iremos encontrar dentro de nós mesmos. Esse é o grande segredo do relacionamento afetivo.

A pessoa que pensa que será feliz em função da sua convivência afetiva ou familiar está muito enganada. Ela jamais encontrará felicidade nos outros. Ela será feliz, em função dela mesma. No dia em que ela se amar, ela se envolverá com alguém satisfatório. Agora, enquanto ela não se amar muito, ela jamais conseguirá encontrar a felicidade perto de outras pessoas. Pelo contrário, ela até dificultará a felicidade das outras pessoas para com ela.

terça-feira, 27 de março de 2012

MEL Mata até Superbactérias


Pesquisadores australianos ficaram muito surpresos ao descobrir uma cura para tudo, existente desde há muito tempo bem debaixo de seus narizes - um mel vendido em lojas de alimentos saudáveis ​​como um medicamento natural:

A Grande Mãe Natureza demonstra mais uma vez que ela é a maior fonte de bem estar do ser humano. Em uma Colméia predomina a energia feminina, pois as abelhas são regidas por uma RAINHA.

Muito longe de ser um alimento de saúde natural obscura com qualidades curativas duvidosas, uma nova pesquisa mostrou um tipo de mel conhecido como Manuka, da Nova Zelândia, que mata todos e cada tipo de bactéria que os cientistas têm jogado nele, incluindo as "superbactérias" resistentes a antibióticos que assolam os hospitais matando pacientes em todo o mundo.

Algumas bactérias se tornaram resistentes a todos os medicamentos antibacterianos comumente prescritos. Mas os cientistas descobriram que o mel Manuka, como é conhecida na Nova Zelândia, ou geleia de arbusto, um mel, como é conhecido na Austrália, matou cada bactéria ou patógeno que nele foi testado. É aplicado externamente e atua sobre infecções de pele, mordidas generalizadas de animais e cortes.

O mel se distingue porque é produzido apenas por abelhas que se alimentam de árvores nativas de chá em regiões da Austrália e da Nova Zelândia, disse Dee Carter, da Escola de Biociências e Molecular Microbiana da Universidade de Sydney. Os resultados são susceptíveis de ter um enorme impacto sobre a medicina moderna e poderia conduzir a produção de uma nova gama de produtos à base de mel para substituir cremes antibióticos e anti-sépticos.

De acordo com relatório da ONU as abelhas estão sofrendo um processo de extinção em vários países industrializados do hemisfério norte, como Inglaterra, Canadá e EUA, colocando em risco até mesmo a produção de alimentos.

Os dois filhos do Professor Carter, Marty de 8 e Nicky com 6, acham que é muito engraçado a maneira como sua mãe coloca mel em suas feridas quando eles se machucam. Mas ela jura por eles, contando histórias de como rapidamente o mel cura qualquer infecção. "O uso do mel soa muito caseiro e nada científico, e é por isso que precisamos do uso da ciência para validar as afirmações feitas por ele", disse ela.

As propriedades curativas de vários tipos de mel já são conhecidas por culturas indígenas durante milhares de anos, e cobrir feridas e cortes com mel era comum antes do advento dos antibióticos. "A maioria das bactérias que causam infecções em hospitais são resistentes a pelo menos um antibiótico, e há uma necessidade urgente de novas formas de se tratar e controlar infecções de superfície da pele", disse o professor Carter.

"Novos antibióticos (sintetizados) tendem a ter vida útil curta, na medida em que as bactérias que atacam, rapidamente vão se tornando mais resistentes. Muitas grandes empresas farmacêuticas abandonaram a produção de antibióticos por causa da dificuldade de recuperação dos custos. Desenvolver alternativas eficazes poderiam, portanto, salvar muitas vidas," principalmente em países mais pobres do terceiro mundo

O Professor Carter disse que a coisa fascinante nisso tudo também foi que nenhum dos pesquisadores de bactérias jamais havia usado o mel ​​para testar contra as bactérias, incluindo superbactérias, como as bactérias comedores de carne. Ele disse que um composto natural no mel chamado de metilglioxal - ele próprio sendo tóxico - combinados de modo ainda desconhecido com outros compostos não identificados no mel é que causam a "falha de multissistema" nas bactérias, matando-as.

Os resultados do projeto da pesquisa serão publicados no Jornal Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas deste mês de março.
Thoth3126






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Quem busca a verdade, quem obedece à lei do amor, não pode estar preocupado com o amanhã.
Mahatma Gandhi


FONTE: http://www.theaustralian.com.au/honey-i-killed-the-superbug/story-fna7dq6e-1225737035676
Tradução e imagens: Thoth3126@gmail.com

POR:JOHN STAPLETON, Austrália, Sidney-
18 de junho de 2009 12:00 AM




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http://flawegmann.wordpress.com

segunda-feira, 26 de março de 2012

A Energia Segue o Pensamento




Na sociedade atual nos encontramos constantemente com o conceito de energia. Entretanto, pouca gente se detém a considerar quê se entende por este termo.

A palavra vem do grego “energos”, que significa “ativo”. A energia é, portanto, a capacidade para a atividade vital e, desde tempos remotos, este conceito de energia vem sendo aplicando a uma área cada vez maior de conhecimentos e atividades humanas. Durante muito tempo, este conceito foi utilizado em relação com acontecimentos físicos, e mais tarde entrou também na formação de outros campos, tais como a psicologia, a economia e a sociologia. Do conceito de energia como uma força viva distribuída de forma geral, uma linha direta de desenvolvimento nos conduz a todas as diferentes esferas da vida humana.

O conceito científico de energia tem sido aquele em que mais se desenvolveu e utilizou o conceito de energia. A ideia de que tudo é energia, em estados e condições mutáveis, deu lugar a uma síntese no pensamento científico e a uma nova compreensão das forças do universo. Isto nem sempre foi assim. No Século XIX a energia era considerada como o resultado do movimento de corpos ou partículas materiais (energia cinética ou atual) ou como resultado da posição de um fragmento de matéria em relação a outros fragmentos de matéria (energia potencial). Expressou-se isto por meio de duas grandes leis: a lei da Conservação da Massa, que em resumo expressava que a massa (a quantidade de matéria num corpo) era indestrutível, e a lei da Conservação da Energia, que basicamente postulava que a soma total de energia no universo era constante.

Considerava-se que os conceitos de massa ou matéria e de energia eram independentes, e destes dois conceitos acreditava-se que o da matéria era o mais básico e fundamental para nossa compreensão do universo. Mas em 1905 Einstein demonstrou com sua “teoria especial da relatividade” que a massa em si mesma é uma forma de energia, que a massa e a energia são de fato intercambiáveis, e que se relacionam segundo a fórmula E=mc2, onde “E” é igual energia, “m” é igual massa, e “c” é igual velocidade da luz. Assim, “se a matéria se desfaz de sua massa e viaja à velocidade da luz, recebe a denominação de energia. E, o inverso, se a energia se solidifica e imobiliza, podendo-se determinar sua massa, recebe o nome de matéria” (O Universo e o Dr. Einstein, de Lincoln Barnett). A lei da Conservação da Massa teve que abandonar o lugar preponderante onde foi colocada, para que o conceito de Energia assumisse sua legítima importância.

O Corpo Etérico

Graças a esta teoria especial da relatividade foi possível provar, cientificamente, que no universo físico conhecido tudo é energia. Este descobrimento desacreditou os conceitos e explicações materialistas sobre o universo. Porque nada existe no universo manifestado planetário solar ou nos diversos reinos da natureza que não possua uma forma de energia, sutil e intangível e, sem embargo, substancial. Considera-se que tudo o que existe é energia; o manifestado é expressão de um conglomerado de energias, com algumas das quais se constroem formas, outras constituem o meio em que tais formas vivem, se movem e têm seu ser, e ainda há outras no processo de vivificar tanto as formas como o meio em que se desenvolvem. Deve ser recordado que as formas existem dentro de outras formas. Uma pessoa, sentada em seu aposento, é uma forma dentro de outra forma; o aposento em si mesmo é uma forma dentro de uma residência e essa residência (por sua vez outra forma) é, provavelmente, uma mais entre muitas outras similares, colocadas umas por sobre as outras, ou também umas ao lado de outras, constituindo entre todas uma forma ainda maior. Entretanto, todas estas diversas formas estão compostas de substância tangível que, quando coordenada e agrupada segundo algum desenho conhecido ou ideia na mente de algum pensador, cria uma forma material. Esta substância tangível está composta de energias vivas, que vibram ao se relacionar uma com as outras e que, ao mesmo tempo, mantém sua qualidade própria e a vida que as caracteriza.

Vivemos imersos num oceano de energias, embora nem sempre somos conscientes deste fato. Nós mesmos somos um cúmulo de energias, as quais se encontram intimamente inter-relacionadas e constituem o corpo sintético de nosso planeta. A este corpo energético denominamos etérico. O corpo energético etérico de cada ser humano é uma parte integrante do corpo etérico planetário e, consequentemente, do sistema solar. Deste modo, cada ser humano está relacionado, essencialmente, com todas as demais expressões divinas da vida, sejam pequenas ou grandes. De fato, o corpo energético de qualquer forma da natureza é parte integrante da forma substancial da vida universal única, do próprio Deus.

O corpo etérico não é nenhuma outra coisa senão energia. Sua função é receber e transmitir impulsos energéticos de distintas classes e graus, pondo-se em atividade graças a estes impulsos ou correntes de força. Proporciona a base necessária para os distintos tipos e níveis de interação telepática e para todas as formas de trabalho subjetivo e relações entre grupos e indivíduos. O corpo etérico também proporciona o nexo entre os impulsos mentais e emocionais, assim como o mundo da forma física exterior. As energias estão constantemente circulando através da rede do corpo etérico, condicionando e determinando a expressão externa, assim como as atividades e qualidades de todas as formas viventes. Isto é aplicável tanto aos seres humanos, individualmente, como aos grupos, à humanidade em conjunto, ao planeta e também mais além deste.

Fundamentos do Plano

As circunstâncias e acontecimentos do mundo externo são produto das energias dominantes que circulam no corpo planetário etérico em cada período particular da história mundial. Até há pouco tempo, a maioria dos homens e mulheres respondiam, principalmente, à energia do impulso emocional. Eram realmente poucas as pessoas receptivas à energia mental e aos padrões de pensamento. Entretanto, esta situação mudou rapidamente a partir do Século XX. Graças aos modernos sistemas educacionais, milhões de pessoas desenvolveram e estão desenvolvendo o poder de pensar e manejar a energia do pensamento. Aqueles que podem registrar e ceder a estes impulsos e padrões de pensamento que portam as sementes da cultura e civilização do mundo e que procedem da Mente Universal são na atualidade o suficientemente numerosos para formar um grupo mundial.

Diz-se que “o que está acontecendo no mundo, hoje em dia, vem determinado pelas ideias” e isto pode ser observado, claramente, nestes momentos. As pessoas que possuem algum conhecimento sobre o poder do pensamento, sobre os efeitos das correntes de energia mental, que fluem da mente, enfrentam uma situação de grande responsabilidade e que por sua vez lhes proporcionam uma grande oportunidade. Os pensamentos são energia e a energia segue o pensamento. Esta é a base de todo trabalho criador no plano mental. Se uma pessoa cujos pensamentos refletem a verdade pode transformar o clima mental do meio ambiente. Da mesma maneira, os pensamentos egoístas, não controlados ou destrutivos, podem envenenar a atmosfera mental. Nossos pensamentos são mais poderosos do que, geralmente, se acredita. Daí a necessidade de um uso criativo e construtivo deste poder.

O universo é a expressão de um plano e propósitos divinos. Não é uma “concorrência fortuita de átomos”, mas o desenvolvimento de um elevado desenho ou padrão. Quando nos tornamos conscientes da necessidade de que formas de energias positivas e construtivas circulem, nos convertemos em colaboradores conscientes do Plano Divino. Nestes momentos, começamos a reconhecer mais nitidamente a realidade do mundo mental e a trabalhar mais conscientemente para sermos capazes de registrar e responder às ideias e princípios fundamentais, que estão tentando se manifestar no mundo e que formam parte das linhas de ação de um Plano. Começamos a darmos conta, também, da existência daqueles que poderiam ser denominados “Os Guardiões do Plano” (a Hierarquia Espiritual) cuja tarefa é a preparação das diretrizes do Plano para que a humanidade as utilize e desenvolva. Identificamo-nos e nos associamos com o processo criador universal, compartilhado pela Hierarquia espiritual e por todos os pensadores criativos, cujo trabalho está inspirado pelo amor e o serviço.

Qualquer um pode cooperar na tarefa para que “o Plano se expresse por meio do pensamento”. Os objetivos fundamentais do Plano são: que a luz ilumine nossas mentes, que o amor governe todas as relações e que a vontade de Deus dirija os assuntos dos homens e mulheres. Todos aqueles que realmente procuram amar e servir a humanidade estão cooperando com o Plano. As pessoas que conhecem o poder do pensamento e que podem começar a trabalhar com a energia do pensamento, no plano mental, podem desenvolver um papel adicional criativo.




A Doutrina Secreta

1 - Apresentação

Nas imagens contidas no proêmio da Doutrina Secreta, na primeira há um disco de brancura sem mácula, destacando-se sobre fundo de um negro intenso, representando o Cosmos na Eternidade, antes do despertar da Energia ainda em repouso, a emanação do Verbo em sistemas posteriores. Na segunda aparece o mesmo disco, mas com um ponto no centro. O ponto no círculo, até então imaculado, Espaço e Eternidade em Pralaya, indica a aurora da diferenciação. É o ponto dentro do Ovo do Mundo, o germe interno de onde se desenvolverá o Universo, o Todo, o Cosmos infinito e periódico; germe que é latente e ativo, revezando-se periodicamente os dois estados. O único círculo é a Unidade Divina, de onde tudo procede e para onde tudo retorna: sua circunferência, símbolo forçosamente limitado, porque limitada é a mente humana, indica a PRESENÇA abstrata e sempre incognoscível, e seu plano, a Alma Universal, embora os dois sejam um. Sendo branca a superfície do disco e negro todo o fundo que o rodeia, isso mostra que esse plano é o único conhecimento, não obstante ainda obscuro e nebuloso, que ao homem é dado alcançar. No plano tem origem as manifestações manvantáricas, porque é naquela ALMA que, durante o Pralaya, dorme o Pensamento Divino, no qual jaz oculto o plano de todas as cosmogonias e teogonias futuras.

É a VIDA UNA, eterna, invisível - mas onipresente; sem princípio nem fim - mas periódica em suas manifestações regulares (em cujos intervalos reina o profundo mistério do Não-Ser); inconsciente - mas Consciência absoluta; incompreensível - mas a única realidade existente por si mesma; em suma, "um Caos para os sentidos, um Cosmos para a razão". Seu atributo único e absoluto, que é Ele mesmo, o Movimento eterno e incessante, é chamado, esotericamente, o Grande Sopro, que é o movimento perpétuo do Universo, no sentido de Espaço sem limites e sempre presente. O que é imóvel não pode ser Divino. Mas, de fato e na realidade, nada existe absolutamente imóvel na Alma Universal.

Desde o começo do que constitui a herança do homem, desde o primeiro aparecimento dos arquitetos do globo em que vivemos, a Divindade não revelada foi reconhecida e considerada sob o seu único aspecto filosófico - o Movimento Universal, a vibração do Sopro criador na Natureza. O Ocultismo sintetiza assim a Existência Una: "A Divindade é um fogo misterioso vivo (ou movente), e as eternas testemunhas desta Presença invisível são a Luz, o Calor e a Umidade" tríade esta que abrange todos os fenômenos da Natureza e lhes é a causa. O movimento intracósmico é eterno e incessante; o movimento cósmico, o que é visível ou objeto da percepção, é finito e periódico. Como eterna abstração, é o Sempre Presente; como manifestação, é finito, na direção do futuro e na direção do passado, sendo estes dois o Alfa e o Omega das reconstruções sucessivas. O Cosmos - o Número - não tem nada que ver com as relações causais do mundo fenomenal. Só em relação à Alma intracósmica, ao Cosmos ideal no imutável Pensamento Divino é que podemos dizer: "Jamais teve começo, nem jamais terá fim". Quanto ao seu corpo ou organismo cósmico, ainda que se não possa dizer que haja tido uma primeira construção ou deva ter uma última, em cada novo Manvantara pode esse organismo ser havido como o primeiro e o último de sua espécie, pois evoluciona cada vez para um plano mais elevado...
A primeira figura é um disco simples.
A segunda é um disco com um ponto no centro, um símbolo arcaico que representa a primeira diferenciação nas manifestações periódicas da Natureza eterna, sem sexo e infinita, "Aditi em AQUILO" (Rig Veda), ou o Espaço potencial no Espaço abstrato.
Na terceira fase, o ponto se transforma em um diâmetro, é o símbolo da Mãe-Natureza, divina e imaculada, no Infinito absoluto, que abrange todas as coisas.
Quando o diâmetro horizontal se cruza com um vertical, o símbolo se converte na cruz do mundo.
A humanidade alcançou sua Terceira Raça-Raiz: é o signo do começo da vida humana, quando a circunferência desaparece, ficando apenas a cruz, este signo representa a queda do homem na matéria, começando então a Quarta Raça. A Cruz inscrita no círculo simboliza o Panteísmo puro; suprimido o círculo, passa a ser um símbolo fálico.
Tinha o mesmo significado, afora outros especiais, que o Tau inscrito no círculo,
ou que o martelo de Thor, a chamada cruz Jaina, ou simplesmente Suástica, dentro de um círculo.

Por meio do terceiro símbolo - o círculo dividido em dois pelo diâmetro horizontal - se dava a entender a primeira manifestação da Natureza criadora, ainda passiva (porque feminina). A primeira percepção vaga que o homem tem da procriação é feminina, pois o homem conhece mais de perto a mãe que o pai. As divindades femininas eram, por isso, mais sagradas que as masculinas. A Natureza é, portanto, feminina, e até certo ponto objetiva e tangível; e o Princípio espiritual que a fecunda permanece oculto.
Acrescentando uma linha perpendicular ao diâmetro horizontal, formou-se o Tau - a mais antiga forma desta letra. Este foi o símbolo da Terceira Raça-Raiz até o dia de sua queda simbólica, ou seja, a separação dos sexos por evolução natural;
então a figura passou à figura seguinte, ou a vida assexual modificada e dividida - um duplo signo ou hieróglifo. Com as sub-raças de nossa Quinta Raça, veio a ser em simbologia o Sacr', e em hebreu o N'cabvah, das Raças primitivamente formadas;
transformou-se depois no emblema egípcio da vida,
e, mais tarde ainda, no signo de Vênus.

A seguir vem a Suástika (o martelo de Thor, ou a Cruz Hermética atual), separada completamente do círculo e, portanto, fálica.
O símbolo esotérico do Kali Yuga é a estrela de cinco pontas invertida, isto é, com duas pontas viradas para cima (cornos), - signo da feitiçaria humana - posição que todo Ocultista reconhecerá como pertencente à "mão esquerda", e empregada na magia cerimonial.

Erram e cometem injustiça os que consideram ateus os Ocultistas, budistas e Adwaítas. Se todos não são filósofos, mostram-se pelo menos lógicos, baseando-se os seus argumentos e objeções no mais estrito raciocínio. Em verdade, se encararmos o Parabrahman dos hindus como representante das divindades ocultas e inominadas de outras nações, veremos que este Princípio absoluto é o protótipo do qual foram copiadas todas as demais. Parabrahman não é "Deus", como não é um Deus. "É o supremo e o não supremo (Parâvara)". É o supremo como causa, e o não supremo como efeito. Parabrahman é simplesmente, como Realidade sem par, o Cosmos que tudo contém - ou melhor, o Espaço cósmico infinito - no sentido espiritual mais elevado, naturalmente. Sendo Brahman (neutro) a Raiz suprema, imutável, pura, livre, incorruptível, "a verdadeira Existência Una, Paramârthika", e o absoluto Chit ou Chaitanya (Inteligência, Consciência), não pode conhecer, "porque AQUILO não pode ser sujeito de cognição". Pode-se dizer que a chama é a Essência do Fogo? A Essência é "a Vida e a Luz do Universo; o fogo e a chama visíveis são a destruição, a morte e o mal". "O Fogo e a Chama destroem o corpo de um Arhat; sua Essência o torna imortal". "O conhecimento do Espírito absoluto, tal como a refulgência do sol e o calor do fogo, não é outra coisa senão a própria Essência absoluta", diz Sankarâchârya. É "o Espírito do Fogo", não o Fogo em si mesmo; portanto, "os atributos deste último, o Calor e a Chama, não são atributos do Espírito, e sim daquilo de que o Espírito é a causa inconsciente". Parabrahman, em suma, é a agregação coletiva do Cosmos em sua infinidade e eternidade, o "AQUILO" e o "ISTO", a que se não podem aplicar agregados distributivos. "No princípio, ISTO era Ele Mesmo, um somente"; o grande Sankârachârya esclarece que "ISTO" se refere ao Universo (Jagat), e que as palavras "no princípio" significam: antes da reprodução do Universo fenomenal.

Quando, pois, os Panteístas se fazem eco dos Upanishads, que declaram - como também a Doutrina Secreta - que "ISTO" não pode criar, não estão negando a existência de um Criador, ou melhor, de um agregado coletivo de criadores; o que fazem é simplesmente recusar, com muita lógica, atribuir o ato da "criação", e especialmente o da formação - coisas que são finitas - a um Princípio Infinito. Para eles, Parabrahman é uma causa passiva, porque absoluta; é o Mukta incondicionado. Recusam-lhe apenas a Onisciência e a Onipotência limitadas, já que também se trata de atributos, refletidos nas percepções dos homens; e porque, sendo Parabrahman o TODO Supremo, o Espírito e a Alma, sempre invisíveis, da Natureza imutável e eterna, não pode ter atributos: o Absoluto exclui naturalmente a possibilidade de toda relação com a ideia de finito ou condicionado. E quando os Vedantas afirmam que só a emanação de Parabrahman possui atributos - emanação que eles chamam ISHVARA em união com Mâyâ, e Avidyâ (Agnosticismo ou Ciência negativa, antes que ignorância) - dificilmente se verá ateísmo em tal concepção. Pois que é impossível existirem dois Infinitos ou dois Absolutos em um Universo, que se supõe sem limites, como se há de conceber aquela Existência-em-Si-Mesma criando pessoalmente? Para os sentidos e percepções dos seres finitos, AQUILO é o Não-Ser, no sentido de que é aAsseidade Una; porque neste TODO jaz latente sua coeterna e coeva emanação ou irradiação inerente, a qual, ao se converter periodicamente em Brahmâ (a Potência masculino-feminina), se expande no Universo manifestado. "Nârâyana movendo-se sobre as Águas (abstratas) do Espaço" transforma-se nas Águas de substância concreta, impulsionadas por ele, que vem a ser agora o Verbo ou Logos manifestado.

Os brâmanes ortodoxos, aqueles que mais se opõem aos panteístas e aos adwaítas, classificando-os como ateus, têm que admitir, se Manu é alguma autoridade na matéria, a morte de Brahmâ, o Criador, ao terminar cada ciclo desta divindade (100 Anos Divinos, período que exigiria quinze cifras para ser expresso em anos comuns). No entanto, nenhum de seus filósofos entende essa "morte" em outro sentido que não o de um desaparecimento temporário do plano manifestado da existência ou como um repouso periódico.

Os Ocultistas estão, assim, de acordo com os filósofos vedanta-adwaítas a respeito desta doutrina; e demonstram a impossibilidade de aceitar-se, no terreno filosófico, a ideia de TODO absoluto fazer surgir, pela criação, ou até mesmo pela evolução, aquele "'Ovo Áureo", no qual se diz que penetrou para se transformar em Brahmâ, o Criador, desdobrando-se este, depois, nos Deuses e em todo o Universo visível.

Sustentam os Ocultistas que a Unidade absoluta não pode converter-se na Infinidade, porque o Infinito pressupõe a extensão ilimitada de "algo" e a duração deste algo; e o Todo Uno não é - como o Espaço, sua única representação mental e física em nosso plano de existência, a Terra - nem sujeito nem objeto de percepção. Se se pudesse admitir que o Todo eterno e infinito, a Unidade onipresente, em vez de ser na Eternidade, se transformasse, por manifestações periódicas, em um Universo múltiplo ou em uma Personalidade múltipla, tal Unidade deixaria de ser una. A ideia de Locke, de que "o espaço puro não é capaz nem de resistência nem de movimento", é incorreta. O Espaço não é nem um "vazio sem limites" nem uma "plenitude condicionada"; mas uma e outra coisa. E sendo, no plano da abstração, a Divindade sempre ignota, que é um vazio só para a mente finita, e, no plano da percepção mayávica, o Plenum, o continente absoluto de tudo o que é, seja manifestado ou não manifestado - é, por conseguinte, aquele TODO ABSOLUTO. Não há diferença alguma entre as palavras do Apóstolo cristão: "Nele vivemos, nele nos movemos e temos o nosso ser", e o que diz o Rishi hindu: "O Universo vive em Brahmâ, dele procede e a ele voltará"; porque Brahman (neutro), o não manifestado, é aquele Universo in abscondito; e Brahmâ, o manifestado, é o Logos macho-fêmea dos dogmas ortodoxos. O Deus do Apóstolo Iniciado, assim como o do Rishi, é ao mesmo tempo o Espaço Invisível e o Visível. Em simbolismo esotérico, o Espaço é chamado "Mãe-Pai Eterno de Sete Peles"; e é constituído de sete capas, desde sua superfície não diferenciada até a diferenciada.

"Que é que foi, é e será... haja ou não um Universo, existam ou não deuses?" - pergunta o Catecismo Esotérico Senzar. E a resposta é: "O Espaço".

O que se recusa aceitar não é o Deus Uno desconhecido, sempre presente na Natureza, ou a Natureza in abscondito; mas o "Deus" do dogma humano e o seu "Verbo" humanizado. Em sua incomensurável presunção, e no orgulho e vaidade que lhe são inerentes, criou o homem o seu Deus, pelas próprias mãos sacrílegas e com os materiais que encontrou em sua mísera substância cerebral, e o impôs ao gênero humano como uma revelação direta do ESPAÇO uno e não revelado.

O ocultista aceita a revelação como procedente de Seres Divinos, mas finitos; das Vidas manifestadas, mas não da Vida Una não manifestada; daquelas Entidades chamadas Homens Primordiais, Dhyâni-Buddhas ou Dhyân Chohans, os Rishi-Prajâpati dos hindus, os Elohim ou Filhos de Deus dos Judeus, os Espíritos Planetários de todas as nações, que foram considerados Deuses pelos homens. O Ocultista considera também Âdi-Shakti - a emanação direta de Mûlaprakriti, a ETERNA RAIZ DE AQUILO, e o aspecto feminino da Causa Criadora, Brahmâ, em sua forma âkâshica de Alma Universal - como Mâyâ, filosoficamente, e causa da Mâyâ humana. Esse modo de ver não o impede, porém, de crer em sua existência por todo o tempo em que esta perdura, isto é, durante um Mahâmanvantara; nem de aplicar o Akâsha, a irradiação de Mûlaprakriti, a fins práticos, visto que a Alma do Mundo está relacionada com todos os fenômenos naturais, conhecidos ou desconhecidos da ciência.

As religiões mais antigas do mundo - exotericamente, porque todas têm uma só raiz ou fundamento esotérico - são a industânica, a masdeísta e a egípcia. Segue-se a dos Caldeus, produto das anteriores, hoje inteiramente perdida para o mundo, exceto no Sabeísmo desfigurado pela interpretação atual dos arqueólogos. Depois, vem a judaica, que esotericamente acompanha a linha do magismo babilônico, como se vê na Cabala, e exotericamente é, como no Gênesis e no Pentateuco, uma coletânea de lendas alegóricas. Lidos à luz do Zohar, os quatro primeiros capítulos do Gênesis são os fragmentos de uma página altamente filosófica de cosmogonia. Vistos em sua aparência simbólica, não passam de um conto para crianças, um espinho incômodo cravado no flanco da ciência e da lógica - efeito evidente de Karma. Deixá-los servir de prólogo ao Cristianismo foi como que uma cruel vindita dos rabinos, que sabiam melhor o que significava o seu Pentateuco. Foi um protesto mudo contra a espoliação de que eram alvo, e em verdade os judeus levam hoje vantagem sobre os seus perseguidores tradicionais.

O Catecismo Oculto contém as seguintes perguntas e respostas:

Que é aquilo que sempre é? - O Espaço, o eterno Anupâdaka (que não tem pais).

Que é aquilo que sempre foi? - O Germe na Raiz.

Que é aquilo que sem cessar vai e vem? - É o Grande Sopro.

Então há três Eternos? - Não, os três são um. - O que sempre é, é um; o que sempre foi, é um; o que sempre está sendo e vindo a ser, é também um; e este é o Espaço.

Explica, ó Lanu! (discípulo) - O Uno é um Círculo não interrompido (Anel) e sem circunferência, porque não está em parte alguma e está em toda parte; o Uno é o Plano sem limites do Círculo, que manifesta um Diâmetro somente durante os períodos manvantáricos; o Uno é o Ponto indivisível que não está situado em parte alguma, e percebido em toda parte durante aqueles períodos. É a Vertical e a Horizontal, o Pai e a Mãe, a cúspide e a base do Pai, as duas extremidades da Mãe, que em realidade não chegam a parte alguma; porque o Uno é o Anel, como também os Anéis que estão dentro desse Anel. É a Luz nas Trevas, e as Trevas na Luz: "o Sopro que é eterno". Atua de fora para dentro, quando está em toda parte, e de dentro para fora, quando não está em parte alguma - ou seja, Mâyâ, um dos Centros. Expande-se (expiração e inspiração). Quando se expande, a Mãe se difunde e se dispersa; quando se contrai, a Mãe se encolhe e se concentra. Assim se produzem os períodos de Evolução e de Dissolução, Manvantara e Pralaya. O Germe é invisível e ígneo; a Raiz (o plano do Círculo) é fria; mas durante a Evolução e o Manvantara, o seu revestimento é frio e radiante. O Sopro quente é o Pai que devora a progênie dos Elementos de múltiplas faces (heterogêneos) e deixa os que têm uma só face (homogêneos). O Sopro frio é a Mãe que os concebe, que os forma, que os faz nascer e que os recolhe novamente em seu seio para tornar a formá-los outra vez na Aurora (do Dia de Brahma, ou Manvantara).

Para melhor compreensão dos leitores em geral, devemos esclarecer que a Ciência Oculta reconhece a existência de sete Elementos cósmicos, quatro dos quais são inteiramente físicos. e o quinto semimaterial (o Éter); este último chegará a ser visível no ar até o final de nossa Quarta Ronda, e terá a supremacia sobre os outros na Quinta Ronda. Os dois restantes ainda estão absolutamente fora do alcance da percepção humana. Aparecerão, todavia, como pressentimentos, durante as Raças Sexta e Sétima da Ronda atual, e se tornarão de todo conhecidos na Sexta e na Sétima Ronda, respectivamente.

Estes sete Elementos, com seus inumeráveis sub-elementos (que são muito mais numerosos que os admitidos pela ciência) não passam de modificações condicionadas e aspectos do Elemento Uno e único. Este último não é o Éter, nem sequer o Akâsha, mas a fonte de ambos. O Quinto Elemento, que a ciência hoje tende a admitir, não é o Éter imaginado por Sir Isaac Newton, ainda que este lhe desse tal nome associando-o provavelmente com AEther, "o Pai-Mãe" da antiguidade. Como disse Newton por intuição: "A Natureza trabalha perpetuamente em ciclos, fazendo gerar fluidos de sólidos, coisas fixas de coisas voláteis, e voláteis das fixas; coisas sutis das grosseiras, e coisas grosseiras das sutis... Assim, é possível que todas as coisas tenham sua origem no Éter".


2 – A Doutrina Secreta estabelece três proposições fundamentais:
I. Um PRINCÍPIO Onipresente, Sem Limites e Imutável, sobre o qual toda especulação é impossível, porque transcende o poder da concepção humana e porque toda expressão ou comparação da mente humana não poderia senão diminuí-lo. Está além do horizonte e do alcance do pensamento, ou, segundo as palavras do Mândûkya, é "inconcebível e inefável".

Para que possa compreender mais claramente estas ideias, deve o leitor adotar como ponto de partida o seguinte postulado: Há uma Realidade Absoluta, anterior a tudo o que é manifestado ou condicionado. Esta Causa Infinita e Eterna, vagamente formulada no "Inconsciente" e no "Incognoscível" da filosofia, é a Raiz sem Raiz de "tudo quanto foi, é e será". É, naturalmente, desprovida de todo e qualquer atributo, e permanece essencialmente sem nenhuma relação com o Ser manifestado e finito. É a "Asseidade", mais propriamente que o Ser, Sat em sânscrito, e está fora do alcance de todo pensamento ou especulação.

Esta Asseidade é simbolizada na Doutrina Secreta sob dois aspectos. De um lado, o Espaço Abstrato absoluto, representando a subjetividade pura, aquilo que nenhuma mente humana pode excluir de qualquer conceito, nem conceber como existente em si mesmo. De outro lado, o Movimento Abstrato absoluto, que representa a Consciência Incondicionada. Os próprios pensadores ocidentais têm afirmado que a consciência, separada da transformação, é inconcebível para nós, e que o movimento é o melhor símbolo da transformação e sua característica essencial. Este último aspecto da Realidade Una é ainda simbolizado pela expressão "o Grande Sopro", e o símbolo é bastante sugestivo para necessitar de outra explicação. Assim, o primeiro axioma fundamental da Doutrina Secreta é aquele UM ABSOLUTO metafísico - a ASSE IDADE, representada na Trindade teológica pela inteligência finita.

Parabrahman, a Realidade Una, o Absoluto, é o campo da Consciência Absoluta, vale dizer, daquela Essência que está fora de toda relação com a existência condicionada, e cuja existência consciente é um símbolo condicionado. Mas, logo que saímos, em pensamento, desta Negação Absoluta (para nós), surge o dualismo no contraste entre o Espírito (ou Consciência) e a Matéria, entre o sujeito e o objeto.

O Espírito (ou Consciência) e a Matéria devem ser, no entanto, considerados não como realidades independentes, mas como duas facetas ou aspectos do Absoluto (Parabrahman), que constituem a base do ser condicionado, seja subjetivo ou objetivo.

Se consideramos essa tríade metafísica como a raiz de que procede toda manifestação, o Grande Sopro assume o caráter de Ideação pré-cósmica. É a fons et origo da força e de toda consciência individual; e de onde promana a inteligência que preside o vasto plano da Evolução cósmica. Por outra parte, a Substância-Raiz pré-cósmica (Mûlaprakriti) é o aspecto do Absoluto que serve de substrato a todos os planos objetivos da natureza.

Assim como a Ideação Pré-Cósmica é a raiz de toda consciência individual, assim também a Substância Pré-Cósmica é o substrato da matéria nos seus diversos graus de manifestação.

Daí resulta que o contraste desses dois aspectos do Absoluto é essencial para a existência do Universo manifestado. Isolada da Substância cósmica, a Ideação Cósmica não poderia manifestar-se como consciência individual; pois só por meio de um veículo (upâdhi) de matéria é que a consciência emerge como "Eu sou Eu", sendo necessária uma base física para concentrar um Raio da Mente Universal a certo grau de complexidade. E por sua vez, separada da Ideação Cósmica, a Substância Cósmica não passaria de uma abstração vazia, e nenhuma manifestação de consciência poderia surgir.

O Universo Manifestado acha-se, portanto, informado pela dualidade, que vem a ser a essência mesma de sua Ex-istência como manifestação. Mas, assim como os polos opostos de Sujeito e Objeto, de Espírito e Matéria, não são mais que aspectos da Unidade Una, que é a sua síntese, assim também no Universo Manifestado existe "algo" que une o Espírito à Matéria, o Sujeito ao Objeto.

Esse "algo", que a especulação ocidental presentemente desconhece, é chamado Fohat pelos Ocultistas. É a "ponte" por meio da qual as ideias existentes no Pensamento Divino passam a imprimir-se sobre a Substância Cósmica, como Leis da Natureza. Fohat é, assim, a energia dinâmica da Ideação Cósmica; ou então, encarado sob outro aspecto, é o "medium" inteligente, o poder diretor de toda manifestação, o Pensamento Divino transmitido e manifestado por intermédio dos Dhyân Chohans, os Arquitetos do Mundo visível. Assim, do Espírito ou Ideação Cósmica provém a nossa Consciência; da Substância Cósmica, os diversos veículos em que esta Consciência se individualiza e chega ao Eu, à consciência de si mesma ou reflexiva; enquanto Fohat, em suas manifestações várias, é o elo misterioso que une o Espírito à Matéria, o princípio animador que eletriza cada átomo para dar-lhe vida.

O seguinte resumo dará ao leitor uma noção mais clara:

1. O ABSOLUTO: o Parabrahman dos Vedantas ou a Realidade Una, Sat, que é ao mesmo tempo Absoluto Ser e Não-Ser.

2. O Primeiro Logos: o impessoal e, em filosofia, não manifestado; o Logos precursor do Manifestado. É a "Causa Primeira", o "Inconsciente" dos panteístas.

3. O Segundo Logos: Espírito-Matéria, Vida; o "Espírito do Universo", Purusha e Prakriti.

4. O Terceiro Logos: A Ideação Cósmica; Mahat ou Inteligência, a Alma Universal do Mundo; o Númeno Cósmico da Matéria, a base das operações inteligentes da Natureza; também chamado Mahâ-Buddhi.

A REALIDADE UNA; seus aspectos duais no Universo condicionado.


A Doutrina Secreta afirma, além disso:
II. A Eternidade do Universo in toto, como plano sem limites; periodicamente "cenário de Universos inumeráveis, manifestando-se e desaparecendo constantemente", chamados "as Estrelas que se manifestam" e "as Centelhas da Eternidade". "A Eternidade do Peregrino" é como um abrir e fechar de olhos da Existência-por-si-Mesma", segundo o Livro de Dzyan. "O aparecimento e o desaparecimento de Mundos são como o fluxo e o refluxo periódico das marés".

Este segundo asserto da Doutrina Secreta é a universalidade absoluta daquela lei de periodicidade, de fluxo e refluxo, de crescimento e decadência, que a ciência física tem observado e registra em todos os departamento da Natureza. Alternativas tais como Dia e Noite, Vida e Morte, Sono e Vigília, são fatos tão comuns, tão perfeitamente universal e sem exceção, que será fácil compreender por que divisamos nelas uma das leis absolutamente fundamentais do Universo.


Ensina também a Doutrina Secreta:
III. A identidade fundamental de todas as Almas com a Alma Suprema Universal, sendo esta última um aspecto da Raiz Desconhecida; e a peregrinação obrigatória para todas as Almas, centelhas daquela Alma Suprema, através do Ciclo de Encarnação, ou de Necessidade, durante todo esse período. Em outras palavras: nenhum Buddhi puramente espiritual (Alma Divina) pode ter uma existência consciente independente, antes que a centelha, emanada da Essência pura do Sexto Princípio Universal - ou seja, da ALMA SUPREMA - haja passado por todas as formas elementais pertencentes ao mundo fenomenal do Manvantara, e adquirido a individualidade, primeiro por impulso natural e depois à custa dos próprios esforços, conscientemente dirigidos e regulados pelo Karma, escalando assim todos os graus de inteligência, desde o Manas inferior até o Manas superior; desde o mineral e a planta ao Arcanjo mais sublime (Dhyâni-Buddha). A Doutrina axial da Filosofia Esotérica não admite a outorga de privilégios nem de dons especiais ao homem, salvo aqueles que forem conquistados pelo próprio Ego com o seu esforço e mérito pessoal, ao longo de uma série de metempsicoses e reencarnações.

Por isso dizem os hindus que o Universo é Brahman e Brahmâ; porque Brahman está em todo átomo do Universo, sendo os seis princípios da natureza a expressão ou os aspectos vários e diferenciados do Sétimo e Uno, a Realidade única no Universo, seja cósmico ou microcósmico; e ainda porque as permutações psíquicas, espirituais e físicas do Sexto (Brahmâ, o veículo de Brahman), no plano da manifestação e da forma, são consideradas, por antífrase metafísica, ilusórias e mayávicas. Embora a raiz de todos os átomos, individualmente, e de todas as formas, coletivamente, seja o Sétimo Princípio, ou a Realidade Una, em sua aparência manifestada, fenomenal e temporária tudo isso não é senão uma ilusão efêmera dos nossos sentidos.

Em seu modo de ser absoluto, o Princípio Uno, sob seus dois aspectos, Parabrahman e Mûlaprakriti, não tem sexo, é incondicionado e eterno. Sua emanação manvantárica, periódica, ou irradiação primária, é também una, andrógina, e finita em seu aspecto fenomenal. Quando, por sua vez, a emanação irradia, todos os seus raios são igualmente andróginos, convertendo-se nos princípios masculino e feminino em seus aspectos inferiores. Depois de um Pralaya, quer seja o Grande Pralaya ou o Pralaya Menor - deixando este último os mundos em status quo - o primeiro a despertar para a vida ativa é o plástico Akâsha, o Pai-Mãe, o Espírito e a Alma do Éter, ou seja, o Plano do Círculo. O Espaço é chamado a Mãe, antes de sua atividade cósmica, e Pai-Mãe no primeiro estágio do seu despertar. Na Cabala ele é também Pai-Mãe-Filho. Mas, enquanto na doutrina oriental constituem estes o Sétimo Princípio do Universo Manifestado, ou Atmâ-Buddhi-Manas (Espírito-Alma-Inteligência), ramificando-se e dividindo-se a Tríade em sete Princípios Cósmicos e em sete Princípios Humanos, na Cabala ocidental dos místicos cristãos correspondem à Tríade ou Trindade, e, entre os seus Ocultistas, ao Jehovah macho-fêmea, Jah-Havah. Nisso consiste toda a diferença entre as Trindades esotérica e cristã.

Os místicos e os filósofos, os panteístas orientais e ocidentais, sintetizam sua Tríade pré-genética na abstração divina pura. Os ortodoxos a antropomorfizam. Hiranyagarbha, Hari e Sansara (Brahamâ, Vishnu e Shiva) - as três Hipóstases do Espírito que se manifesta (o "Espírito do Espírito Supremo", título sob o qual Prithivi, a Terra, saúda a Vishnu em seu primeiro Avatar) - são as qualidades abstratas e puramente metafísicas da Formação, da Conservação e da Destruição; são também os três Avasthâs (Hipóstases) divinos daquele que "não parece com as coisas criadas", Achyuta, nome de Vishnu. Os cristãos ortodoxos cindem a sua Divindade pessoal criadora em três pessoas distintas, e não admitem Divindade superior. Esta última, em Ocultismo, é o Triângulo abstrato; para o ortodoxo, é o cubo perfeito. O deus criador, ou antes a coletividade dos deuses criadores, é considerado pelo filósofo oriental como Bhrântidarshanatah, "falsas aparências", algo "concebido, em razão de aparências enganosas, como uma forma material", e que se explica como proveniente do conceito ilusório da Alma humana pessoal e egoísta (o Quinto Princípio inferior).


3 – A Doutrina Secreta ensina...
A Doutrina Secreta ensina o progressivo desenvolvimento de todas as coisas, tanto dos mundos como dos átomos. Não é possível conceber o princípio desse maravilhoso desenvolvimento, nem tampouco imaginar-lhe o fim. O nosso "Universo" não passa de uma unidade em um número infinito de Universos, todos eles "Filhos da Necessidade", elos da Grande Cadeia Cósmica de Universos, cada qual em relação de efeito com o que o precedeu, e de causa com o que lhe sucede.

O aparecimento e o desaparecimento do Universo são descritos como expiração e inspiração do Grande Sopro, que é eterno e que, sendo Movimento, é um dos três aspectos do Absoluto; os outros dois são o Espaço Abstrato e a Duração. Quando o Grande Sopro expira, é chamado o Sopro Divino e considerado como a respiração da Divindade Incognoscível - a Existência Una -, emitindo esta, por assim dizer, um pensamento, que vem a ser o Cosmos. De igual modo, quando o Sopro Divino é inspirado, o Universo desaparece no seio da Grande Mãe, que então dorme "envolta em suas Sempre Invisíveis Vestes".


4 - Ensina a Filosofia Esotérica...
Ensina a Filosofia Esotérica que tudo vive e é consciente, mas não que toda vida e toda consciência sejam semelhantes às dos seres humanos ou mesmo dos animais. Nós consideramos a vida como a única forma de existência manifestando-se no que chamamos Matéria, ou naquilo que, no homem, chamamos Espírito, Alma e Matéria (separando-os sem razão). A Matéria é o Veículo para a manifestação da Alma neste plano de existência, e a Alma é o Veículo em um plano mais elevado para a manifestação do Espírito; e os três formam uma Trindade sintetizada pela Vida, que os interpenetra a todos.

A ideia da Vida Universal é um daqueles antigos conceitos que estão retornando à mente humana como consequencia de sua libertação da teologia antropomórfica. Verdade é que a Ciência se contenta com traçar ou expor os sinais da Vida Universal, não ousando ainda pronunciar ou sequer sussurrar a expressão Anima Mundi! A ideia da "vida cristalina", que hoje é familiar à ciência, teria sido repudiada com desprezo até por volta da metade do Século XIX. Os botânicos investigam os nervos das plantas; não porque suponham que as plantas sejam capazes de sentir ou pensar como os animais, mas por acreditarem que, para explicar o crescimento e a nutrição dos vegetais, é necessária uma estrutura que guarde, na vida das plantas, uma relação funcional idêntica à dos nervos na vida animal. Parece quase impossível que a Ciência se deixe enganar por muito mais tempo com o simples uso de palavras tais como "força" e "energia", tardando em reconhecer que as coisas dotadas de movimento são coisas vivas, quer se trate de átomos ou de planetas.


5 - Ensina a Doutrina que...
Ensina a Doutrina que, para chegarem a Deuses divinos e plenamente conscientes, as Inteligências Espirituais Primárias (inclusive as mais elevadas) têm que passar pela fase humana. E a palavra "humana" não deve aqui aplicar-se tão somente à nossa humanidade terrestre, mas igualmente aos mortais que habitam todo e qualquer mundo, ou seja, àquelas Inteligências que alcançaram o necessário equilíbrio entre a matéria e o espírito, como nós agora, que já transpusemos o ponto médio da Quarta Raça-Raiz da Quarta Ronda. Cada Entidade deve conquistar por si mesma o direito de converter-se em um ser divino, à custa da própria experiência.

Hegel, o grande pensador alemão, deve ter conhecido ou pressentido intuitivamente essa verdade, quando disse que o Inconsciente fez evolucionar o Universo "com a esperança de adquirir clara consciência de si mesmo", ou, por outras palavras, de se tornar Homem. Outro não é também o significado da expressão purânica, tantas vezes repetida, de que Brahmâ é constantemente "impelido pelo desejo de criar". Da mesma ordem de ideias é o sentido secreto da frase cabalística: "O Sopro torna-se pedra; a pedra converte-se em planta; a planta em animal; o animal em homem; o homem em espírito; e o espírito em um deus". Os Filhos nascidos da Mente, os Rishis, os Construtores, etc., foram todos homens, quaisquer que tenham sido suas formas e aspectos em outros mundos e nos Manvantaras precedentes.

Sendo de caráter eminentemente místico este assunto, é mui difícil explicá-lo em todas as suas minúcias e consequencias, pois nele se acha contido todo o mistério da criação evolutiva. Uma ou duas frases deste Sloka (Estância - "Os Sete Primordiais, os Sete Primeiros Sopros do Dragão de Sabedoria, produzem por sua vez o Torvelinho de Fogo com os seus Sagrados Sopros de Circulação giratória") lembram de modo vívido expressões semelhantes da Cabala e da fraseologia do Rei Salmista. Uma e outra, referindo-se a Deus, fazem do vento o seu mensageiro, e de seus “ministros um fogo abrasador”. Mas na Doutrina Secreta isso tem um sentido figurado. O “Torvelinho de Fogo” é a poeira cósmica incandescente, que acompanha magneticamente, como a limalha de ferro ao ímã, o pensamento diretor das “Forças Criadoras”. Contudo, esta poeira cósmica é alguma coisa mais: porque cada átomo no Universo traz em si a potencialidade da própria consciência. É um átomo e um anjo.

A lei fundamental da Ciência Oculta é a unidade radical da essência última de cada parte constitutiva dos elementos compostos da Natureza, desde a estrela ao átomo mineral, desde o mais elevado Dhyân Chohan ao mais humilde dos infusórios, na completa acepção da palavra, quer se aplique ao mundo espiritual, quer ao intelectual ou ao físico. "A Divindade é um ilimitado e infinito expandir-se" - diz um axioma oculto -, e daí é que vem o nome de Brahma.

No Catecismo, assim pergunta o Mestre ao discípulo:

"Levanta a cabeça, ó Lanu! vês uma luz ou luzes inumeráveis por cima de ti, brilhando no céu negro da meia noite?

"Eu percebo uma Chama, ó Gurudeva! Vejo milhares de centelhas não destacadas, que nela brilham.

"Dizes bem. E agora observa em torno de ti, e dentro de ti mesmo. Essa luz que arde no teu interior, porventura a sentes de alguma maneira diferente da luz que brilha em teus irmãos humanos?

"Não é de modo algum diferente, embora o prisioneiro continue seguro pelo Karma e as suas vestes externas enganem os ignorantes, induzindo-os a dizer: Tua Alma e Minha Alma."

6 - Recapitulemos

Recapitulemos, para mostrar quanto é difícil, senão impossível, fazer completa justiça aos temas ora interpretados, tal a sua magnitude:

1º) A Doutrina Secreta é a Sabedoria acumulada dos séculos, e a sua cosmogonia, por si só, é o mais prodigioso e acabado dos sistemas, ainda que velado, como se encontra, no exoterismo dos Purânas. Mas tal é o poder misterioso do simbolismo oculto que os fatos, que ocuparam a atenção de gerações inumeráveis de videntes e profetas iniciados, para os coordenar classificar e explicar, durante as assombrosas séries do progresso evolutivo, estão todos registrados em algumas poucas páginas de signos geométricos e de símbolos. A visão cintilante daqueles Iniciados foi até ao próprio âmago da matéria, descobriu e perscrutou a alma das coisas, ali onde um observador comum e profano, por mais arguto que fosse, não teria percebido senão a tessitura externa da forma. Mas a ciência hodierna não crê na "alma das coisas", e por isso repugnará todo o sistema da cosmogonia antiga. É inútil dizer que tal sistema não é o fruto da imaginação ou da fantasia de um ou mais indivíduos isolados; que se constitui dos anais ininterruptos de milhares de gerações de videntes, cujas experiências cuidadosas têm concorrido para verificar e comprovar as tradições, transmitidas oralmente de uma a outra raça primitiva, acerca dos ensinamentos de Seres superiores e excelsos que velaram sobre a infância da Humanidade.

Durante muitos séculos, os "Homens Sábios" da Quinta Raça, pertencentes ao grupo sobrevivente que escapou do último cataclismo e das convulsões dos continentes, passaram a vida aprendendo, e não ensinando. Como o faziam? Examinando, submetendo a provas e verificando, em cada um dos departamentos da Natureza, as tradições antigas, por meio das visões independentes dos grandes Adeptos, isto é, dos homens que desenvolveram e aperfeiçoaram, no mais alto grau possível, seus organismos físico, mental, psíquico e espiritual. O que um Adepto via só era aceito depois de confrontado e comprovado com as visões de outros Adeptos, obtidas em condições tais que lhes conferissem uma evidência independente - e por séculos de experiências.

2º) A Lei fundamental do sistema, o ponto central de onde tudo surgiu e para onde tudo converge e gravita, e sobre o qual repousa toda a sua filosofia, é o PRINCÍPIO SUBSTANCIAL, Uno, Homogêneo, Divino: a Causa Radical Única .

...Alguns, cujas lâmpadas tinham mais brilho,
Foram guiados, de uma causa a outra causa,
Ao manancial secreto da Natureza:
E viram que deve existir
Um Princípio primordial...

Chama-se "Princípio Substancial" porque, convertendo-se em “Substância” no Universo manifestado (que não passa de uma ilusão), continua a ser um "Princípio" no ESPAÇO visível e invisível, abstrato, sem começo nem fim. É a Realidade onipresente; impessoal, porque imanente em tudo e em cada uma das coisas. Sua impessoalidade é o conceito fundamental do sistema. Está latente em cada átomo do Universo; e é o próprio Universo.

3º) O Universo é a manifestação periódica daquela Essência Absoluta e desconhecida. Dar o nome de "Essência" é, contudo, pecar contra o espírito mesmo da filosofia. Porque, embora seja aqui o substantivo um derivado do verbo esse, "ser", não pode haver identificação com nenhuma espécie de "seres" concebíveis pela inteligência humana. Define-se melhor dizendo que AQUILO não é Espírito nem Matéria, mas ambos ao mesmo tempo. Parabrahman e Mûlaprakriti são na realidade UM, se bem que apareçam como Dois no conceito Universal do Manifestado, inclusive no do Logos UNO, ou "Manifestação" primeira, em que - como explica o sábio autor das "Notas sobre o Bhagavad Gîtâ" - "AQUILO" surge objetivamente como Mûlaprakriti, e não como Parabrahman; como o seu Véu, e não como a Realidade Una, que está por trás e é incondicionada e absoluta.

4°) O Universo, com tudo o que nele se contém, é chamado Mâyâ porque nele tudo é temporário, desde a vida efêmera do pirilampo até a do sol. Comparado à eterna imutabilidade do UNO e à invariabilidade daquele Princípio, o Universo, com suas formas transitórias e sempre cambiantes, certamente não parecerá, ao espírito de um filósofo, valer mais que um fogo-fátuo. Entretanto, o Universo é suficientemente real para os seres conscientes que o habitam, e que são tão ilusórios quanto ele próprio.

5º) Tudo no Universo, em todos os seus reinos, é consciente, isto é, dotado de uma consciência que lhe é peculiar em seu próprio plano de percepção. Devemos capacitar-nos de que, só porque nós, humanos, não percebemos sinal algum de consciência na pedra, por exemplo, não é isso razão para concluirmos que nenhuma consciência existe ali. Não há matéria "morta" ou "'cega", como não há também Lei "cega" ou "inconsciente". Na Filosofia Oculta não há lugar para conceitos que tais; ela não se preocupa jamais com as aparências exteriores; para ela tem mais realidade as essências numênicas que suas contrapartidas objetivas. Assemelha-se neste ponto aos nominalistas da Idade Média, para quem os universais eram as realidades, e os particulares só existiam nominalmente e na imaginação do homem.

6º) O Universo é elaborado e dirigido de dentro para fora. O que está em baixo é como o que está em cima, assim no céu como na terra; e o homem, microcosmo e cópia em miniatura do macrocosmo, é o testemunho vivo desta Lei Universal e do seu modus-operandi. Observamos que todo movimento externo, ação ou gesto, quer seja voluntário ou mecânico, mental ou orgânico, é precedido e produzido por um sentimento ou emoção interna, pela vontade ou volição, e pelo pensamento ou mente. Pois que nenhum movimento ou alteração exterior, quando é normal, se pode verificar no corpo externo do homem, sem que o provoque um impulso interno, comunicado por uma daquelas três funções, assim também sucede no Universo externo ou manifestado.

Todo o Cosmos é dirigido, vigiado e impulsionado por uma série quase interminável de Hierarquias de Seres sencientes, cada qual com uma missão a cumprir, e que - seja qual for o nome que lhes dermos, Dhyân-Chohans ou Anjos - são os "Mensageiros" (exclusivamente no sentido de agentes das Leis Kármicas e Cósmicas). Variam ao infinito os seus respectivos graus de consciência e de inteligência; e chamar Espíritos Puros a todos eles, sem qualquer toque terrestre, aquele toque "que o tempo costuma imprimir em suas presas", é simplesmente uma licença poética. Porque cada um destes Seres - ou foi um homem num Manvantara anterior, ou vai sê-lo no atual ou em Manvantara futuro.

Quando não são homens incipientes, são homens aperfeiçoados; e, em suas esferas superiores e menos materiais, não diferem moralmente dos seres humanos terrestres senão em que se acham livres do sentimento da personalidade e da natureza emocional humana - duas características puramente terrenas.

Os últimos, isto é, os "aperfeiçoados", estão para sempre libertos daquele sentimento, porquanto: (a) já não possuem corpos carnais, este peso que entorpece a Alma; (b) não encontrando obstáculos o elemento espiritual puro, ou estando mais livre, são menos influenciados por Mâya que o homem, a não ser que este seja um Adepto, isto é, capaz de manter completamente separadas suas duas personalidades (a espiritual e a física).

As Mônadas incipientes, por nunca terem possuído corpos humanos, não podem experimentar nenhum sentimento de personalidade ou de Ego-ismo. Sendo o que se entende por personalidade uma limitação e uma relação, a palavra não pode obviamente aplicar-se a entidades não humanas; mas, tal como o atestam gerações de Videntes, nenhum daqueles seres, superiores ou inferiores, possui individualidade ou personalidade como Entidade separada, no sentido em que o homem afirma: "Eu sou eu, e não outro".

Por outras palavras, eles não têm consciência daquela separatividade tão característica que se observa nos homens e nas coisas da terra. A Individualidade é um traço distintivo de suas respectivas Hierarquias, e não de suas unidades; e esse traço varia somente com a categoria do plano a que pertencem as mesmas Hierarquias: quanto mais próximo da região da Homogeneidade e do Divino, tanto mais pura e menos acentuada é a Individualidade da Hierarquia. São seres finitos sob todos os aspectos, salvo no tocante aos seus princípios superiores (as Centelhas imortais, que refletem a Chama Divina Universal); individualizados e separados tão só nas esferas da Ilusão, por uma diferenciação que é tão ilusória quanto o resto. São "Seres Viventes", porque são correntes projetadas da Vida Absoluta sobre a tela cósmica da Ilusão; Seres nos quais a vida não pode extinguir-se antes que esteja extinto o fogo da ignorância naqueles que sentem essas "'Vidas". Tendo surgido a existência sob a influência vivificante do Raio incriado - reflexo do grande Sol central que cintila sobre as praias do Rio da Vida - há neles o Princípio Interno, que pertence às Águas da imortalidade, embora a sua vestimenta diferenciada seja tão perecível como o corpo do homem.

Os Anjos são homens de uma ordem superior... e nada mais. Não são os Anjos "ministros" nem "protetores", não são tampouco "Arautos do Altíssimo", e muito menos os "Mensageiros da Ira" de Deus, criados pela imaginação do homem. Pedir a proteção deles é tão insensato quanto supor que se possa captar-lhes a simpatia mediante qualquer espécie de propiciação; pois eles, do mesmo modo que os homens, são criaturas sujeitas à imutável Lei Kármica e Cósmica. A razão é óbvia. Não possuindo nenhum elemento de personalidade em sua essência, não podem ter nenhuma das qualidades pessoais que os homens atribuem, nas religiões exotéricas, ao seu Deus antropomórfico - um Deus ciumento e exclusivista que se regozija e se enraivece, que se compraz com os sacrifícios e que é mais despótico em sua vaidade do que qualquer homem estulto e finito.

O homem, sendo um composto das essências de todas aquelas Hierarquias celestes, pode, como tal, alcançar um grau superior, em certo sentido, ao de qualquer uma das Hierarquias ou Classes ou de suas combinações respectivas. Está escrito: "O homem não pode nem propiciar nem comandar os Devas". Mas, paralisando sua personalidade inferior, e chegando assim ao pleno conhecimento da não-separatividade entre o seu Eu Superior e o SER Absoluto pode o homem, até mesmo durante a sua vida terrestre, tornar-se como "Um de Nós". De modo que, alimentando-se com o fruto do conhecimento que dissipa a ignorância, o homem se converte em um dos Elohim ou Dhyânis; e, uma vez no plano destes, o espírito de Solidariedade e de perfeita Harmonia que reina em todas as Hierarquias deve estender-se a ele e protegê-lo em todos os sentidos.

A principal dificuldade que impede aos homens de ciência crer nos espíritos divinos, assim como nos espíritos da Natureza, está no seu materialismo. E o maior obstáculo a que os espiritistas acreditem naquelas entidades, ao passo que conservam uma fé cega nos "Espíritos" dos mortos, é a ignorância geral em que se acha todo o mundo (exceto alguns ocultistas e cabalistas) quanto à verdadeira essência da Matéria. É da aceitação ou não da teoria da Unidade de tudo na Natureza, em sua essência última, que depende principalmente a crença ou a incredulidade da existência, ao nosso redor, de outros seres conscientes além dos espíritos dos mortos. É na exata compreensão da Evolução primitiva do Espírito-Matéria, e de sua essência real, que deve o estudante apoiar-se para a gradual elucidação da Cosmogonia Oculta, sendo esse o único índice seguro que pode guiá-lo em seus estudos ulteriores.

Em verdade, conforme vimos de mostrar, cada um dos chamados "Espíritos" é ou um homem desencarnado ou um homem futuro. Porque, desde o mais elevado Arcanjo (Dhyânn-Chohan) até o último Construtor consciente (a classe inferior das Entidades Espirituais), todos estes são homens que viveram em outros Manvantaras, em evos passados, nesta ou em outras Esferas; e os Elementais inferiores, semi-inteligentes e não inteligentes, são todos homens futuros.

Para o ocultista, a circunstância de um Espírito ser dotado de inteligência representa, por si só, a prova de que este Ser foi um homem, havendo adquirido essa inteligência e o seu conhecimento através do ciclo humano. No Universo só existe uma Onisciência e Inteligência indivisível e absoluta, que vibra em cada um dos átomos e dos pontos infinitesimais de todo o Cosmos - do Cosmos que não tem limites e ao qual se dá o nome de Espaço, considerado independentemente de todas as coisas nele contidas. Mas a primeira diferenciação do seu reflexo no Mundo manifestado é puramente Espiritual, e os Seres nela gerados não são providos de uma consciência que tenha qualquer relação com a consciência que nós conhecemos. Não podem possuir consciência ou inteligência humana senão adquirindo-a pessoal e individualmente. Será, talvez, um mistério; não deixa, porém, de ser um fato para a Filosofia Esotérica; e até um fato dos mais aparentes.

A ordem inteira da Natureza atesta que há uma progressiva marcha que tende para uma vida superior. Existe um plano ou desígnio na ação das forças, inclusive aquelas que parecem as mais cegas. O processo integral da evolução, com suas adaptações intermináveis, é uma prova disso. As leis imutáveis que eliminam as espécies fracas, para dar lugar às fortes, e que asseguram "a sobrevivência dos mais aptos", por cruéis que sejam em sua ação imediata, cooperam todas no sentido da grande meta final. O fato mesmo de que ocorrem adaptações, de que os mais aptos são os que sobrevivem na luta pela existência, demonstra que a chamada "Natureza inconsciente" é, na realidade, um complexo de forças manejadas por seres semi-inteligentes (Elementais), sob a direção de Elevados Espíritos Planetários (Dhyân-Chohans), que formam coletivamente o Verbo manifestado do Logos Não-manifestado, constituindo ao mesmo tempo a Mente do Universo e sua Lei imutável.

A Natureza, tomada em seu sentido abstrato, não pode ser "inconsciente", sendo, como é, a emanação da Consciência Absoluta e, portanto, um de seus aspectos no plano da manifestação. Onde está aquele que se atreve a negar ao vegetal, e mesmo ao animal, uma consciência própria? Tudo o que ele pode dizer é que essa consciência transcende os limites de sua compreensão.

Três distintas representações do Universo, em seus três aspectos distintos, são impressas em nosso pensamento pela Filosofia Esotérica: o Preexistente, o Sempre Existente (do qual promanou o primeiro) e o Fenomenal (o mundo da ilusão, o reflexo, a sombra do anterior). Durante esse grande mistério, esse grande drama da vida, que nós conhecemos pelo nome de Manvantara, o Cosmos real é como os objetos colocados atrás de uma tela branca, sobre a qual projetam sombras. Os personagens e os objetos verdadeiros permanecem invisíveis, enquanto os fios condutores da evolução são manejados por mãos também invisíveis. Os homens e as coisas representam apenas os traços deixados sobre o fundo branco pelo reflexo das realidades dissimuladas por trás das redes de Mahâmâyâ, a Grande Ilusão. Assim o ensinaram todas as filosofias e todas as religiões, pré-diluvianas como pós-diluvianas, na Índia e na Caldeia; assim o ensinaram os sábios da China e os da Grécia. Nos dois primeiros países aqueles três Universos eram simbolizados, nos ensinamentos exotéricos, pelas três Trindades que emanam do eterno Germe central e com ele constituem uma Unidade Suprema: a Tríade inicial, a manifestada e a criadora, ou os Três em Um. A última não é senão o símbolo, em sua expressão concreta, das duas primeiras, que são ideais. Aí está por que a Filosofia Esotérica supera a necessidade desta concepção puramente metafísica, e só ao primeiro Universo chama o Sempre Existente. Tal é a opinião de cada uma das seis grandes escolas da filosofia hindu (Nyâya, Vaishishika, Sânkhya, Yoga, Mimâmsâ e Vedanta) - os seis princípios daquele corpo-unidade da Sabedoria, do qual a Gnose, o Conhecimento oculto, é o sétimo.