domingo, 5 de junho de 2011

O Universo Holográfico 2


Existe uma realidade objetiva?

Continuando nosso passeio pelo mundo holográfico, vamos aprofundar a questão levantada pelo funcionamento do cérebro, no post anterior. E se não só o cérebro funcionasse como um holograma (armazenando as informações onipresentemente), mas também todo o Universo?

Em 1982, uma equipe de pesquisa liderada pelo físico Alain Aspect descobriu que, sob certas circunstâncias, partículas subatômicas como os elétrons são capazes de instantaneamente se comunicar umas com as outras, a despeito da distância que as separe. Não importa se esta distância é de 10 metros ou de 10 bilhões de Km. De alguma forma uma partícula sempre sabe o que a outra está fazendo. O problema com esta descoberta é que isto viola a afirmação de Einstein que nenhuma comunicação pode viajar mais rápido do que a velocidade da luz.

O físico quântico David Bohm (que trabalhou com Einstein), por exemplo, acredita que as descobertas de Aspect implicam que a realidade objetiva não existe, que - a despeito da aparente solidez - o universo está no coração de um holograma fantástico, gigantesco e extremamente detalhado. A natureza de "todo em cada parte" de um holograma nos proporciona uma maneira inteiramente nova de entender organização e ordem.

Durante a maior parte de sua história a ciência ocidental tem trabalhado dentro de um conceito de que a melhor maneira para entender um fenômeno físico, seja ele um sapo ou um átomo, é dissecá-lo e estudar suas partes respectivas. Se formos usar essa abordagem com algo construído holograficamente não obteremos as peças da qual esta coisa é feita, obteremos apenas inteiros menores.

Bohm acredita que a razão que habilita as sub partículas a permanecerem em contato umas com as outras (a despeito da distância que as separa) não é porque elas estejam enviando algum tipo de sinal misterioso, mas porque esta separação é uma ilusão. Ele sugere que em um nível mais profundo de realidade estas partículas não são entidades individuais, mas são extensões da mesma coisa fundamental. Para capacitar as pessoas a melhor visualizarem o que ele quer dizer, Bohm oferece a seguinte ilustração:

Imagine um aquário que contém um peixe. Imagine também que você não é capaz de ver este aquário diretamente e seu conhecimento deste aquário se dá por meio de duas câmaras de televisão, uma dirigida ao lado da frente e outra a parte lateral. Quando você fica observando atentamente os dois monitores, você acaba presumindo que o peixe de cada uma das telas é uma entidade individual.

Isto porque como as câmeras foram colocadas em ângulos diferentes, cada uma das imagens será também ligeiramente diferente. Mas se você continua a olhar para os dois peixes, você acaba adquirindo a consciência de que há uma relação entre eles. Quando um se vira, o outro faz uma volta correspondente apenas ligeiramente diferente; quando um se coloca de frente, para a frente, o outro se coloca de frente para o lado. Se você não sabe das angulações das câmeras e for levado somente pelos sentidos, você pode ser levado a concluir que os peixes estão se intercomunicando, apesar de claramente este não ser o caso.

Segundo Bohm, a aparente "ligação mais rápido que a luz" entre as partículas subatômicas está nos dizendo realmente que existe um nível de realidade mais profundo da qual não estamos privados, uma dimensão mais complexa além da nossa própria que é análoga ao aquário. E ele acrescenta, vemos objetos como estas partículas subatômicas como se estivessem separadas umas das outras porque estamos vendo apenas uma porção da realidade delas.

Se a aparente separação das partículas subatômicas é uma ilusão, isto significa que em nível mais profundo de realidade todas as coisas do universo estão infinitamente interconectadas.

Em um universo holográfico, mesmo o tempo e o espaço não podem mais serem vistos como fundamentais. Porque conceitos como localização se quebram diante de um universo em que nada está verdadeiramente separado de nada, tempo e espaço tridimensional, como as imagens dos peixes nos monitores, também podem ser vistos como projeções de ordem mais profunda. Este tipo de realidade a nível mais profundo é um tipo de super holograma no qual o passado, o presente, o futuro existem simultaneamente. Seja o que for que o super holograma contenha, é ainda uma questão em aberto.

Pode-se até admitir, por amor a argumentação, que o super holograma é a matriz que deu nascimento a tudo em nosso universo e, no mínimo, contém cada partícula subatômica que existe ou existirá: Um tipo de "depósito" de Tudo que é.

Se a "concretividade" do mundo nada mais é do que uma realidade secundária, e o que "está lá" é um borrão de freqüências holográfico, e se o cérebro é também um holograma e apenas seleciona algumas das freqüências deste borrão e matematicamente transforma-as em percepções sensoriais, o que vem a ser a realidade objetiva?

Um outro aspecto do armazenamento de informações do holograma é a possibilidade de, ao mudar o ângulo no qual os dois lasers atingem um pedaço de filme fotográfico, ser possível gravar muitos registros diferentes na mesma superfície. Tem sido demonstrado que um centímetro cúbico pode estocar mais que 10 bilhões de bits de informação. Ora, se o universo possui esta característica holográfica, o que seriam os planos astrais e o "mundo dos mortos" senão um outro "ângulo de registro"? Acontece que nem todo mundo possui o "laser de leitura" pra poder acessar esta informação, enquanto os médiuns possuem, instintivamente, esta "chave".

Onde um médium vê uma Aura, outro pode ver os Chakras, outro os Nadis, e provavelmente um não verá o que o outro vê, porque seus "lasers de leitura" estão "calibrados" pra certo "ângulo". Certas pessoas ainda conseguem "navegar" por essas diversas camadas, mentalmente ou até fisicamente.

Não seria difícil supor que, com base nesses fatos, a idéia de que algo "está lá" ou "não está lá" é mera convenção/consenso, porque o que chamamos de realidade é formulado e ratificado a nível de inconsciência humana, a qual todas as mentes estão interligadas (o equivalente ao inconsciente coletivo, de Jung). Sendo assim, o que somos hoje é um reflexo do que projetamos (consciente e inconscientemente) pra nós mesmos: a aparente estrutura física do corpo nada mais é do que a projeção holográfica da consciência. Se levarmos isso pro patamar da cura, veremos a chave para alguns "milagres" de Jesus, em que ele sempre dizia: foi tua fé que te curou.

Na ciência tudo é discutível, não existem dogmas nem verdades absolutas. Pode ser que outra teoria explique melhor essa comunicação instantânea entre as partículas subatômicasmas, no mínimo, como observou Basil Hiley (um físico do Birbeck College de Londres), os achados de Aspect "indicam que devemos estar preparados para considerar radicalmente novos pontos de vista da realidade".

Já era tempo...

:: Acid ::

O Cérebro Holográfico 1


Um dos grandes mistérios da humanidade, além dos insondáveis oceanos e o espaço sideral, é algo que pode ser medido, analisado, cortado, pesado, mas que continua desafiando os cientistas: o cérebro humano. Como nós processamos as informações, aprendemos, recebemos novos estímulos, raciocinamos e nos tornamos conscientes de nossa condição? Milhares de pessoas nos campos da neurofisiologia, psicologia, religião etc. têm tentado se voltar para estas questões. Mesmo com a enorme quantidade de dados que têm sido acumulada, existem ainda omissões fundamentais na descrição de como nós adquirimos estas funções básicas.

Um dos maiores quebra-cabeças é a maneira pela qual o nosso cérebro armazena informação. Nenhuma relação foi detectada entre uma determinada célula cerebral ou grupo de células e um pensamento particular ou memória. Se fosse assim, isto seria possível de ser verificado, pela remoção de áreas selecionadas do cérebro e a observação da perda de uma característica particular aprendida. Um dos fatos mais estabelecidos (ainda que mais desconcertantes) sobre os mecanismos do cérebro e a memória é que grandes destruições dentro do sistema neural não prejudicam seriamente a sua função.

O biologista Karl Lashley e outros pesquisadores descobriram isto pela primeira vez nos anos 50, ao remover de 80 a 99% das estruturas neurais, como o córtex visual, em vários animais. Eles observaram que, inacreditavelmente, isso resultava em nenhum efeito sobre o reconhecimento de uma característica visual previamente aprendida. De alguma maneira, a informação estava armazenada em algum outro lugar. Lashley descobriu que "enquanto a intensidade da lembrança estava em proporção com a massa do cérebro, nenhum tipo de remoção do cérebro inteiro poderia interromper a lembrança totalmente. Isto o levou a postular que "a intensidade da memória depende da massa total do cérebro, mas a memória é registrada onipresentemente através do cérebro". Karl Pribram aperfeiçoou a teoria nos anos 70, comparando-a com a holografia.

Quando um holograma é feito, a informação sobre o objeto é armazenada em todos os lugares da placa. Se o holograma é partido, uma pequena parte ainda conterá uma perspectiva do todo. O único modo de eliminar a imagem completamente é jogar fora o holograma inteiro. Soa familiar? Na verdade, Rodieck demonstra "que as equações matemáticas descrevendo o processo holográfico encaixam-se exatamente com o que o cérebro faz com a informação".

Isto é mais que uma coincidência? Em caso afirmativo, então o que funciona como mecanismo de armazenamento? E de que tipo de luz ele é formado?
Os hologramas não precisam necessariamente ser formados com luz visível como o fazem nossas placas (por exemplo, hologramas acústicos ou mesmo ondulações num tanque). Eles podem ser formados na presença de qualquer ação ondulatória (vibração!). E não é necessária a presença de ondas físicas como as utilizadas para a criação de um holograma, mas antes um padrão de interferência, um coeficiente de relações harmônicas. Assim, tudo que precisamos procurar é um mecanismo que crie padrões de interferência no cérebro e os armazene.

Homer_SimpsonVamos considerar o seguinte modelo: o cérebro é um holograma. A mente é a imagem holográfica. Os neurônios individuais são análogos aos grãos de prata na placa holográfica. Como os grãos de prata, cada neurônio carrega uma perspectiva extremamente limitada e tem uma importância real pequena. Como um agregado, entretanto, uma enorme capacidade de armazenamento de informação é obtida. O sistema operaria da seguinte maneira: nova informação sensorial é recebida pelo cérebro. Esta nova informação não pode se auto-armazenar, mas já interage e interfere com toda a memória e experiência passadas do organismo.

As "experiências passadas" agem como um quadro de referência para os novos estímulos. Quase imediatamente este novo conhecimento se mescla com as informações do quadro de referência, aprende com ele, e se torna parte dele para analisar novos dados. Ou seja: o novo é constantemente comparado com o velho, assimilado, e então usado para avaliar novos estímulos. O padrão de interferência resultante pode então ser armazenado onipresentemente através do cérebro como faria qualquer outro padrão de interferência.

O leitor astuto poderia perguntar: se a informação é distribuída através do cérebro, por que então certas áreas parecem se especializar em funções específicas? Pode-se influenciar a visão, a audição, o paladar e outros inputs pelo estímulo de áreas apropriadas do cérebro. Este aparente paradoxo pode ser resolvido ao considerar-se que, por analogia, em uma placa holográfica convencional, maiores densidades de franjas são localizadas em algumas áreas, menores em outras. Assim, a imagem pode aparecer mais brilhante quando se olha através de certas áreas da placa, e mais fraca onde talvez menos exposição ou proporção de feixe esteja presente.

Nós podemos imaginar um fenômeno similar ocorrendo no cérebro, com densidades variadas para diferentes características, localizadas em diferentes áreas específicas. Como as áreas de maior densidade tenderão a agir como fontes de referência mais fortes, novos inputs de uma mesma natureza encontrarão um armazenamento mais eficiente nestes locais. Agora, se uma seção do cérebro é removida, a informação será armazenada nas áreas remanescentes, apenas com a redução da capacidade de resolução.

Para ajudar a visualizar o sistema de armazenamento holográfico da memória em ação, nós podemos comparar o processo cognitivo de um adulto com o de uma criança recém-nascida:
Quando um adulto vê uma maçã, ocorre um reconhecimento quase instantâneo. O adulto, tendo visto, provado ou ouvido outros descreverem maçãs inúmeras vezes, necessita um pequeno input sensorial novo para uma identificação rápida e eficiente. O forte fotograma de referência "maçã" do adulto pode ser comparado a olhar um holograma com uma forte iluminação, produzindo uma imagem brilhante.

O bebê, por outro lado, não teve nenhuma experiência anterior com uma maçã para influenciar seu primeiro contato com ela. É verdade, existem processos cognitivos geneticamente obtidos que permitem algum grau de percepção do objeto, mas o reconhecimento da maçã como maçã ocorre apenas através de repetidas exposições a ela. O bebê começa com um quadro de referência fraco, mas a cada momento sucessivo, a interferência cognitiva acontece (a experiência do momento prévio é adicionada à memória do próximo momento, ou quadro de referência). A nova informação agora interfere com este novo produto. Eventualmente, este processo em andamento resulta na produção de um quadro de referência com força suficiente para requerer uma estimulação sensorial nova muito pequena para haver reconhecimento.

Pode-se ficar consciente deste processo em funcionamento. Tanto a interferência momento-a-momento quanto a momento-mais-a-soma-das-experiências-passadas acontecem neste sistema. Por exemplo, o adulto pode facilmente experimentar miragens ou ilusões através do processamento de informações visuais com quadros de referência poderosos. É possível, entretanto, com grande concentração, ver através da ilusão, pela substituição do quadro momento-a-momento com o quadro adulto usual empregando um "corpo" de maior experiência. Gradualmente, uma nova referência irá se impor, estilhaçando a velha ilusão.

Olhar através de miragens pode ser muitas vezes um difícil exercício. O que pode acontecer, entretanto, é que a interferência cognitiva entre os próprios fotogramas-referência possa ocorrer. Isto deveria gerar uma quase nova perspectiva dimensional,quase estereoscópica sobre o evento, permitindo um grande controle sobre a avaliação da situação. Verdadeiramente, esta nova interferência pode explicar o fenômeno da consciência, ou o conceito de "aquela pequena pessoa dentro da pessoa" que nós todos experimentamos.

Pribram discute como a "holografia de reconhecimento" pode funcionar de acordo com a teoria holográfica convencional. Suponha que quando estivermos fazendo um holograma nós usemos um feixe-referência de um espelho parabólico ou uma lente convergente para gerar um ponto. Quando o ponto é iluminado, ele irá recriar o objeto. Assim, se o objeto for iluminado, ele recriará o ponto!

Um detetor colocado nesse ponto pode então "identificar" o objeto. Esta idéia pode ser levada um passo adiante pela criação de um holograma de dois objetos. O holograma pode ser reconstruído, naturalmente , com um feixe de iluminação tomando o lugar do feixe-referência original. A luz refletida de um dos objetos também pode ser utilizada para atuar como feixe-referência para o outro objeto.

Se o feixe referência é bloqueado, e o objeto e o holograma não têm a posição modificada, mesmo que somente a luz objeto esteja sendo usada, um objeto irá gerar a imagem do outro. Nós acabamos de descrever uma relação associativa a qual, no caso do holograma neural, pode explicar porque um pensamento pode levar a outro.

Em suma, Pribram nota que "memórias holográficas demonstram uma grande capacidade, processamento paralelo, endereçamento de conteúdo para rápido reconhecimento, armazenamento associativo para compleição perceptiva e lembrança associativa. A hipótese holográfica serve portanto não apenas como guia para o experiência neuro-psicológica, mas também como possível ferramenta no entendimento dos mecanismos envolvidos em problemas comportamentalmente derivados do estudo da memória e da percepção". E, como Ferguson notou, "a teoria de Pribram tem ganho crescente apoio e não tem sido seriamente desafiada".

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Uso de celulares "pode ser cancerígeno" (OMS)


OMS classifica celular como possível causa de câncer cerebral

31 de maio de 2011 • 14h31´

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (Iarc) vincularam nesta terça-feira que o uso de celulares pode causar câncer cerebral em seres humanos. De forma conjunta, as organizações anunciaram em Lyon (sudeste da França) que os campos eletromagnéticos gerados pelas radiofrequências desse tipo de dispositivos são considerados "possivelmente cancerígenos para os humanos".

A OMS e a Iarc basearam a decisão dessa classificação nas evidências obtidas sobre o impacto desses campos eletromagnéticos na origem dos gliomas, um tipo maligno de câncer cerebral. Embora não tenham quantificado o risco, o grupo de trabalho OMS-Iarc referiu-se que o estudo, com dados de até 2004, detectou aumento de 40% no risco de gliomas entre os usuários mais frequentes de celulares, ou seja, os que utilizam em média 30 minutos por dia em um período de dez anos.

O estudo ressalta, no entanto, que as evidências do risco de glioma e de neurinoma acústico são "limitadas" para os usuários de celulares, o que significa que há uma "associação positiva" crível entre a exposição ao agente e o câncer, mas que não é possível excluir outros fatores no desenvolvimento deste.

O responsável pelo grupo de trabalho constituído pela OMS e a Iarc, Jonathan Samet, da University of Southern Califórnia, declarou que as provas reunidas até agora "são suficientemente sólidas (...) para a classificação do tipo '2B'". Esta categoria é uma das que a Iarc utiliza para identificar os fatores ambientais que podem aumentar o risco de câncer em seres humanos e entre os quais estão substâncias químicas, exposições trabalhistas e agentes físicos e biológicos, entre outros.

Desde 1971, a Iarc analisou mais de 900 agentes, dos quais 400 foram identificados como cancerígenos ou potencialmente cancerígenos para os seres humanos. O grupo "2B" inclui os agentes com "evidência limitada de carcinogênese em humanos" e o "2A" aqueles que são "provavelmente cancerígenos" para os humanos.

No primeiro grupo, o "1", a Iarc inclui os agentes com "evidências suficientes" que são cancerígenos para os seres humanos. A conclusão do grupo de trabalho em Lyon é que "poderia haver algum risco e que, portanto, temos de vigiar de perto o vínculo entre os celulares e o risco de câncer", acrescentou Samet.

Christopher Wild, diretor da Iarc, acrescentou que, "dadas às potenciais consequências destes resultados e desta classificação para a saúde pública, é importante que se investigue mais a longo prazo o uso intensivo de celulares".

"Faltando essa informação, é importante tomar medidas pragmáticas para reduzir a exposição a equipamentos como os fones de ouvido para celulares", acrescentou Wild.